"De alguma forma, alguma coisa sempre acontece
antes que a gente chegue ao pior ponto.
Eu tenho que lembrar sempre disso.
O pior nunca acontece."
- A Princezinha, de Frances H. Burnett
Ficha técnica: Lições de Vida das Grandes Heroínas da Literatura (The Heroine's Bookshelf)
Autora: Erin Blakemore
Editora Casa da Palavra
Lançamento original: 2010
Lançamento BR: 2012
205 páginas
É um livro de análise, biográfico e, de certa forma, de auto ajuda.
Doze heroínas de clássicos da literatura inglesa e americana foram eleitas pela autora como suas "confidentes". A cada heroína, ela dedicou uma qualidade e/ou uma forte característica de suas personalidades: identidade, fé, felicidade, dignidade, laços de família, indulgência, luta, compaixão, simplicidade, determinação, ambição e mágica.
De todas as heroínas, pelo menos metade eu as conhecia. Mas mesmo que não fosse o caso, de nada atrapalha a sua leitura. Bem ao contrário, a forma descrita pela autora sobre os feitos das personagens (e consequentemente de suas autoras), nos faz querer aprofundar, conhecer a leitura.
Scarlett O'hara de E o Vento Levou; Jane Eyre do livro do mesmo nome; Jo March de Mulherzinhas; Lizzy Bennet de Orgulho & Preconceito, são apenas algumas das heroínas famosas lidas e visitadas em filmes.
O livro pode ser usado como referência para algum trabalho literário.
Alguns dos detalhes nele que me cativaram:
- No final do livro você tem a lista completa dos livros citados e suas publicações no Brasil (facilitando a procura caso decida lê-los);
- A diagramação e apresentação geral do livro é muito bem cuidada. Ficaria perfeito se fosse em capa dura;
- Ao final de cada capítulo a autora nos dá razões para ler o livro citado (por exemplo: leia Orgulho & Preconceito quando sua mãe reclamar que você não lhe dá netos) e também o que seriam "as irmãs literárias" daquela personagem (por exemplo: ao ler sobre a Celie de A Cor Púrpura, você gostará de ler "Tomates Verdes Fritos", pela personagem Idgie Threadgood);
- As citações dos livros são maravilhosas.
Ainda precisando de bons motivos para encarar esta leitura? Então deixarei que a própria autora explique suas razões...
"Em momentos de dificuldade, há tantas razões para não ler quanto há para respirar. Você não tem coisa melhor para fazer? Ler, quanto mais reler, é o território dos excessivamente tímidos e das solteironas deprimidas. Nos momentos mais críticos da vida, o próprio ato de abrir um livro pode ter o sabor de um escapismo covarde. Quem escolhe ler, quando há trabalho a ser feito?
Pode me chamar de covarde, se quiser, mas quando o limite entre o dever e a sanidade embaça, você geralmente me encontra escolhida com um livro gasto, lendo como se minha saúde mental dependesse daquilo. E depende, pois dentro dos livros que amo eu encontro alimento, repouso, fuga e perspectiva. Também encontro outra coisa: heroínas e autoras, centenas de mulheres cujas vidas reais e fictícias percorreram o caminho que eu também tenho de trilhar.
Ah, e como eu precisei de heroínas em minha vida."
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