Sempre há. Não tem jeito. Você lê um quadrilhão de livros, trocentas histórias, mas sempre tem aquela ou aquelas que você volta a ler com gosto.
O personagem fascina, é marcante, forte. Isso sem contar quando ele é lindo, forte, alto, másculo, poderoso, rico (a moda agora não é mais rico, é trilhardário) e com pegada.
Aff.....a pegada. Aí, ferrou!!!
Eu tenho vários. De todos os gêneros literários, de todas as épocas históricas. Louros, morenos, não importa. Há sempre as características marcantes que eles têm em comum.
Mais do que natural você começar a imaginar como seria o tal. Por isso morro de medo quando ouço que o livro X teve os direitos comprados por um estúdio, será filmado e coisa e tal. Meudeusducéu!!! Como será isso? E se o ator ficar aquém da minha imaginação? Porque vamos combinar, não é sempre que Papai do Céu nos brinda com alguém com a fôrma de Chritopher Reeve que caiu como uma luva no papel de Super Man, certo? Tudo bem que Henry Cavell é uma coisa de louco e mal posso esperar o lançamento do novo Super Man. Mas Christopher Reeve será ETERNAMENTE O Super Man.
Voltando aos meus personagens favoritos, decidi então postar aqui como eu vejo alguns desses cavaleiros de armadura prateada dos meus livros favoritos.
Vou começar por um personagem pouco conhecido do público brasileiro: Ax`l de Orion, de A DAMA DOS PORTAIS (The Lady of the Portals - Kindle edition).
O livro foi lançado primeiramente em inglês, mas já há uma tradução disponível a quem interessar possa.
As autoras são Jan Nunes e Val Martin, duas brasileiras radicadas nos Estados Unidos há alguns anos.
As autoras são Jan Nunes e Val Martin, duas brasileiras radicadas nos Estados Unidos há alguns anos.
O personagem é Ax'l de Orion. Ele é descrito como tendo mais de 2 metros de altura, louro com os cabelos um pouco compridos, físico de um lutador, mente de estrategista, um guerreiro do planeta Orion, braço direito do Imperador Athan.
Ele é de pouca conversa e também não gosta muito de rir.
Professor de estratégia de combate na Academia Interplanetária, ele conhece Terpcícore, uma ampasiana boa de briga, sem papas na língua, que adora resolver tudo no tapa, mas, ao mesmo tempo, mantém as amizades como a um cristal.
Eles são complementos.
E apesar de às vezes se engalfinharem como cão e gato, não podem ficar muito tempo longe um do outro.
A seguir alguns trechos descritivos e imagens (como eu os vejo) para dar um gostinho...
Ax'l de Orion
Terpcícore, Princesa de Ampas
"O barulho era ensurdecedor na sala de treinamento
militar. Era uma sala ampla, sem móveis, apenas um enorme tatami. Havia vários
estudantes vestidos em farda de luta, que cobria todo o corpo, num material
macio, mas altamente resistente, em
cinza escuro. Estavam assistindo ao treino do professor Ax’l e Tercy.
Ele era herculíneo. Bem alto, com mais de dois metros de altura, belos cabelos alourados,
longos e abundantes. Rosto bem desenhado, mas frio e inexpressivo. Tercy era
alta e cabelos negros e ondulados. Pele clara, mas não alva. Parecia uma
amazona em sua graciosidade e gestos firmes. Um belo rosto, de olhos e cílios
grandes, uma expressão séria e decidida. Estava atenta aos movimentos do
professor e não atacava, mas defendia-se destramente. De repente, ele encarou-a
fixamente. Ela piscou e ele conseguiu desarmá-la.
-Você se distraiu. Disse ele inalterado. -Não terá
chance se fizer isso numa luta de verdade.
Ajudou-a a
se levantar e ela se afastou sem dar uma palavra. Ficou afastada num canto,
observando-o dar algumas instruções de treinamento. Logo depois, saiu da sala e
acenou para alguns colegas no corredor. Tinha uma aula para aplicar e precisava
se trocar. Gostava de se manter em dia com o treinamento físico, era bom para
manter sua energia em equilibrio, mas era ocupada ali na Academia. Tinha turmas
demais e vivia sempre ocupada. Não reclamava, no entanto. Era bom ficar ocupada
com o que se gostava. E ela gostava de ensinar. Entrou no refeitório e pegou
uma sopa na máquina de alimentos. Sentou-se e começou a comer em silêncio,
olhando o movimento em volta, que não era muito, porque não era hora de
refeição. Pensou na sua próxima aula. Estava montada e seria divertida. Os
alunos eram esforçados e apreciavam o jeito que ela dirigia a classe.
-Precisa prestar mais atenção quando estiver em
combate comigo. Disse o professor, sentando-se perto dela. -Numa luta, aquele
que se distrai é aquele que volta derrotado… ou destruído.
-Não olhe daquele jeito pra mim, quando estivermos
lutando. Você faz de propósito. Disse seca. - Quando acha que é hora de acabar
a luta, que já se exibiu demais, ou, já me exibiu demais, você me olha daquele jeito.
Eu perco a concentração e você me derruba.
-Entendo. Retrucou ele. - Você fica emocionalmente
abalada. Precisa lidar com isso. É uma fraqueza.
-Você pretende ser meu inimigo
algum dia, que eu deva me esquivar de apreciar quando me olha?
Perguntou ela cinicamente. -Estou correndo perigo com
você?
Ele ficou quieto e olhou-a
fixamente. Depois olhou em volta lentamente.
-Sabe que eu jamais faria qualquer coisa para
antagonizá-la. Disse sincero. -Apenas sou aquele que
a treina e preciso lhe dizer suas falhas. Você foi minha melhor aluna.
-Coloque-me para treinar com um bom lutador e lhe
mostro que não serei derrotada. Garantiu
ela.
-Você é minha melhor lutadora corpo-a-corpo no
momento. Não há páreo para você, a não ser eu. Lembrou ele.
-Tem algumas opções. Uma é colocar um clone virtual
feito por Protheus. Eu sempre uso em minhas horas de folga como
treinamento. Começou ela e ele ficou
quieto um pouco.
-Voce é ampasiana, não foi treinada para levar a sério
o oponente quando ele não é feito do mesmo material que você. Protheus sabe
disso. Você os derrota porque quer destruir, não derrotar. Precisa treinar para
derrotar e deixar o oponente vivo. Frisou ele.
-Bem, temos a outra opção. Andie. Ela pode se mutar em
mim e seria uma luta justa, você tem que admitir. Disse ela ainda sorvendo a
sopa.
-Andromeda não leva lutas a sério. Já vi o jeito que
ela briga quando é corpo a corpo. É uma grande piada. Ela não presta atenção,
faz piadas, se distrai e não tem técnica alguma, apenas habilidade. Tudo numa
luta é metódico e matemático. Disse ele aborrecido e Tercy olhou-o fixamente,
depois sorriu.
-Ela o derrotou. Deduziu Tercy e ele nada disse.
–Claro que ela o fez. Ela absorveu o que você é e o derrotou. Eu conheço o
jeito de Andie. Ela faz algo como igual até cansar, e quando isso acontece, ela
acaba com um bom argumento ou no caso da luta, ela derruba o oponente quando
poderia ter feito logo no início, mas estava se divertindo.
-Andromeda é peculiar tendo aquele corpo que não
intimida e cheio energia primária. Ela está melhor na posição que tem. Uma
intelectual. Ela ridiculariza quem quer ser um soldado para a proteção do
Imperio que ela vai comandar. Criticou ele.
-Não seja duro com ela, Ax’l. Voces são tão amigos. Eu
mesma não pude acreditar que você pudesse ser amigo de alguém como ela. Achei
que havia algo acontecendo entre vocês. Disse ela amável e alisou a mão dele
sobre a mesa.
Ela
sabia que Ax’l apreciava o toque dela, mas nunca dizia coisa alguma. Apenas,
nunca a afastava.
-Nunca houve coisa alguma entre mim e ela. Fui
treinado para ficar ao redor dela e
proteger os outros que a confrontavam, somente isso. E sim, eu aprecio a
amizade dela. Andromeda é sincera e nunca tentou ser mulher comigo. Não tenho tempo
para mulheres atrás de mim porque nasci com uma aparência ariana. Disse ele
secamente.
-Voce é lindo, meu bem, só isso. Orianos o são.
Mulheres e homens. Vocês são o protótipo de beleza human[oide. Vocês trouxeram para os humanos menores a
ideia de deuses com beleza inumana. Não se sinta pressionado. Eu gosto de olhar
pra você também. Disse ela carinhosa e alisou o rosto dele. –Mas o ponto é que
você não quer me deixar treinar com ninguém além de você. E isso é sua culpa.
-Não gostaria
de vê-la se exibindo com outro em qualquer modalidade. A não ser que seja
absolutamente necessário. Disse ele finalmente e ela sentiu seu coração bater
mais forte.
Ax’l não era de falar o que sentia, nem mesmo para ela.
Ela podia senti-lo, mas ele raramente falava algo que mostrasse o que sentia. E
ela sentiu os ciúmes dele naquele momento. Sorriu para si. Fazia bem para o ego
dela, mas continuou sua sopa em silêncio. Ele levantou-se ao ver alguns alunos
dela se aproximando da mesa.
-Eu verei você mais tarde. Tenho compromissos agora.
Disse ele inexpressivo.
-Você está sempre em guarda. Ironizou ela. -As pessoas
o assustam tanto assim?
-Não é meu trabalho ser gentil. Retrucou ele. -As
pessoas perguntam demais, e eu, tenho pouco a dizer. Talvez por ter sido
soldado toda minha vida, não aprendi flexibilidade.
Ela sorriu para ele, que olhou-a fixamente e
se retirou, quando os alunos se aproximaram (...)"
E como todo casal, eles têm seus problemas...
"Terpcícore saiu apressadamente do
laboratório e continuou andando no corredor até a porta de saída. Desceu as
escadas, que desse lado já era bem bonito e não havia motivos de ser moderno.
Havia flores e plantas por todos os lados. Ela foi até o lago e desceu a
calçada, entrando por um portão antigo e coberto de trepadeiras. Correu até a
entrada do casarão e o empregado abriu a porta. Ela ignorou-o e foi até a sala
no final do corredor. Abriu a porta e viu Ax’l
colocando uns informes na tela imperial. Viu-o virar a cadeira e
olhá-la.
-Algo que eu possa ajudá-la? Perguntou ele sério,
vendo o ar aflito dela.
-Não. Continue o que está fazendo. Respondeu ela e
sentou-se na outra cadeira.
Ele viu-a sentar-se em frente ao
comunicador imperial e franziu o cenho.
-O imperador ou ministros não estão disponíveis. Estão
em reunião. Disse ele paciente.
-Não estou atrás do imperador, que pouco me importa o
que ele faz. Disse ela e ligou os canais. –Ele é um impertinente que usa a
posição dele para tirar vantagens.
-Terpcícore, você precisa lembrar que ele é o
imperador absoluto do Império que você serve. Replicou ele.
-Ax’l, eu só sirvo ao Império porque sirvo o lado que
mantém a ordem. Disse ela sem interesse. -Eu não reprovo Athan como imperador,
ele é bom no que faz, mas não gosto da arrogância dele. E a mania dele de
querer comandar até minhas ideias.
-Ele não quer comandar suas ideias e não sei de onde
tirou essa antipatia por ele. Retrucou ele e ela assentiu lentamente.
-Não tenho antipatia por ele.
O homem é bonito demais para eu ter antipatia por ele. Só tenho muito em minha
mente no momento. Disse ela apressadamente. –Preciso fazer a ligação.
A mulher era um grande guerreira e a melhor
roboticista do Império. Sabia que o imperador a admirava e confiava na lealdade
dela, mas os dois não conseguiam ficar no mesmo aposento, se não fosse em época
de ameaça ao Império, sem brigar. Ela falava o que pensava e uma delas foi
dizer ao imperador que ele deveria deixar Andie viver a vida pessoal dela sem o
envolvimento dele. Felizmente, o imperador não se ofendeu, apenas riu do que
ela falara. Ele voltou aos registros
dele. Ela viu os canais abrirem.
-Preciso falar com Andie e nada de me dizer que ela
está fazendo alguma coisa e não pode atender, porque conheço o itinerário dela.
Disse ela impaciente ao androide que atendera. -Eu também tenho o que fazer. É
urgente.
-Um momento alteza. Eu tentarei localizar a milady.
Disse o androide amável e a tela ficou azul.
-Vai tentar localizar a matusquela. Ela deve estar na
varanda dela, tomando o suco matinal e
vendo seu último projeto. Disse ela para si e recostou-se na cadeira.
-Paciência.
Ax’l arqueou o sobrolho e viu a mulher determinada a resolver o problema
que lhe incomodava. Ficou só observando para ver o que ela iria fazer.
Tercpcícore podia lembrar de como tudo começou e engoliu em seco. Sabia que
Andie poderia simplesmente não atendê-la dessa vez. O androide reapareceu na
tela.
-Doutora, milady não se encontra no Palácio. Está na
Academia Matriz. Disse o androide educado.
-Na Academia. Repetiu Tercy confusa.
-Ela tinha um projeto para estudar e preferiu ficar
longe do Palácio onde demanda atenção dela. Disse o androide rapidamente. –Posso tentar a
conexão, se quiser.
-Não,não se preocupe. Eu terei que ir à uma
recepção na Base onde a Academia está.
Irei mais cedo e falarei com ela pessoalmente. Disse Tercy distraída.
–Obrigada.
Ela
desligou e se levantou, ainda pensando se não era a mesma coisa que Andie
estudava.
-Falando na recepção. Disse Ax’l interrompendo os
pensamentos dela, que o olhou. –Não poderei ir com você. Tenho que ir à uma
reunião de última hora.
Tercy
saiu do ar distraído para o aborrecido. Escolheu bem as palavras.
-Ax’l, voce sempre está ocupado demais e nem vou
perguntar o que foi dessa vez que o impede de ir. Mas, estou ficando cansada de
tentar ter uma vida a dois, a um. Disse ela sem alteração. –Você é um excelente
soldado e alguém que o Império pode contar. E eu o elogio por isso. No entanto,
não vivo de fama e reputação com você. Quero uma vida a dois, quero ter você por perto para mais do que trabalhar ou para exibição de treinamento. Você está
sempre ocupado.
-É o meu trabalho, Terpcícore, e você sabe disso.
Argumentou ele.
-É o seu trabalho. Claro. Disse ela sorrindo
fracamente. –Você já se uniu a ele. E eu, sou somente seu complemento que pode
se integrar com você em qualquer fase da eternidade. Acha que trabalharmos juntos e dormirmos na
mesma cama já são o suficiente. Não sei, talvez eu esteja errada, mas não estou
pronta para esse tipo de relação ainda.
Ela
começou a andar pelo corredor e ele foi até a porta,chamando-a, que virou-se.
-Eu não entendi agora. Disse ele sério.
-Eu preciso de tempo para aceitar nossa união como
inevitável. No momento, para o que você quer me dar, eu não estou pronta ainda.
Disse ela amável.
-Terpcícore, é uma reunião com o imperador. Disse ele
aborrecido. –Por isso não posso ir à recepção.
-Garanto pra você que ele entenderia se você faltasse.
Está envolvido com Andie emocionalmente e por isso, entenderia sua falta. Mas,
você quer ser infalível e eu quero tempo. Suspirou ela e continuou andando pelo
corredor. –Não se preocupe, vá à sua reunião. Eu irei è recepção.
Ax’l ficou olhando-a se afastar não
muito certo do que ouvira ou da decisão dela."
E para dar um gostinho final nesse arranca rabo....
" Tercy
entrou na festa, e ficou na
varanda com a bela imagem holográfica do entardecer, que dava até para sentir a
brisa. Bebericou sua bebida e ficou pensando porque insistira em vir àquela
festa. Tinha preocupações maiores para enfrentar. Na realidade, não sabia se
tinha sido uma boa ideia adiar sua união oficial com Ax’l, ele não parecia
mudar em nada. Sentiu-se infeliz. Mas, olhou em volta, a festa estava animada e
ela sorriu vendo Theo olhá-la de onde estava.
Theodore Osmond era um humanóide
lindo demais com os cabelos negros até o pescoço, um bigode e cavanhaque bem
cuidados, a pele clara e os olhos mais verdes que já vira. Era alto e gentil
demais. Não era um soldado musculoso e
enorme como Ax’l, mas tinha o corpo bonito e estava sempre bem vestido. Ela
virou-se para a imagem do entardecer e de repente, se sentiu sozinha demais.
-Me olhar
e depois virar a cara não foi bonito. Disse uma voz masculina e ela virou-se.
-Theo, eu
não estava olhando ninguém específico. Não virei a cara. Disse ela sorrindo e
começou a andar até a mesa dela, que era perto da porta.
-Sei.
Mesmo assim, eu dei o melhor dos meus sorrisos e você ignorou. Disse ele
fingindo tristeza e sentou-se ao lado dela.
-Eu não
lembro de deixá-lo sentar. Comentou ela e ele sorriu.
-Você esqueceu, então. Brincou ele e ela acabou rindo. –Você está show de bola com
esse vestido sexy.
Ela usava um vestido amarelo justo
no corpo até os joelhos e tomara que caia. E sandálias altas. O vestido
acentuava o belo corpo que ela tinha e os cabelos estavam soltos sobre as
costas.
-Bem,
obrigada. Eu não sabia que vocêe tinha sido convidado para a festa de Paola.
Disse ela puxando conversa.
-Não fui.
Sou penetra. Disse ele misterioso e ela riu. –Eu queria ver você e achei um
jeito de entrar na festa.
-Queria me
ver. Repetiu ela e bebericou sua bebida. –Fico me perguntando a razão.
-Bem, na
realidade, eu queria saber se a imperatriz vai mesmo para a Torre do Dragão.
Perguntou ele em voz baixa e viu o ar atônito de Tercy.
-Ela
ainda não é a imperatriz e nao sei coisa alguma sobre a Torre do Dragão. Disse
ela confusa.
-Voce vai
saber. Afinal, os dragões estao atrás dela por uma razão específica. Disse ele
rapidamente e olhou em volta.
-Parece
estar querendo informação que não tem todos os detalhes e banca o fofoqueiro
comigo. Observou ela em guarda.
-Não
fique em guarda, eu não estou. Disse ele amigável. –Agora, guarde bem essa
informação, se você vai até lá.
-Estou
ouvindo. Disse irônica.
-“Para os
filhos que me visitam, somente uma porta abrirá, onde Zion reina para sempre
nas entradas de Na’cha’sh.” Recitou ele e ela olhou-o de cenho franzido. –Eu
não quero que faça perguntas, apenas guarde o que falei.
Ele falou isso e pegou a mão dela de
leve. Tercy ficou olhando-o fixamente e sentindo a quentura da mão dele sobre a
sua. Aquelas palavras pareciam ecoar em sua mente.
-Estou
interrompendo algo? Perguntou alguém de pé ao lado da mesa.
Tercy levantou o rosto piscando um
pouco e viu Ax’l em roupas casuais e elegantes. Theo soltou a mao dela
lentamente e encarou-o.
-Absolutamente
não. Disse Theo educado e sorriu. –Estávamos somente matando o tempo.
Tercy ainda tentava se recompor
surpresa entre ver Ax’l e as palavras que ouvira. Theo levantou-se e se
afastou. Ax’l sentou-se na cadeira dele e olhou-a fixamente.
-Eu estou
perdendo algo, talvez você queira me explicar. Pediu ele sério.
-Você não
perdeu coisa alguma, ainda. Frisou ela e tomou fôlego, voltando à bebida. –O
que está fazendo aqui?
-O
imperador me dispensou da reunião sem eu pedir. Disse ele inexpressivo. –Parece
que suas dores o atingiram de alguma forma.
-Você não
precisava ter vindo, mesmo ele o dispensando. Sei que você é ocupado. Disse ela
sem interesse. –Sei me divertir sozinha.
-Eu vi
que sabe. Retrucou ele.
-Você está insinuando algo ou quer ser mais claro? Indagou ela.
-Primeiro
você me diz que não quer se unir a mim, nao está pronta ou coisa assim, porque não
consegue se adaptar ao meu jeito de ser, quando já sabia como eu era. Depois,
encontro você com um casanova, falando coisas mais interessantes do que eu
porque estava com a mente longe daqui. Disse ele aborrecido. –Você me parece
disposta a provar que sou inapropriado para você, mesmo sendo seu complemento.
-Eu não
estava provando coisa alguma. Vim à festa que me comprometi a vir, e você usou
uma desculpa qualquer, e conversava com um velho amigo. Disse ela friamente.
–Não tentava provar coisa alguma.
Ax’l olhava em volta. Parecia se
recompor. Tercy podia estar errada, mas ele estava com ciúmes. E procurava as
palavras certas para falar.
-Você vai
se unir a mim na data esperada, Terpcícore. Não está confusa, não está com
dúvidas. Está apenas querendo romance, flores e bombons. Disse ele gelidamente.
–Nós não somos kennels cheio de dúvidas de nossos sentimentos. Somos ocupados
demais e apreciamos o que fazemos. Temos certeza do que somos e nossos
complementos sabem o que sentimos. Não me peça para burlar o que sou.
-Não
estou pedindo para voce burlar coisa alguma. Quero somente que tenha algum
tempo livre para eu me exibir com você. Disse ela cortante. –De vez em quando,
algo frugal é necessário para manter a relação interessante. Estou cansada de
trabalhar e ter você longe, sem
conversas interessantes. E chegar em casa, ou você nao está lá, ou quando está, sua companhia é Protheus. E não me leve a mal, eu acho Protheus o máximo, mas
eu estou em casa. Deixe o trabalho no trabalho. Eu quero ser prioridade.
Ax’l era altamente compreensivo,
mesmo sendo frio e distante. Ficou pensando em tudo que aprendera sobre seu
complemento e o quanto apreciava tê-la à sua volta. Tercy era barulhenta e
alegre. Trabalhava sem parar e fazia tudo com perfeição. Tinham uma enorme casa
em Orion e ela cuidava de tudo com destreza e sem reclamar. Seus projetos
estavam sempre em dia e ainda tinha tempo para ir a festas de amigos.
-Eu
admito que você tem sido admiravelmente paciente com meu jeito. Disse ele
finalmente. –E peço desculpas se não consigo ser o que vê em sua mente
romântica. - ele segura a mão dela com delicadeza enquanto levemente passava o polegar sobre os dedos.
-Ax’l, eu
amo você. Essa é minha parte romântica. Acho você um deus mitológico, como
diria Andie. Mas, tudo isso está ficando de lado porque não consigo ter uma
vida a dois com você. Tudo é trabalho. Precisamos encontrar algo interessante
para nós dois fazermos juntos a parte do trabalho. Disse ela chateada. –Estou
cansada da solidao.
Ele olhou em volta e viu a
quantidade de casais conversando entre si e pareciam felizes juntos. E nem
sequer eram complementos ainda. Sim, Ax’l reconhecia complementos geneticos de
imediato. Fora treinado para isso. Por isso, passara tantos anos protegendo a
imperatriz como se fosse um amigo intimo. Ela era o complemento do Imperador e
ele precisava cuidar que ela ficasse sempre protegida dos perigos enquanto se
desenvolvia. Olhou para Tercy e gentilmente fê-la sentar-se em seu colo. Falou olhando-a fundo nos olhos:
-Vamos a
Paradise e Éden. Disse ele de repente e ela arregalou os olhos. –Você precisa
de férias comigo e eu preciso sair da visão do trabalho se quiser ficar com
você do jeito que quer.
Tercy sorriu radiante e Ax’l viu que
acertara em cheio.
Sem se incomodar com o que os outros convidados pensariam, ele a beijou apaixonadamente.
Não queria perder seu complemento emocionalmente porque fora
treinado para ser soldado frio e distante. Ela não era parte somente de sua
vida militar. Era sua outra parte. A melhor."
Ui!!! É pra cair de boca mesmo.
A DAMA DOS PORTAIS é uma saga da literatura fantástica, composta por 5 livros.
Você pode encontrar o primeiro volume traduzido em:
Para os volumes seguintes, entrar em contato direto com a autora em:
adamadosportais@hotmail.com
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