E numa noite insone, eis que surge mais uma obra da Tia Jane...
Ficha técnica: Persuasão (Persuasion)
Autora: Jane Austen
Editora várias
Lançamento original: 1818 (obra póstuma)
Aos 19 anos Anne Elliot teve a chance de viver um grande amor. Um homem lindo, inteligente, espirituoso, que de cara combinou em tudo com a doce Anne. E apaixonaram-se perdidamente.
Mas havia um problema: ele não era nobre. Não era rico. Não tinha as conexões corretas e desejadas. E apesar de ter planos para um futuro próximo, não foram suficientes para convencer a família de Anne e sua madrinha, Lady Russel, a aceitá-lo.
O noivado foi cancelado.
Oito anos depois, o destino pregou uma peça ao fazer com que a irmã de seu ex-noivo alugasse a casa milenar na qual a família de Anne morava.
Seu pai, o Barão Elliot, era um homem orgulhoso e gastava mais do que devia. Atolado em dívidas, mas sem querer descer de seu pedestal, concordou em alugar sua casa e ir morar num lugar menos custoso.
Agora, Anne iria encontrar-se face a face com seu antigo amor. Ele fizera carreira na Marinha, era capitão e estava rico. Estaria ele casado?
Encontraram-se não uma, mas várias vezes, por terem amigos em comum, e em cada encontro Anne sofria, mas tentava manter-se de pé porque ela sabia que seu tempo já havia passado.
Até que um incidente/acidente fez cada um reavaliar a situação e pensarem na possibilidade de uma nova chance....
Bath
a famosa escadaria de Cobb, em Lyme,
onde ocorre o acidente
Da mesma forma em que Orgulho e Preconceito poderia se chamar Primeiras Impressões (título original dele), Persuasão poderia se chamar Segunda Chance.
Durante todo o livro acompanhamos o sofrimento de Anne. Não muito admirada por sua família, mas sim por sua madrinha Lady Russel, Anne sempre é preterida nas decisões familiares.
Arrepende-se amargamente por ter cedido à pressão familiar em desistir do amor de Frederick no passado, e passa seus anos acompanhando a carreira militar dele através dos jornais. Apesar disso, não tinha certeza a quantas andava sua vida privada.
Ao ser surpreendida ao conhecer a irmã dele, e tendo certeza que mais cedo ou mais tarde iria encontrá-lo, Anne não tem qualquer esperança de uma reconciliação. Depois de anos sem nenhum contato, ela tinha certeza que ele a odiava, por ter sido fraca.
Em vários momentos, após o reeencontro dos dois, ele aproveitou a conversa entre o grupo para alfinetá-la. Dizer o quanto lastimava por pessoas com o caráter fraco. E ela não podia culpá-lo.
Somente com a convivência, ao observar as ações dela, a maneira com que ela tratava a todos e como era amada pelos amigos, ele caiu em si e entendeu a posição dela.
Depois de tantos anos, a carta na qual ele se re-declara a ela, é uma das cenas mais lindas escritas por Austen.
Muitos dizem que há muito da própria Austen na personagem Anne. Austen estava mais velha, mais madura ao escrever este romance. Assim como Anne, Austen não tinha muita simpatia por Bath. Uma pena que a autora não conseguiu ter o mesmo fim que a sua protagonista...
Uma belíssima história de amor. Um livro que nos dá a esperança da segunda chance na vida.
OBS: Há várias versões do livro em filme. A minha preferida é a de 2007 (cena abaixo). Você pode encontrá-las no YouTube.
Mesmo com todo o fascínio despertado por Orgulho e Preconceito e pelo casal mais famoso criado por Jane Austen - Elizabeth e Darcy, Persuasão é o livro dela de que mais gosto. AS descrições das reações de Anne ao encontrar FRederick e ao conhecer seus amigos de Lyme e sua vontade de pertencer ao mundo dele são maravilhosas.
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