ESQUENTA BIENAL | Colleen Houck - O Despertar do Príncipe (Deuses do Egito #1)



Ficha técnica: O Despertar do Príncipe (Reawakened)
Autora: Colleen Houck
Editora Arqueiro
Lançamento original: 11/agosto/2015
Lançamento BR: agosto/2015
384 páginas
POV: terceira pessoa (prólogo de cada parte); primeira pessoa - Lily
Gênero: Romance contemporâneo; Young-adult; Fantasia: Mistério

Protagonistas: Amon e Liliana "Lily" Jailene Young
Local/ano: Egito; NY/séculos atrás; atual

"Quando a jovem de dezessete anos, Lilliana Young, entra no Museu Metropolitano de Arte certa manhã, durante as férias de primavera, a última coisa que esperava encontrar é um príncipe egípcio ao vivo com poderes divinos, que teria despertado após mil anos de mumificação. E ela realmente não poderia imaginar ser escolhida para ajudá-lo em uma jornada épica que irá levá-los por todo globo para encontrar seus irmãos e completar uma grande cerimônia que salvará a humanidade. Mas o destino tem tomado conta de Lily, e ela, juntamente com seu príncipe sol, Amon, deverá viajar para o Vale dos Reis, despertar seus irmãos e impedir um mal em forma de um deus chamado Seth, de dominar o mundo."




"O Wadjet, ou Olho de Hórus, pode ser visto em obras de arte e esculturas por todo o Egito. Dizem que um amuleto feito com o Olho de Hórus é capaz de afastar o mal e proteger quem o usa. O símbolo é um sinal da proteção do deus do sol e um lembrete: quando somos privados de tudo aquilo que valorizamos, finalmente conseguimos ver a verdade."





Egito Antigo. As cidades estavam assoladas por pragas; saqueadores tomaram conta de tudo; os deuses pareciam ter abandonado a todos. Os principais reis reuniram-se a portas fechadas com seus sacerdotes e chegaram a conclusão que estava na hora de adorar o deus Seth. A partir daquela decisão, a prosperidade passou a reinar. Houve abundância de tudo. Mulheres estéreis conceberam, como foi até o caso da esposa do rei Heru.
Na verdade, os reis Khalfani, de Asyut, e Nassor, de Waset, também foram abençoados com herdeiros. As três crianças nasceram no mesmo dia, com diferença de horas. E os três tornaram-se amigos e ligados como irmãos de sangue.
Vinte anos se passaram e o caos voltou a reinar. Uma nova reunião com os sacerdotes e foi anunciado que Seth agora queria um sacrifício além de meros animais, ele queria a vida dos três príncipes.
Os três decidiram que pelo bem do povo iriam aceitar o sacrifício, mas a voz da maioria decidiu que não. Prontos para encontrarem uma nova solução, uma maldição terrível caiu sobre todos e os príncipes acabaram sendo mortos de qualquer forma.
Devastada, uma das rainhas exortou ao povo que voltassem sua fonte de adoração aos deuses esquecidos e um deles acabou por sentir-se tocado com tamanha devoção do povo.

Anúbis aparece acompanhado de seu cão e diz que irá proteger o povo criando uma cerimônia que deveria se repetir a cada mil anos. Os três príncipes mortos seriam honrados ao serem transformados naqueles a serviço dos deuses. Cada um receberia poderes e um trabalho específico a fazer; e isso seria até que seus préstimos não fossem mais necessários.

E assim nasce a lenda do despertar dos príncipes...



"Ter um coração de esfinge significa ter um coração de leoa. Mas a esfinge é também uma protetora, uma defensora. Quando ela abre suas imensas asas, cria um vento poderoso que afugenta o mal."




Liliana Young começava suas férias com um enorme problema: seu último ano letivo de Ensino Médio estava acabando e ela precisava escolher logo a profissão que iria tomar para o resto da vida.
Sua vontade era algo em que pudesse observar as pessoas sem necessariamente interagir com elas; talvez pscóloga. Mas só de cogitar isso já faria seus pais arrancarem a cabeça.

Seu pai era um famoso advogado. Sua mãe trabalhava com mídias. Há algum tempo eles decidiram que morar num aparthotel era melhor; no coração de NY, de frente ao Central Park.
Liliana tinha uma grande mesada, desde que se mantivesse aluna nota 10; comparecesse nos eventos estipulados por seus pais e não se envolvesse com os caras errados, o que na concepção dela significava acabar não se envolvendo com ninguém.
Uma outra grande paixão dela era o museu Met. Sendo seu pai um dos grandes doadores, Liliane tinha uma carteira de sócia vitalícia, conhecia a maioria dos funcionários e volta e meia tinha acesso a algumas áreas fechadas à visitação.
E foi num dia assim, quando queria o silêncio como companhia para fazer a tenebrosa lista de opções de cursos a estudar, que ela acabou na área ainda em reforma onde abrigaria a nova exposição itinerante do Egito.
Ao encontrar-se sozinha em meio a plásticos de obra e caixas, ela ouve um barulho estranho como se algum animal estivesse arranhando uma superfície. Indo verificar o que era, acabou chocando-se com um rapaz - não mais do que 20 anos - vestido com uma saia antiga egípcia, careca e absurdamente imponente.
Quando ela pensava que poderia se mandar dali, acabou sentindo-se paralizada quando essa pessoa proferiu algumas palavras, fazendo-a retornar ao lado dele.

Mesmo depois quando conseguiu sair do museu, ao ver esse rapaz andando na rua (bobagem dizer que com aquela roupa ele estava chamando pra lá de atenção!), ela sentiu que precisava ajudá-lo de alguma forma.

Resumo da ópera? Liliana foi apresentada a Amon, que tinha um objetivo em mente: acordar os seus 2 irmãos, e eles tinham um prazo curtíssimo a fazer isso, ou uma maldição de proporções épicas iria destruir tudo que ela conhecera na vida.
E aí começa a nossa aventura...



Diretamente de NY para o mundo, mais precisamente para o Egito, numa época pré-faraós, Liliana, ou melhor Lily, se vê envolvida entre maldições, pragas, caça ao tesouro, magia, arqueologia e a sensação de que a Liliana Young de outrora não existia mais.

Se você leu a saga A MALDIÇÃO DO TIGRE, sabe que a autora não trabalha pela metade. Ao longo da leitura você aprende de tudo e mais um pouco sobre o Egito Antigo: mumificação, seus deuses, pirâmides, encantamentos.

Amon e seus dois "irmãos", Asten e Ahmose, precisam mais uma vez deter Seth de tentar destruir o mundo.
Normalmente seus corpos eram guardados por pessoas do povo que os mantinham em segurança até que ressurgissem, tivessem seus órgãos coletados novamente para terem força suficiente para combater o inimigo. Entretanto, dessa vez algo saíra errado, e Amon veio a acordar em plena NY, dentro de um museu, totalmente longe de seus vasos canópicos - ou vasos da morte. Enquanto ele não os recuperasse, ele iria precisar de um "doador" de força vital. E é aí que Lily entra em cena. 

Tudo leva a crer que, apesar de perigosa, a missão seria completada sem grandes consequências, já que os três já haviam feito isso antes. Depois, tudo seria esquecido quando eles voltassem para o lugar de onde vieram.
Porém, com a participação de Lily, tudo muda de figura.
Há um vínculo temporário criado entre ele e ela - vínculo este que ele não queria aprofundar por saber quais seriam as consequências. Mas seus irmãos pensavam o contrário. E ao deixar algo para trás, Amon não sabia que acabara de mudar o curso da história...



O ritmo é moderado. Muitas explicações que devem ter o máximo de atenção do leitor porque você nunca sabe quando uma daquelas explanações fará a diferença na hora de salvar o pescoço de alguém.
Os personagens são encantados - no pleno sentido da palavra. Quando há a reunião dos três irmãos, fica ainda melhor!
O enredo é totalmente voltado para quem gosta de egiptologia. Se não curte esse assunto, esqueça. Vá ler outra coisa.
O livro não termina em cliffhanger, mas claro deixa o gancho para o próximo. 
E como o lançamento foi praticamente simultâneo, o próximo livro só mesmo no ano que vem (ainda sem capa ou sinopse, mas apenas o título: RECREATED).

Lembrando que a autora estará presente na Bienal. Portanto, prepare seus livros para os autógrafos.

5 ESTRELAS MAIS QUE MERECIDAS!!!!

Faltam  13 dias para a Bienal/RJ

*Livro cedido pela editora, em parceria, em troca de uma resenha de opinião honesta.

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