(#4B) Maratona Parcerias: Julia Quinn - A Soma de Todos os Beijos (Quarteto Smythe-Smith #3)



Ficha técnica: A Soma de Todos os Beijos (The Sum of All Kisses)
Autora: Julia Quinn
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2013
Lançamento BR: 2017
272 páginas
Prólogo + 22 capítulos + Epílogo
Gênero: Romance de época; Chick Lit. New Adult

Protagonistas: Hugh Prentice e Sarah Pleinsworth
Local/ano: Londres; Cambridgeshire/1821; 1824

"Lorde Hugh Prentice é um gênio da matemática e teve sua perna (e sua vida) arruinada por causa de um duelo com seu amigo, Daniel Smythe-Smith.
Nesse livro, conheceremos um pouco da história de Hugh, antes e depois do acontecido. Sua família, o desespero de seu pai para conseguir que um de seus filhos lhe desse um herdeiro, visto que um não é chegado à mulheres e o outro, provavelmente terá dificuldades em encontrar uma esposa, e principalmente em ter filhos.
E, claro, sua relação de amor e ódio com Sarah Pleinsworth, prima mais velha de Daniel, que mesmo antes de conhecê-lo, já odiava Hugh por ter arruinado sua família através desse duelo.

Mas, as coisas começam a mudar quando Honoria, sua prima, pede para Hugh substituir seu padrinho no casamento e para Sarah ser sua acompanhante durante sua estadia, para que ele ficasse mais confortável diante dos familiares de Daniel. E esse tempo se prolonga, já que Daniel se casará duas semanas depois da irmã e resolve torná-los uma única festa...
É claro que eles não se dão no início, mas com o tempo, ainda mais depois do primeiro casamento, quando ela fica impossibilitada de andar, eles deixam as diferenças de lado e começam a se conhecer realmente, e, o que era ódio, acaba se tornando uma paixão avassaladora.
Mas as limitações de Hugh vão ser apenas um dos problemas que o casal enfrentará pelo caminho..."




Continuação da série > Livro #1 > resenha; Livro #2 > resenha

Havia três coisas que Hugh Prentice evitava o máximo que pudesse:
Assassinos condenados;
Seu pai, o Marquês de Ramsgate;
e Sarah Pleinsworth.

Os três estavam conectados pelo ocorrido há um pouco mais de três anos, quando Hugh e Daniel Smythe-Smith se envolveram numa briga por causa de um jogo de piquet (jogo este que absolutamente ninguém ganhava de Hugh, mas naquela ocasião Daniel ganhou e Hugh resolveu acusá-lo de roubar e acabaram num duelo).
O duelo era para ter acontecido sem nenhuma vítima. Hugh era ótimo atirador, Daniel, não. Mas os dois estavam bêbados demais. Hugh errou a pontaria acertando o ombro de Daniel, e Daniel, desesperado com o sangue, escorregou na grama molhada e atirou ferindo a coxa de Hugh.
O pai de Hugh, achando que seu filho mais novo ia morrer, ameaçou matar Daniel. Este fugiu do país e passou a ser caçado por assassinos contratados.

Por causa desse episódio, as mulheres da família Smythe-Smith que iriam debutar naquele ano, não puderam se apresentar à sociedade, recolhendo-se ao campo. E quis o destino que aquele exato ano se tornasse o mais promissor a formar casais. Quatorze anunciaram noivado. Sarah não poderia perdoar Hugh. Era tudo culpa dele.

Os anos se passaram.
Hugh pessoalmente foi atrás de Daniel para garantir-lhe de que seu pai não iria mais caçá-lo. E para provar isso, ele tinha um documento assinado pelo marquês. Hugh tinha uma carta na manga para manter seu pai sob controle.

Agora, dois casamentos iriam ser realizados no clã Smythe-Smith: Honoria iria se casar no dia seguinte com Marcus Holroyd, conde de Chatteris, e Daniel, com Anne, ex-professora das meninas Pleinsworth.
Hugh era um dos convidados e por mais que quisesse evitar encontrar-se com Sarah, prima de Honoria e Daniel, ele precisava limpar a imagem ruim que restou-lhe depois daquele duelo.

Para piorar só um pouquinho mais a situação, um dos primos de Honoria que deveria se sentar à mesa do café da manhã pós cerimônia de casamento caiu doente, e para não ficar lugar vago, Honoria dá a Hugh esse privilégio.

Detalhe: ao lado de Sarah.

Eles teriam de astiar a bandeira branca para não deixarem a noiva estressada.
Ao longo das próximas semanas, com os dois eventos, Hugh e Sarah tornam-se mais íntimos, com direito a viajarem na mesma carruagem; ensaiarem uma peça de Harriet e a beijos no jardim de madrugada.

Apesar de Sarah ter diminuído as brigas que vinha tendo com Hugh, o que a fez realmente passar a vê-lo com novos olhos foi quando ela se acidentou caindo da carruagem e torceu o tornozelo. Depois de vários dias acamada, e entediada, ela decidiu ir até a biblioteca, mas o tornozelo dolorido não permitiu que fosse adiante. É quando Hugh aparece andando com sua bengala e a oferece a ela. Só então ela entendeu que a dor dele, ininterrupta, o tornava mais do que especial.

"Daquele momento em diante, Sarah não se perguntava mais por que ele não sorria com muita frequência. Em vez disso, passou a se admirar por ele ainda sorrir."

O casal parecia ser promissor, ainda que só Harriet tivesse percebido o quanto Sarah andava de bom humor. Mas quando eles são pegos no flagra por Daniel, este exige que Hugh diga a Sarah o seu grande segredo. Algo que poderia atingi-la caso os dois se casassem. E é a partir daí que Lady Sarah Pleinsworth mostraria todo o potencial - e teimosia - em ser uma Smythe-Smith até a raiz dos cabelos...



Esta história está intimamente ligada a anterior, portanto, você terá de ler o #2 antes.

Por que da briga que levou ao duelo?
Hugh tinha memória fotográfica. Ele conseguia recitar livros inteiros que tivesse lido. Isso o colocou em enrascada várias vezes no colégio porque os professores não acreditavam que ele pudesse fazer provas sem errar nada. Assim, ele aprendeu a "errar" nas provas de propósito.
Ele contava as cartas enquanto jogava, por isso sempre ganhava no jogo. Mas naquela noite, tendo bebido muito e com sua autoconfiança em alta, ele se confundiu e perdeu.

Por que ele evitava o pai?
O marquês de Ramsgate não era um homem fácil de lidar. Seu orgulho o levava a fazer coisas impensadas.
O irmão mais velho de Hugh, Freddy, herdeiro do marquês, vivia se indispondo com o pai e o evitava passando mais tempo em sua casa no campo. 
O marquês já havia desistido de que o mais velho se casasse e tivesse filhos. Na verdade, ele preferia que Hugh fosse seu herdeiro, e ele contava com isso, sabendo que Freddy morreria sem herdeiros e o título, então, passaria para Hugh. Mas quando Hugh ficou entre  a vida e a morte, teve que reaprender a andar e ficou coxo, o marquês achou que o filho tivesse ficado impotente, e decidiu que se vingaria de Daniel.

Ao longo da leitura, andando com sua bengala, Hugh me lembrou muito o personagem da série Dr. House. Com seu problema na coxa e sua dor constante, a diferença é que no tempo de Hugh não havia hidroquinona (curiosidade: Hugh é o nome verdadeiro do ator que faz House). 

A interação do casal principal é interessante. As brigas são engraçadas, e quando chegam ao ponto de começar a enjoar, a autora dá uma mexida fazendo com que a personagem sofra um acidente e passe a ver o mundo pela perspectiva dolorosa dele, e tenha empatia.
Da empatia para admiração, e paixão, é um pulo, e logo eles estavam se agarrando no jardim.

Os personagens secundários - um enxame deles, com essa família enorme - dão graça à trama. Os casais dos livros anteriores aparecem, assim como a famosa Lady Agatha Danbury, já que ela é bisavó de Marcus.

O final é muito interessante porque, diferente do costumeiro, em que o protagonista é o herói, aqui Sarah é quem se torna Billy, the kid.
Sem cliffhanger para o casal e direcionamento à história de Iris Smythe-Smith, no último livro da série.
4,5 estrelas



Lançamento do Quarteto no RJ


*Gravura > Pinterest

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