(#7) Maratona Romances Históricos: Loretta Chase - Romance Entre Rendas (As Modistas #4)




Ficha técnica: Romance Entre Rendas (Dukes Prefer Blondes)
Autora: Loretta Chase
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2015
Lançamento BR: 2017
320 páginas
Prólogo + 21 capítulos + Epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit; New Adult

Protagonistas: Oliver Radford e Lady Clara Fairfax
Local/ano: Londres/ 1817; 1822; 1835

"Que lady Clara Fairfax é dona de uma beleza estonteante, Londres inteira já sabe. Mas a fila de pretendentes que bate à porta de sua casa com propostas de casamento já está irritando a jovem.

Cansada de ser vista apenas como um ornamento, Clara decide afastar-se um pouco da alta sociedade e se dedicar à caridade. Um dia, numa visita a uma obra social, ela depara com uma garota em perigo e pede ajuda ao alto, sombrio e enervante advogado Oliver Radford.

Radford sempre foi avesso à nobreza, mas, para sua surpresa, pode vir a se tornar o próximo duque de Malvern. Embora queira manter sua relação com Clara no campo estritamente profissional, aos poucos ele percebe que ela, além de linda, é inteligente, sensível e corajosa.

E quando a perspectiva de casamento se aproxima, tudo o que Radford pode fazer é tentar não perder a cabeça por Clara. Será que a herdeira mais adorada da sociedade e o solteiro menos acessível de Londres serão vítimas de seus próprios desejos?"



Nas próximas 7 semanas, o blog trará um livro de cada maratona (Parcerias; Romances Históricos e Nacional). O número correspondente no título não é de ranking da blogueira, mas apenas uma contagem regressiva.

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Depois de três livros - e ter se metido nas maiores confusões -, Clara Fairfax ganha sua história.
Mas tudo começa anos atrás, quando ela conheceu Oliver, que estudava em Eton com Clevedon e Harry, irmão de Clara.
Oliver era conhecido por sua inteligência. E sua aparência, que não era dos mais bonitos, com um nariz proeminente, fê-lo ganhar o apelido de Corvo. Mas por conta de sua inteligência, Clevedon e Harry o chamavam de Professor Corvo.

Oliver sofria perseguição e agressões de seu primo, Bernard, que era gordo e burro. Este desdenhava de Oliver principalmente porque o pai dele, George Radford, por ser um dos filhos mais novos de um duque, dificilmente herdaria algum título e, por isso, estudou Direito e foi trabalhar para se sustentar. Essa mesma diretriz permeou a vida de Oliver.

Clara passou pela vida de Oliver quando ela ainda tinha 8 anos de idade e, num incidente em Vauxhall, ela o ajuda a se livrar de Bernard.

Anos à frente, eles se encontram num momento de quase desastre. Por pouco Clara não é atropelada por uma carruagem desgorvernada, e se não fosse por Oliver, o pior teria acontecido. Pouco tempo depois, um novo encontro. Dessa vez é Clara quem aparece no escritório dele à procura de um advogado para ajudar a encontrar o irmão de uma das meninas que faziam parte da Sociedade das Costureiras para a Educação de Mulheres Desafortunadas, mantida pelas irmãs Noirot, que agora faziam parte da nobreza.

Oliver faz pouco caso da preocupação de Clara pelo menino, achando algo típico de "pobre menina rica" entediada.
Entretanto, mais uma vez Clara Fairfax o surpreende.
E junto a esse pedido inusitado de Clara, uma ameaça paira no ar. A carruagem que quase atropelara Clara, na verdade, tinha como alvo o próprio Oliver. Era a respeito de um caso que ele vinha trabalhando. Mas o garoto que Clara procurava estava trabalhando para esse mesmo homem escroque. E, a partir daí, a vida de Clara também passou a estar em perigo.

Em meio a aventuras, a ter contraído tifo, e a uma ameaça de se casar com Bernard, primo de Oliver, agora o Duque de Malvern, Oliver teria de escolher entre o que era o certo a fazer e o que o seu coração ditava.



Para quem acompanha a série desde o início, sabe que Clara Fairfax é figurinha mais do que conhecida.
No livro #1, ela era a quase noiva do Duque de Clevedon, que acaba por se casar com Marcelline Noirot.
No livro #2, ela era a irmã de Harry. Ela se mete em confusão quando foge com um aproveitador, e Harry e Sophia têm de bolar um plano mirabolante para que Clara fosse resgatada sem ter a reputação arruinada. Afinal, ser filha de um marquês e irmã de um conde não poderia salvá-la de qualquer coisa.
E no livro #3, ela é a prima do marquês de Lisburne, assim como de Gladys, a moça mal-humorada que tinha tido uma péssima apresentação na Sociedade.

Aqui, apesar de já ter passado por tantas temporadas, para desespero de sua mãe, Clara continua solteira, mas sendo um ótimo partido. Claro que seu dote e beleza ajudavam e muito.
O recesso do Parlamento havia sido postergado e o pai de Clara permanecia na cidade, assim como os pretendentes dela, que não a deixavam em paz.

Ela ainda tinha a firme determinação de se casar por amor, tal qual havia acontecido com seu irmão, com Clevedon e seus primos.

Mesmo sendo conhecida por sua beleza e elegância - ah, sim! As irmãs Noirot haviam revertido o jogo a favor delas e conquistado Clara como uma de suas principais clientes. E Clara fazia jus à sua fama de mulher elegante nunca repetindo roupa e fazendo de sua caminhada em qualquer lugar como uma grande passarela de moda -, Clara não era uma mulher de mente vazia. Ela tinha real preocupação em ajudar os menos afortunados. Além disso, apesar de isso não ser exatamente mencionado pela autora, em vários momentos o leitor percebe que Clara tem memória fotográfica, quando cita passagens inteiras, de memória, do que foi conversado.

Desde a infância, Clara havia surpreendido Oliver.
De fato, quando ela o ajudou, aos 8 anos, no ataque que ele sofrera por Bernard, isso o afetou de tal maneira que ele até mesmo pensa ter se apaixonado por aquela menina ali.
Mas a realidade era diferente demais.
Clara era filha de um nobre, irmã de outro. Oliver estava numa fila de "possível" herdeiro de um título, coisa que ele não queria de verdade - herdeiro presuntivo.
Mas reencontrar Clara e se meter naquela aventura com ela, fez com que ele repensasse seu futuro. E daí, surge uma das cenas mais engraçadas no livro: a forma com que Oliver usa para convencer os pais dela a aceitá-lo como genro (lembrando que desde o livro #1, ou antes disso, Clara fora criada achando que se casaria com Clevedon. Ela foi preparada para ser duquesa!). 

Entre bate-bocas, confusão, doença, quase morte, acidentes, julgamentos, o casal chega ao seu "felizes para sempre".

Termina, então, a série As Modistas, na qual a autora fez um trabalho primoroso de pesquisa sobre moda (tecidos, modelos, revistas da época) e neste aqui, sobre as Escolas de Crianças Desafortunadas (as Ragged Schools) e outros assuntos policiais e judiciais.
E é exatamente por isso que não vou dar uma avaliação em estrelas ao livro...



Ao longo da leitura, eu tive um pequeno problema com a tradução.
Durante toda a história, Clara é chamada de maneira formal de Vossa Graça.
O problema é que Clara é filha de Marquês e irmã de Conde, mas não duquesa. E essa forma de tratamento é direcionada apenas a príncipes/princesas e duques/duquesas.

Ao verificar a palavra em inglês, vi que o termo correto a ser usado deveria ser Vossa Senhoria.

Ah!! Mas não é a mesma coisa? NÃO, não é.
Se fosse, a cena do livro ERA UMA VEZ NO OUTONO, de Lisa Kleypas (pag 126), lançado pela mesma editora, não faria o menor sentido.
Então, para MIM, esse erro, que se arrastou pelo livro inteiro, fez uma diferença negativa muito grande.

Além disso, houve trechos no livro em que o parágrafo é reproduzido em primeira pessoa, quando ele foi escrito em terceira.

Para não ser injusta com a autora, que merece cinco estrelas pelo excelente trabalho, prefiro me abster de dar estrelas.

Mas, ainda incentivo a leitura.
O casal é muito bem trabalhado. Ritmo muito bom. Diálogos inteligentes. Sem cliffhanger.

*Gravura > Victoria Davies, Pinterest
**LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de resenha de opinião honesta.

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