Maratona Romances Históricos: Laura Lee Guhrke - Muito Mais que Uma Princesa (Guilty #4)



Ficha técnica: Muito Mais que Uma Princesa (She's No Princess)
Autora: Laura Lee Guhrke
Editora Essência (Planeta)
Lançamento original: Maio/2006
Lançamento BR: 2008
341 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance Histórico

Protagonistas: Lucia Valenti e Sir Ian Moore
Local/Ano: Bolgheri, Livorno, Itália; Gibraltar; Londres, Inglaterra/ Entre 1830-37, no reinado de Guilherme IV

"Filha ilegítima de um príncipe e de uma famosa cortesã, Lucia viveu confinada em escolas e conventos durante a maior parte da sua vida. Mas, essas experiências não a impediram de provocar um escândalo depois do outro. 
Exasperado, o príncipe Cesare de Bolgheri decide que a filha deveria se casar o quanto antes. Para arranjar o casamento, Sir Ian Moore, o mais respeitado diplomata britânico, é chamado às pressas. De volta à Inglaterra, ele promete a si mesmo que achará um marido para Lucia, mas logo vê que sua experiência de diplomata talvez não seja suficiente para quebrar a resistência da moça. 
Apesar de não faltarem candidatos, nenhum está à altura do espírito e da paixão de Lucia."


Mais um livro antigo, lido antes da criação do blog, que agora recebe uma resenha à altura.

Lucia Valenti, 22 anos, era uma princesa sem sê-lo. Filha bastarda do Príncipe de Bolgheri e Francesca, uma famosa cortesã, a amante que o príncipe mais amou, ela dava muito mais trabalho do que ele gostaria.

Criada pela mãe, ao se envolver com um ferreiro, foi enviada para um convento. Mas apesar das restrições a que era imposta - um quarto sem janela, infestado de ratos -, ela conseguiu fugir. 
Por um curto período de tempo ela viveu próxima a seu pai. Claro que a princesa, esposa, detestou esse arranjo, mas sua meia irmã, Elena, adorava, porque pelo menos, enquanto Lucia estava por lá, havia diversão.E uma dessas diversões foi quando Lucia resolveu escalar o muro do castelo para assistir o carnaval de rua. Elena acabou seguindo-a e as duas foram descobertas por guardas do castelo que estavam de folga no carnaval.
Por Lucia ter fugido já não era novidade. O problema era Elena, que ainda não tendo 18 anos, já estava prometida em casamento a um duque austríaco, quando completasse 21. Manobra política, é claro.
Após esse episódio, Lucia foi enviada para viver com uns primos que nunca havia conhecido e deu um jeito de fugir para voltar a viver com a mãe na Inglaterra.
Sendo tão indomável, e preferindo ficar de joelhos em frente ao próprio diabo, mas não ao pai, o príncipe decidiu que a única forma de pôr cabresto na filha era casando-a.
E como tudo girava em torno de política, ele queria que o marido dela fosse com um britânico, para estreitar os laços com este país, porém católico, com algum título e posses, para não caracterizar um casamento por interesse. Apesar que o príncipe estava oferecendo um generoso dote para sua filha. E o fato de ele ter assumido sua paternidade, tornava-a mais valiosa.

Mas os escândalos da suposta princesa estavam chegando rapidamente na Inglaterra, e para tal missão fora designado um cavalheiro diplomata; alguém que havia negociado a paz entre países notadamente inimigos, mas este não sabia do problemão que tinha em mãos...



Sir Ian Moore,aos 35 anos, havia alcançado uma respeitabilidade em seu trabalho como diplomata que poucos homens poderiam ter. Seu último grande feito, resolver a contenda entre os austríacos e italianos, através da promessa de casamento da princesa de Bolgheri Elena com um duque, havia lhe angariado muito respeito por ambos os lados citados, além de uma carta pessoal de agradecimento do governo britânico, através do Primeiro Ministro.
Agora, ele estava a caminho de resolver o sério problema entre os turcos e gregos, quando foi chamado a Gibraltar numa missão nova, que ele não conseguia conceber qual era. O que poderia ser mais importante do que a guerra iminente entre aqueles dois povos?

Chegando lá ele não ficou nada satisfeito com sua nova missão. Segundo ele, teria de bancar o casamenteiro para uma princesa bastarda mimada.

Seu encontro com Lucia Valenti não foi nada fácil. Uma adversária à altura. Ela era rápida nas respostas, rebelde, tempestuosa, tinha uma boca generosa - nada daquelas boquinhas em formato de coração das britânicas -,um corpo escultural e um par de seios chamativos. Agora ele conseguia entender por que a princesinha vivia se metendo em apuros.
O desafio foi aceito e como dois enxadristas, cada um precisava fazer o outro dar o movimento correto para o xeque-mate.

Primeiro precisavam chegar a um acordo sobre onde ela poderia ficar hospedada, quem seria sua chaperon. Porque, por mais que Lucia fosse dedicada à sua mãe, viver sob o mesmo teto que uma famosa cortesã que ainda vivia em pecado com seu protetor, o Lord Chesterfiled, não seria nada bom no currículo dela.

Ela queria um local no qual fosse fácil fugir para visitar sua mãe; ele queria um local onde ela pudesse ser vigiada 24h para não fugir.
Local decidido: a casa do irmão de Ian, o famoso musicista Dylan Moore. Lá, Ian teria a esposa de Dylan, Grace, como chaperon, a companhia da sobrinha de 10 anos, Isabel, além dele mesmo poder se hospedar,
Mas toda essa convivência não seria fácil para ele pela simples razão de que Lucia nunca jogava limpo. Ela sabia que tinha uma ótima aparência e usava isso como arma, a saber, a sedução. Fosse num inocente jogo de xadrez, ou num passeio de carruagem.

Além disso, ela queria ter o prazer de escolher o próprio marido...

"Quero um marido forte, bonito e viril que possa me amar com uma paixão igual à minha. Esse homem nunca terá a necessidade de procurar cortesãs. Esse homem não vai dormir em nenhuma cama que não seja a minha. Esse homem será tratado por mim como um rei, e eu serei a luz que iluminará o seu dia. Esse homem vai me dar muitos filhos. Esse homem vai acordar nos meus braços todas as manhãs com um sorriso no rosto e vai estar apaixonado por mim todos os dias da sua vida, até ser enterrado." (pag 107)





Aaaawwwwwwww!!!!!
Isso seria um sério problema para Ian...

O tempo para que Lucia encontrasse seu príncipe encantado estava correndo, seis semanas que culminariam com a visita de seu pai ao país.

Alguns nomes sugeridos na lista de Ian para ela foram elencados. Lucia passou a frequentar o maior número possível de eventos para ser conhecida e conhecer seus pretendentes.
Nesse meio tempo, sua fama começava a chegar na Inglaterra, fazendo com que certos pretendentes desistissem dela. Afinal, eles a consideravam "mercadoria danificada". Por outro lado, com tão pouco tempo para conhecer o amor, Lucia tinha que usar de estratégias para identificar um possível candidato, e isso também colocou Ian em meio a confusão, mais precisamente em meio a uma briga na qual um soco destinado a outro nobre acabou sendo amortecido no  rosto dele. Lucia era sinônimo de dinamite.

Mas a grande verdade é que nenhum daqueles candidatos conseguiria domá-la. Nenhum deles despertou nela mais do que simples amizade. E quem estava fazendo seu sangue correr mais rápido sequer podia candidatar-se por não ter título de nobreza, nem ser católico.

Mas isso não foi problema o bastante para ela, e na noite do baile em que ela deveria escolher seu noivo, sua escolha foi feita... de uma maneira que um novo escândalo aconteceu. Lucia teria de converter-se a uma nova religião e Ian perderia seu cargo de embaixador.

O que era para ser felicidade, acaba tornando-se em parte uma mágoa. E mesmo tendo se casado com o homem certo para ela, aquele a quem ela amava, ela não aguentava mais vê-lo com olhar perdido por lamentar a perda do trabalho tão desejado.
Lucia estava disposta a fazer o impensado para ver Ian feliz, ainda que isso significasse perder o marido e o orgulho...



A história passa um pouquinho depois do "felizes para sempre", que, na verdade, ainda não havia alcançado isso.
Dois personagens fortes, carismáticos. Um enredo que envolve.

A parte histórica traz um período histórico real, com um condado na Itália, o de Bolgheri, de fantasia. O local existe e possui um castelo lindo.


  
A Inglaterra vivia um período de centro do mundo e seus desejos, através da política e sua diplomacia, eram respeitados, reverenciados e acatados por outras nações do mundo.

O livro faz parte de uma série, GUILTY, da qual somente este foi trazido para o Brasil. Sim, cada história pode ser lida separadamente, mas como toda leitora ávida, gostaria de conhecer os outros livros anteriores. Inclusive um deles é a história do irmão de Ian, Dylan, e como ele conhece Grace. Ela o salvou de uma tentativa de suicídio (HIS EVERY KISS, Guilty #2)

De continuação desta série, adoraria que a autora escrevesse a história de Isabel. A pequena talentosa musicista já mostra um espírito livre e deve dar tanto trabalho quanto Lucia.

O ritmo é delicioso; os embates entre eles, engraçadíssimos; a dose certa entre romance e sensualidade.
Um livro que vale a pena ter na estante. Um dos meus preferidos e também responsável por minha volta aos históricos - adquirido no mesmo dia do de Patricia Cabot.

5 ESTRELAS!!

Sobre a autora




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*Gravuras: Jon Paul Ferrara. www.jonpaulstudios.com

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