Kindle Alexander - Always

Este é o primeiro livro desta autora que resenho aqui. Não que seja o primeiro dela que leio; na verdade venho acompanhando o trabalho dela há algum tempo e publico as resenhas a respeito em meu perfil no Goodreads.
Mas por uma simples razão: os livros de Kindle trazem um romance contemporâneo gay M/M (quer dizer homem/homem).

Aqui no Brasil este gênero ainda não chegou (o que não é novidade. Só agora entramos pra valer na era Romances Históricos. Estamos a anos luz atrasados!), mas em outros países, ele é mais do que sucesso.

Sejamos sinceros, o “Arco Íris Power” veio para ficar. O setor de turismo já entendeu isso e cria pacotes direcionados ao público LGBT.

Não adianta tapar o sol com a peneira. Um país que vibra como se fosse final de campeonato de futebol quando finalmente uma novela em horário nobre transmite um beijo gay, seria hipocrisia fingir que este tipo de livro não existe.


Portanto, se você acompanha minhas resenhas e se sente incomodado(a) com o gênero que vou resenhar agora, pare de ler e volte aqui amanhã, quando eu voltar com outra resenha “florzinha”. Mas se você não tem preconceito, é ousado ou simplesmente curioso, seja bem vindo e vamos ao livro!



Ficha técnica: Always
Autora: Kindle Alexander
Editora self
Lançamento original: 11/março/2014
Lançamento BR: ainda não
280 páginas

"Nascido em uma família de políticos de prestígio, Avery Adams joga tão duro no dia a dia quanto no trabalho. O lindo, carismático advogado está acostumado a obter o que quer, até mesmo os freqüentes encontros de uma noite, o fizeram ganhar sua merecida reputação de playboy. Quando alguns dos homens mais proeminentes na política sugerem que ele concorra para o senado, Avery decide que chegou o momento de seguir os passos de seu avô. Com uma estratégia delineada  e a campanha em andamento, Avery está pronto para entrar na vida política a todo vapor. Mas nenhum planejamento  o preparou para o belo e metódico dono do restaurante que poderia inviabilizar seu futuro político.

Fácil  sequer está no top das mil palavras para descrever a vida de Kane Dalton, depois que seu pai, um devoto pastor batista do sul, o expulsa da casa da família por questionar sua orientação sexual. Apesar de todos os tomates podres que a vida joga no seu caminho, Kane faz algo por si mesmo. Entre possuir um sofisticado e próspero restaurante italiano no coração do centro de Minneapolis e gerenciar seu namorado de longa data, sua vida está tumultuada. Ele se esforça para seguir os ensinamentos de sua infância e, ao mesmo tempo, aceitar plenamente sua sexualidade e livrar-se das dúvidas provocadas por sua educação religiosa. A última coisa que ele precisa é a sofisticada distração em forma de um loiro gostoso sentado na mesa trinta e quatro."

ROMANCE CONTEMPORÂNEO. LANÇAMENTO. ERÓTICO. M/M.


(English review scroll down)

Anos 1970.

Concorrer ao Senado pelo partido Democrata. Isso poderia parecer algo simples para Avery Adams. Ele vinha de uma família de políticos. Seu avô havia alcançado o cargo mais alto na política americana. Seria só uma questão de tempo até que ele chegasse lá.
Advogado renomado, Avery era lindo, alto, inteligente, com um carisma bem conhecido dos políticos e gay.
Ele não levantava bandeiras. Mantinha sua vida na maior discrição possível, mas não fugiria de uma briga se fosse necessário.



Tinha fama de playboy porque gostava de manter seus casos a um braço de distância, mas na verdade, ele ainda não havia encontrado a pessoa certa. Até que decidiu experimentar o restaurante italiano mais badalado de Minnesota, o La Bella Luna.
Fora só e esperava encontrar alguém com quem pudesse voltar para casa. E foi "atropelado" pelo próprio dono do local...

Kane Dalton. Vinte e cinco anos com uma bagagem com mais baixos que altos na vida. Aos dezoito anos, ao comunicar à família que era gay, foi expulso de casa com a roupa do corpo somente. Seu pai, um pastor austero, nunca lhe perdoou por isso. Kane vagou sem rumo, dormiu na rua e passou fome, até ser acolhido por um homem que trabalhava como cozinheiro. Paulie cuidou de Kane como a um filho e o ensinou sua profissão.
Trabalharam e cresceram profissionalmente e hoje eram os donos de La Bella Luna. Um restaurante chique, que vivia com a agenda lotada, com seu cardápio sofisticado e sua bela decoração, sempre com flores frescas.

Kane era lindo, mas não tinha noção de sua própria beleza. Seu sofrimento o transformara em alguém bom. Sua criação religiosa o fizera temente a Deus e mesmo sabendo de sua orientação sexual, no fundo se sentia não merecedor de suas graças. Sua vida era dedicada ao seu trabalho. Tinha um namorado de longa data, Brian, mas muito mais por costume do que por amor. Não havia tempo para o romance. Seus bloqueios o levavam a ser fechado e focar apenas no trabalho.



Quando um dos garçons anunciou para Kane que um Adams estava em seu restaurante, ele viu como uma grande oportunidade de divulgação. Se um homem influente como aquele gostasse de seu estabelecimento, outras figuras importantes seguiriam o exemplo.
Depois de alguns minutos em que o cliente já estava à mesa sendo servido, Kane foi até lá como bom anfitrião, apresentou-se e perguntou se tudo estava indo bem. Deu-se o caos!!

Avery não lhe dirigiu a palavra e Kane achou ter estragado toda a noite, deixando uma péssima impressão no cliente. Dois dias depois, ainda se sentindo culpado, Kane enviou um pedido de desculpas a Avery pelo inconveniente.

Acontece que Kane acertara Avery em cheio. Ao ver o belo espécime à sua frente, Avery não sabia nem o que falar. Logo ele, um famoso advogado, sempre pronto a contra argumentar. Para dissipar a má impressão, ele retornou ao restaurante dias depois e procurou por Kane.

Mas como se aproximar dele quando este parecia arredio e fugia mostrando-se sempre muito ocupado? Do jeito que todo Adams sabia fazer de melhor: atacando.

Atração fatal? Melhor do que isso.
De alguma maneira Avery sabia estar de frente à pessoa que mudaria para sempre sua vida. Sua certeza era tanta que mesmo com toda campanha ao Senado estando engatilhada, ele sabia que ainda não era o momento do povo aceitar o tipo de relacionamento que ele queria ter com Kane, e ele preferiu desistir. Da campanha.

Como todo relacionamento, Avery e Kane tiveram seus altos e baixos.
O passado de Kane veio à tona, seu peso por sua escolha de vida, a consciência pesada, a ausência da familia - que só o procurava quando precisava de dinheiro, o que ele mandava religiosamente todo mês. Mas Avery foi paciente e soube ajudar Kane a sair de sua concha.

O tempo que estavam juntos fez com que quisessem ter uma família e eles partiram para a fertilização in vitro. Tiveram Autumn e Robert.

Quando os filhos já contavam 10 anos, o Partido Democrata enviou um convite a Avery para tentar o Senado mais uma vez, e desta vez ele aceitou e ganhou.
Sua carreira política decolou e o apoio de Kane e dos filhos foi fundamental.

Os filhos cresceram. Autumn seguiu os passos do pai e tornou-se advogada, enquanto Paul formou-se médico cirurgião.
O casamento de seus pais estava sólido e era exemplo para eles, e este exemplo eles levariam para a vida, porque Avery e Kane estavam juntos. SEMPRE juntos.

Para. respira.

"Eu me sinto um lixo nesse momento"


Minha resenha parece simplista, mas este é um dos romances mais LINDOOOOOOOS que eu já li nos últimos tempos.
Dois homens lindos, mas não poderiam ser  mais diferentes entre si.

Avery era totalmente seguro de si. Ele era gay e estava ok com isso. O fato de ter desistido de sua campanha naquele primeiro momento não foi por si mesmo, mas por entender que a população ainda não estava preparada para o que ele queria na vida. E ele queria o pacote completo com Kane. Talvez sua carreira política tivesse morrido ali, mas ele preferiu arriscar porque sentiu que Kane era um em um milhão.

Já Kane era cheio de neuras. Sua educação religiosa o ensinara a ser bom e temente a Deus, mas as atitudes de sua família o deixaram confuso e inseguro. Sentindo-se indigno de ser amado, ele buscava no trabalho o paliativo para esquecer do que perdera.
Ao entrar de cabeça no relacionamento com Avery - muito mais pela segurança que Avery lhe passava do que por sua própria certeza -, ele aprendera pouco a pouco o que era de verdade o amor de uma família. 
Isso sem contar que ele encontrara em Paulie, aquele homem viúvo e rústico, o apoio e amor que não tivera em casa.

Avery tornou-se a cereja do bolo em sua vida. Eles construíram uma vida digna de contos de fadas: uma casa construída para começarem a vida juntos; seu restaurante ia de vento em polpa, com possibilidade de expansão; e decidiram até mesmo aumentar a família.

Mais do que uma criança saudável, tiveram um casal e a partir dali Kane começou a entender o que era ser abençoado.

Com o retorno de Avery à política, claro que o estilo de vida diferenciado deles seria usado e atacado pelos oponentes, mas a criação até então dada aos filhos mostrou-se ter uma base sólida, e procuraram manter o máximo que puderam sua vida particular fora da mídia.

Mas claro que o pai de Kane apareceu em cena e amaldiçoou não so o filho, mas os filhos deste.
Avery não permitiria que isso ficasse impune; Kane era uma pessoa boa demais para ver seu próprio pai em rede nacional o condenando ao fogo do inferno. Então, ele decidiu que algo deveria ser feito. Era um absurdo saber que para o Pastor Dalton, o filho não era bom o suficiente para ser amado, mas seu dinheiro enviado mensalmente era muito bem vindo para manter uma bela casa e um carro do último modelo para seu uso.

Não vou dizer qual foi o desfecho desse caso, mas antecipo que foi melhor que a encomenda!!

O relacionamento evolui e eles vão vencendo cada obstáculo que surge, como em qualquer relacionamento.
Os anos passam, há alguns saltos no tempo, mas o ritmo da história não é corrido. A história termina no início dos anos 2000.
Os personagens são tão apaixonados e apaixonantes que é impossível não se sentir assim...




Ou assim...




Pontos positivos: ritmo - personagens - forma com que o romance é apresentado - o valor da família.É um stand alone escrito na terceira pessoa. E você nunca mais verá estas flores com os mesmos olhos...



Momento mais marcante para mim? Não foi nada relacionado ao amor deles, e olha que eles se amavam muito e as cenas são bem hot, mas sim a atitude da mãe de Avery:

"Eu sempre tive fé em você. Desde que o segurei em meus braços pela primeira vez, eu sabia que você estava destinado a fazer grandes coisas. Você me dá muito orgulho, Avery. Eu te amo, meu filho."

Totalmente diferente da atitude dos religiosos pais de Kane.

Ponto negativo: você tem estoque de caixa de lenço?




Você começa bem, tenta se manter no salto, mas por fim...



E quer saber? O livro NÃO é triste. É que tudo é tão lindo, com tantos detalhes que fazem a diferença, que você só tem que chorar mesmo.

Preconceito? Tô fora! A história mostra a que veio e passa uma mensagem linda. Mesmo chorando, você se sente bem.
É ler, provar e aprovar.

Taí um novo segmento, com um público cada vez maior, para as editoras brasileiras começarem a prestar atenção.

POSSO DAR MAIS QUE 5 ESTRELAS?

Sobre a autora:  





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(English review)


1970s .

Running for Senate on Democratic's. This might seem simple to Avery Adams. He came from a family of politicians. His grandfather had reached the highest office in American politics. It would be only a matter of time before he got there.
Renowned lawyer, Avery was handsome, tall, intelligent, with a well-known political charisma and gay.
He kept his life in the utmost discretion but would not run away from a fight if necessary.
He was reputed playboy because he liked to keep his love cases to an arm's length, but in fact, he had not found the right person yet. Until he decided to try the hippest Italian restaurant in Minnesota, La Bella Luna.
He went there alone and hoped to find someone with whom he could return home. And he was "hit" by the restaurant's owner ...

Kane Dalton. Twenty-five years carrying more problems on his shoulders than any man with the same age. At eighteen, when he communicated to his family he was gay, he was expelled from home with only the clothes on his backs. His father, an austere pastor, never forgave him for it. Kane wandered aimlessly, slept on the street and went hungry, until to be helped by a man who worked as a cook. Paulie took care of Kane as his own son and taught  him his profession.
They worked and grown professionally and were now the owners of La Bella Luna, the best Italian restaurant in Minnesota, which lived with its busy schedule,  sophisticated menu and beautiful decor, always with fresh flowers .

Kane was lovely but had no sense of his own beauty. His suffering turned into someone good. His religious believes made ​​him God-fearing and knowing his sexual orientation, deep felt undeserving of God blesses. His life was dedicated to his work. He had a longtime boyfriend, Brian, but much more by custom than by love. There was no time for romance. His locks were taking him to be closed and focus only on work .

When one of the waiters told Kane that an  Adams was in his restaurant, he saw it as a great opportunity to promote the place. If an influential man as him liked his establishment , other important figures would follow him.
After a few minutes the client was already being served at the table, Kane went there as good host, introduced himself and asked if everything was going well. The chaos was began!

Avery did not spoke to him and Kane thought he screw up the whole evening, leaving a bad impression on the client. Two days later, still feeling guilty, Kane sent an apology to Avery for the inconvenience.

The fact was Kane had hit Avery in full. Seeing the beautiful specimen in front of him, Avery did not know what to say. He was a famous lawyer, always ready to argue against, and couldn't say a simple word!! To dispel the bad impression he returned to the restaurant days later and searched for Kane .

But how to approach him when he seemed aloof and fled showing up always too busy? Avery did what he does best: attacking.

Fatal Attraction? Better than that.
Somehow Avery knew he was facing the person who would change his life forever. His confidence was such that even with all Senate campaign being run in few days, he knew it wasn't the best time to people accept the kind of relationship he wanted with Kane, and he chose to give up. The election.

Like any relationship, Avery and Kane had their ups and downs.
Kane's past came to light, his guilt on his choice of life, conscience, lack of family - that only sought when they needed his money, he sent religiously every month. But Avery was patient and knew Kane to help him out of his shell.

The time they were together made ​​them want to have a family and they search for a surrogate. Autumn and Robert came to their lives.

When the children already had 10 years, the Democratic Party sent an invitation to Avery  try again the election, and this time he accepted and won.
His political career took off and was the support by Kane and children was essential .

The children grew up. Autumn followed his father's footsteps and became a lawyer, while Robert graduated as surgeon.
The marriage of their parents was solid and was an example to them, and they would take this example to life because Avery and Kane were together. ALWAYS together.

Stop. breath.




.
My review seems simple, but this is one of the most BEAUTIFULLLLLLLL  novel I've read in recent times.
Two gorgeous men, but could not be more different.

Avery was totally sure about himself. He was gay and he was ok with that. The fact of having given up his campaign that first moment it was not for himself, but considered that the population was not prepared for what he wanted in life. And he wanted the full package with Kane. Perhaps his political career died right there, but he chose to risk because he felt that Kane was one in a million.

Kane was already full of neurotic. His religious upbringing taught him to be good, God-fearing, but the attitudes of his family made him confused and insecure. Feeling unlovable, he sought work in palliative to forget that loss.
Entering headlong into relationship with Avery - more about security Avery handed him than by his own certainty - he learned little by little that there is a true love among family.
Not to mention that he had found on Paulie, one widowed and rustic man, the support and love he didn't find at home.

Avery became the icing on the cake in his life. They built a life worthy of fairy tales: a house built to begin life together, Kane's restaurant was successful, with plans for expansion, and even decided to raise a family.

More than a healthy child, they had twins and Kane began to understand what means being blessed.

With Avery's return to politics, of course the distinctive lifestyle of them would be used and attacked by opponents, but the way they raised their kids proved to have a solid base, and tried as best they could to keep their private life out media.

But of course Kane's father appeared on the scene and cursed not only his own son, but the children.
Avery would not let that go unpunished, Kane was a good person to see his father on national television condemning him to the hell. So he decided that something should be done . It was absurd to know to Pastor Dalton his son was not good enough to be loved, but his money sent monthly was very welcome to keep a nice house and newest car model.

I will not say what was the outcome of this case, but I can say it was better than what was planned!

The relationship evolves and they overcome every obstacle that arises, as in any relationship.
The years pass, there are some jumps in time, but the pace of the story is not fast. The story ends in early 2000.
The characters are so passionate and exciting that it is impossible not to feel this way...





Positive point: pace - characters - the way  the novel is presented - the value of family. It's a stand alone book  written in the third person. And I'll never see those flowers with the same eyes...

Most emotional moment for me? It was not anything related to their love, and WOW! They really love each other and the love (sex) scenes are hot , but the attitude of Avery's mother:

"I've always believed in you. Since I first held you in my arms, I knew you were destined to do great things. You make me proud, Avery. I love you, Son"


Totally different from Kane's parents attitude.

Negative point: Do you have stock of tissue box?




You get right, tries to keep calm, but eventually...






And you know what? The book is NOT sad. It's that everything is so beautiful, with so many details that make the difference, you just have/need to cry.

Prejudice? I'm out! The story brings the message of love, companionship, loyalty. Even crying, you feel good after reading.
You should read, test and approve.

Now there's a new growing audience for Brazilian publishers begin to pay attention.

CAN I GIVE MORE THAN 5 STARS ?

Comentários

  1. I love this REVIEW! You are awesome! Thank you for giving this book a try and putting it out to the world! BIG HUGS my friend!

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