Ficha técnica: Carmim
Autora: Catarina Muniz
Editora Ler
Lançamento: 2017
248 páginas
33 capítulos + epílogo
POV: primeira pessoa - Louis e Carmen
Protagonistas: Louis Datelli Smith e Carmen Datelli
Local/ano: Miami; Atlanta (EUA); Barcelona, Zaragoza (Espanha); Santorini (Grécia), Chipre/atual
"Louis, um publicitário ítalo-americano na faixa dos 30, não tem do que reclamar: é bem sucedido, viajado, extremamente belo e sedutor. Porém, o falecimento repentino de seu avô o faz descobrir uma carta amarelada e amassada, e com ela, a espanhola Carmen.
Seu único objetivo era proteger a herança da família, dona de uma rede de confeitarias italianas espalhadas pelos EUA, mas ele acabará preso em teias encaracoladas cor de carmim."
Com muito trabalho, e graças às receitas da nonna, o negócio prosperou e os descendentes tiveram dias melhores do que o avô.
Este, aos 87 anos, passou mal após o jantar e veio a falecer.
Com toda a comoção da perda, na preparação para o velório, Louis foi incumbido pela avó de ir buscar um terno para o avô.
No necrotério, encontram um papel já amarelado pelo tempo.
Louis lê para ver do que se trata e o que descobre muda totalmente sua vida em mais de uma forma.
Era uma carta ao seu avô, de uma mulher chamada Guadalupe que dizia estar partindo com a filha deles, de 3 anos, já que ele não se mostrava interessado em tê-las por perto.
COMO ASSIM??
O avô que sempre foi um homem de família, correto, e sempre transmitiu aos filhos e netos valores como lealdade e decência, teve um caso que resultou numa filha?
Depois que passa o período mais negro da perda, Louis põe-se a investigar quem eram Guadalupe e Carmen.
Através das redes sociais, ele descobre que Carmen era dentista e morava em Atlanta.
Usando o truque mais velho do mundo, ele marca uma consulta e viaja de Miami para Atlanta, levando o primo Derek consigo, o único Datelli solteiro como ele, e seu melhor amigo.
Carmen e a mãe viviam em Barcelona.
Quando sua mãe sofreu um aneurisma e faleceu, devido a uma trombose pelos anos que trabalhou como aeromoça, Carmen viu-se sozinha e depressiva.
Ao longo de sua criação, sua mãe não falava muito sobre o pai da menina, e quando falava era para reclamar do pouco caso que ele deu a elas.
Mas agora, praticamente sozinha no mundo - seus avós maternos moravam em Zaragoza (ou Saragoça) -, ela recolheu todas as informações que tinha sobre o pai, como o fato de ele ser dono de uma rede de confeitarias em Miami, e foi atrás dele.
Sua aproximação foi discreta. Apesar disso, ela nunca conseguiu de fato conhecê-lo; sempre alguém dava a desculpa de que ele estava viajando. Depois de várias tentativas fracassadas, ela decide que era hora de seguir com a vida e deixar a família do pai para lá.
Ela escolhe Atlanta como sua nova casa, e depois de dois anos de espera para que sua papelada seja aprovada e ela possa exercer sua profissão no país, ela monta seu consultório.
Louis vai à consulta com Carmen e, SURPRESA!!!, sem querer descobre que tem uma cárie e precisa voltar dali três dias para terminar o tratamento.
Na segunda consulta, ele a convida para jantar, e como ela o achou para lá de interessante, acontece o primeiro encontro deles.
A partir daí, o casal, que se sente totalmente atraído um pelo outro, começa a se ver com constância, nos fins de semana, até que o inevitável acontece: eles se apaixonam.
Eu não queria falar nada, mas.... alguém lembrou que, na verdade, eles são tia e sobrinho?
Uma história moderna, do tipo, vidas cruzadas, segredos de família e "vamos ver no vai dar".
Louis foi procurar pela "tia perdida" sempre pensando no benefício da família. Vai que ela era uma aproveitadora, pronta para dar o bote de a filha perdida que quer sua parte na herança?
Mas o que ele encontrou foi uma mulher bem estabelecida em seu trabalho (o consultório estava sempre cheio), com um belo carro na garagem e que não estava à procura nem de um homem em sua vida, nem de um pai que a abandonou.
Carmen era bonita, charmosa, bem resolvida e tinha aquele jeitão enigmático da italiana.
Se ela não estava à caça, ele muito menos.
Sócio de uma agência de publicidade, seguia muito bem saindo com belas mulheres, sem qualquer compromisso, ainda que a família o cobrasse para sossegar.
Seu melhor amigo, seu primo Derek, de 35 anos, era pior ainda. Tinha uma namorada bate-e-volta, Cindy, por anos, mas não perdia a mania de ciscar em terreno alheio.
Porém, até para o canalha do Derek foi demais saber que seu primo estava namorando a tia.
Ao longo do relacionamento, outros acontecimentos surgem, como a doença da mãe dele e o casamento de Derek (quando um canalha casa, os céus dizem amém!)
O que gostei no livro:
A escrita da autora é fluida e prende o leitor. O ritmo é bom, com surpresas e revelações na hora certa.
Os personagens, tanto os principais quanto os secundários, são bons e, em agumas partes, engraçados (gostei do entrosamento dos primos, Derek e Louis). Há até mesmo a repetição de nome de uma personagem de outro livro da autora, Lola.
Sem cliffhanger.
O que não gostei:
A capa. A moça em relação ao ambiente atrás não está bem colocada (photoshop muito evidente), isso sem contar que a capa me lembra muuuuuito a de um outro autor de uma outra editora, e para um leitor não profissional e desavisado, pode até confundir os livros achando que fazem parte de uma série.
Além disso, um erro ENOOOORRRME!!!
A história se passa, basicamente, entre Miami e Atlanta... POR QUE A CIDADE DE NOVA YORK ESTÁ NA CAPA??? Nem Freud explica...
O livro é escrito em primeira pessoa, alternando entre o casal. Apesar de cada capítulo ter um título, não indica quem está falando. O leitor precisa começar a ler para descobrir de quem é a fala.
A questão temporal.
O livro começa pelo POV de Louis, contando a saga dos avós, a morte do avô, o enterro, a descoberta da carta, bla bla bla. Quando pula para o POV de Carmen, o leitor pensa que os fatos estão se passando na mesma época dos de Louis, quando na verdade, se passam anos antes. Isso o leitor só descobre bem mais à frente.
Pelo menos nesse trecho da história há uma confusão temporal. Depois disso, ok, a história segue normal entre os dois.
Se a autora tivesse apenas colocado o ano no início de cada capítulo já ajudaria ao leitor se encontrar na trama, até que tudo afunilasse aos dias atuais.
Muitos erros de revisão (especialmente no uso da crase).
Ainda assim, o enredo é interessante, polêmico e romântico.
Sempre teço comentários positivos à autora, desde seu debut com A Dama de Papel (resenha aqui). É uma autora que não tem medo de trazer temas diferenciados, misturando realidade e fantasia na medida certa.
Vale a pena conhecer o trabalho dela.
4 estrelas
*LIVRO cedido pela autora em troca de uma resenha de opinião sincera.
Ameeeeeeeeeeeei!!! O Borboleta que lê sempre arrasando nas resenhas! <3
ResponderExcluir