Mary Balogh - Ligeiramente Perigosos (Os Bedwyns #6)



Ficha técnica: Ligeiramente Perigosos (Slightly Dangerous)
Autora: Mary Balogh
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2004
Lançamento BR: 2017
304 páginas
22 capítulos + epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit; New Adult

Protagonistas: Wulfric Bedwyn, duque de Bewcastle, e Sra. Christine Derrick
Local/ano: Londres; Gloucestershire; Hampshire/1817,18,19

"Aos 35 anos, Wulfric Bedwyn, o recluso e frio duque de Bewcastle, está ávido por encontrar uma nova amante. Quando chega a Londres, os boatos que correm são os de que ele é tão reservado que nem a maior beldade seria capaz de capturar sua atenção.

Durante o evento social mais badalado da temporada, uma dama desperta seu interesse: a única que não tinha essa intenção. Christine é impulsiva, independente e altiva – uma mulher totalmente inadequada para se tornar a companheira de um duque. Ao mesmo tempo, é linda e muito, muito atraente.

Mas ela rejeita os galanteios de todos os pretendentes, pois ainda sofre para superar as circunstâncias pavorosas da perda do marido. No entanto, quando o lobo solitário do clã Bedwyn jura seduzi-la, alguma coisa estranha e maravilhosa acontece. Enquanto a atração dela pelo sisudo duque começa a se revelar irresistível, Wulfric descobre que, ao contrário do que sempre pensou, pode ser capaz de deixar o coração ditar o rumo de sua vida."




Parece que esta é a semana de despedida de séries.
Enrolei o máximo que pude para ler este livro, mas não tem jeito. Vamos a ele.

Relendo as resenhas anteriores, abracei novamente todos os motivos do porquê essa série é tão gostosa de ler.
Tem a questão de os mocinhos - os Bedwyns - não terem a beleza clássica dos demais livros. A dinâmica familiar é um ponto alto, que eu adoro, e neste livro aqui, tem umas cenas bem engraçadas de como os irmãos compactuam para ajudarem o mais velho, o sisudo duque, a se livrar de uma pretendente. A descrição é maravilhosa do tipo, irmãos estarem deitados na cama do outro, literalmente fofocando. E os cunhados e cunhadas juntos. A personalidade de cada irmão ser diferente e, ao mesmo tempo, a autora tomar o cuidado em trazer pontos em comum, assim como deve ser. E, como final, o fato de que a autora deixou o mais difícil de agradar dos Bedwyns para o fim, deixando a áurea de mistério em alta o tempo todo.
Vai deixar saudade, mas a gente sempre tem o recurso de poder reler, certo?

Se você não leu os anteriores, sugiro que pare de ler agora e vá lê-los. Terá spoiler.


Alleyne estava vivo e, com a memória restaurada, voltou para casa no dia do casamento de Morgan e Gervaise.
Mas alguns anos já haviam se passado.
O Parlamento entrava em recesso e, de repente, Lindsey Hall, a casa-mor dos Bedwyns, tornou-se vazia e grande demais para Wulf. Além disso, ele havia perdido sua amante há pouco tempo para uma doença pulmonar. Eles haviam tido esse arranjo por mais de dez anos. E, apesar de Wulf nunca ter amado Rose, ele sentia falta dela.

Indo contra seus hábitos, ele resolve aceitar um convite, meio que de última hora, para fazer parte de uma reunião no campo, em Gloucertershire. O Visconde Mowbury, cujo papo era inteligente, quem convidou Wulf. Para ele seria uma reunião de intelectuais.

Hector Magnus, o tal Visconde, era desmazelado com sua aparência, o oposto de Wulf, mas para este o importante era a oportunidade de ter companhia inteligente para uma conversa.
Sendo distraído como era, Hector nem se atentou que a festividade, na verdade, era em comemoração ao noivado de seu irmão, oferecido por sua outra irmã, Lady Renable.

E logo na chegada, Wulfric tem a bela surpresa (só que não) de ter seu olho atingido por limonada.



A culpada por esse deslize protocolar é ninguém menos do que Christine Derrick, viúva do irmão mais novo do Visconde Elrick.

Christine já não andava nas altas rodas fazia tempo, mas continuava amiga de Melanie Renable, apesar de achar esta meio frívola.
Com a morte de seu marido, o clima entre ela e seus cunhados não era dos melhores e, ao invés de ser mantida financeiramente por eles, ela preferiu voltar a morar com sua mãe e sua irmã solteirona, Eleanor. Sua irmã do meio, Hazel, era casada com o pároco da região, e tinham um filho.

Como o irmão de Melanie convidou o duque que Bewcastle, conhecido por seu perfeccionismo, o número de convidados, entre homens e mulheres, estava ímpar, e Melanie recorre a Christine para ajudá-la a equilibrar o número.
Christine não queria encontrar com Hermione e Basil, irmão e cunhada de Oscar, seu falecido marido, mas acabou cedendo porque sabia que Justin, irmão caçula de Melanie e muito amigo dela, estaria lá.

Após o desastre da limonada, Christine mais uma vez "desafia" o duque quando, ao estarem todos os convidados juntos para o chá, ela não tinha feito qualquer questão de ser apresentada anteriormente a ele, e, quando ele a olhou usando seu inseparável monóculo, ela não desviou o olhar.

Wulfric achou Christine irritante. Isso sem contar que estava vestida fora de moda, tinha os cabelos curtos e encaracolados, sardas, estava bronzeada demais. 

Ele estava preso por vários dias num evento que não era de intelectuais e ainda teria de aguentar uma série de solteiras que na certa haviam feito algum planejamento (na verdade, fora uma aposta) de quem conseguiria ficar com ele. Maldita hora em que ele decidiu não manter sua rotina.

Tentando ficar só, ele sai para caminhar e é literalmente atropelado por Christine, que conhecendo a região, leva-o com ela para mostrar alguns pontos.
Christine havia ganho a aposta, que era de apenas conseguir entreter o duque por uma hora inteira, mas ela não reivindicou o prêmio. Apenas comentou sobre ele com Justin, seu amigo, dando risadas e graças aos céus porque a partir dali poderia evitar totalmente o duque metido.

Os dias passam e outros acontecimentos aparecem, como Wulf descobrir sobre a aposta - e que Christine havia ganho, para irritação dele; Hermione e Basil não poupam esforços em sempre humilhar Christine - eles a culpam pela morte de Oscar; Justin entra como defensor de Christine tentando colocar Wulf em seu lugar; com seu espírito livre e expansivo, ela se põe numa saia justa quando ocorre um acidente e sua roupa rasga, e o duque vem em seu socorro.

Mas o ponto crucial era que, por mais que o duque e Christine sentissem animosidade mútua, a atração também estava lá. No baile de despedida, eles consumam o ato. Ele já havia proposto a ela que fosse sua amante, uma posição cheia de vantagens, mas que ela não pestanejou em rejeitar não uma, mas duas vezes.

Quando se separaram, por incrível que pareça, ele não conseguiu parar de pensar nela. Nem mesmo quando poderia arrumar uma nova amante, uma atriz que, antes mesmo que ele fizesse a oferta, já deixara claro que ela aceitaria.

O duque e Christine voltam a se encontrar no casamento. Dessa vez ela estava muito bonita, com um novo guarda-roupa bancado pelo cunhado.
Wulf chega a conclusão de que ele a queria e começa a planejar a como vai alcançá-la.

A Páscoa se aproximava e ele resolve reunir a família em Lindsey Hall. Aproveita e convida os Derrick, incluindo Christine que, sem saber, seria a convidada de honra. 
Mas ele disfarça bem porque além de um pedido de casamento que ele não queria recusa, Wulf precisava desvendar um mistério que envolvia uma morte, uma fofoca, uma grande mentira, e, então, um novo duque de Bewcastle surgia do recôndito do peso da responsabilidade jogada nos ombros de um menino que queria ser pirata...



Christine amou. Apaixonou-se perdidamente por Oscar, que mais parecia um deus grego, e foi correspondida. Mas nos últimos anos de seu casamento, ela foi do céu ao inferno. E quando Oscar morreu, ela ainda teve que amargar a culpa. Ninguém acreditava nela. Exceto Justin, mas ele era uma voz solitária em meio a tantas acusações.
Ela preferiu se isolar com sua família, sem ter qualquer ajuda de custo da família do marido e, para distrair-se, ela ajudava outras pessoas e se tornava o raio de sol que essas pessoas precisavam. Seu espírito era o de brilhar, mesmo em meio a adversidades.

Wulfric, por sua vez, quando ainda criança, tinha seus sonhos. E conhecer tudo que ele passou tão logo o pai teve o primeiro ataque cardíaco e o menino ser separado do resto dos irmãos para preparar-se para ser o futuro duque, é dolorido de ler.
Wulf foi forjado pela dor, pela solidão e pelo dever. Fez coisas que magoaram a própria família. Ele era o duque e sua palavra não podia ser contestada.

Até que aos 35 anos, ele encontra uma mulher que não está nem aí para ele ou seu título; que o contradiz, que contra-argumenta, que quer ser feliz. E o duque, considerado sem coração, encontra o seu.

Um final perfeito de série.
Os Bedwyns agora estão mais numerosos, mais barulhentos, mais unidos e mais felizes.




Um cadin' mais de spoiler?
Como os Bedwyns ficam:

Lorde Aidan Bedwyn e Eve > Davy e Becky (adotivos) e Hannah
Lorde Rannulf Bedwyn e Judith > William e Miranda
Freyja Bedwyn e Joshua, Marquês da Hallmere > Daniel e Emily
Morgan Bedwyn e Gervaise, Conde de Rosthorn > Jacques e Jules
Lorde Alleyne Bedwyn e Rachel > Laura e Beatrice (gêmeas) e Robert




*LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de uma resenha de opinião honesta
**Gravura: Chris Cocozza

Comentários