Julia Quinn - Mais lindo que a Lua (Duologia Irmãs Lyndon #1)



Ficha Técnica: Mais Lindo que a Lua (Everything and the Moon)
Autora: Julia Quinn
Editora Arqueiro
Lançamento original: 1°/março/1997
Lançamento BR: 08/janeiro/2018
272 páginas
22 capítulos + epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit; New adult

Protagonistas: Victoria Mary Lyndon e Robert Phillip Arthur Kemble, Conde de Macclesfield
Local/ano: Kent; Londres; Norfolk; Faversham; Ramsgate; Whitsable/1809; 1816

"Foi amor à primeira vista. Mas Victoria Lyndon era a filha do vigário, e Robert Kemble, o elegante conde de Macclesfield. Foi o que bastou para os pais dos dois serem contra a união. Assim, quando o plano de fuga dos jovens deu errado, todos acreditaram que foi melhor assim.

Sete anos depois, quando Robert encontra Victoria por acaso, não consegue acreditar no que acontece: a garota que um dia destruiu seus sonhos ainda o deixa sem fôlego. E Victoria também logo vê que continua impossível resistir aos encantos dele. Mas como ela poderia dar uma segunda chance ao homem que lhe prometeu casamento e depois despedaçou suas esperanças?

Então, quando Robert lhe oferece um emprego um tanto incomum – ser sua amante –, Victoria não aceita, incapaz de sacrificar a dignidade, mesmo por ele. Mas Robert promete que Victoria será dele, não importa o que tenha que fazer. Depois de tantas mágoas, será que esses dois corações maltratados algum dia serão capazes de perdoar e permitir que o amor cure suas feridas?"




Condado de Kent.
Robert Kemble, conde de Macclesfield, filho do Marquês de Castleford, ficou encantado com a jovem à beira do lago que, apesar de ser a filha do novo vigário, tinha uma língua afiada como um marinheiro.
Ele a observava escondido atrás da vegetação, e se surpreende quando ela começa a chamar-lhe pelo primeiro novo.
Obedientemente, ele vai até ela. Só mais tarde que ele fica sabendo que o Robert por quem ela chamava tratava-se de um menino de 8 anos, que havia combinado com ela de pescar naquele local.
A partir daquele dia, Robert,  nobre, e Victoria, a filha do vigário, com a língua afiada, passaram a se encontrar sempre.
A amizade surgiu depois de algo muito mais especial e raro: o amor à primeira vista.

Existiria mesmo tal coisa?
O casal juraria que sim, porque era exatamente como eles se sentiam.
Ficavam à vontade um perto do outro; passaram a trocar informações corriqueiras, assim como confidências e planos para o futuro.
Para ter liberdade de vê-la sempre - e o pai dela não encrencar -, usaram como desculpa aulas de equitação que ele estaria dando a ela, e que não eram de todo mentira.
A irmã de Victoria, Eleonora - Ellie -, três anos mais nova, acompanhava o casal em várias ocasiões, mas já sabendo negociar, Ellie ganhava uma moeda do futuro cunhado e ficava em algum canto lendo, enquanto o casal se afastava trocando juras de amor.

Ainda que o clima esquentasse um pouco entre eles, mantiveram a castidade - mais por insistência de Victoria do que por vontade de Robert.
Até que chegaram a um pouco que não dava mais para disfarçar o que sentiam.

O pai de Victoria era contra o romance e se preocupava com o próprio emprego. Exortava a filha a tomar a iniciativa de terminar o relacionamento já fadado ao fracasso, a final, como nobre, o que um conde iria querer de uma plebeia a não ser tirar-lhe a virtude e brincar com seus sentimentos?

Quando Robert confessou ao pai o que sentia por Victoria, este ficou possesso. O filho casando-se com uma qualquer? Nem pensar!

Foi quando Robert teve a ideia de elaborar um plano de fuga. Ele tinha 24 anos e Victoria, 17.
Na noite em que deveriam se encontrar, Robert esperou por um bom tempo e Victoria nunca apareceu.
Preocupado, ele foi até a casa do vigário e olhou pela janela dela e a viu deitada na cama, confortavelmente sob a coberta.

Magoado, ele vai para casa e naquela mesma noite, ele parte para Londres.



Estes são os fatos.

O que estava por baixo de tudo, a verdade, era mais difícil de identificar. 
Victoria havia se preparado para a fuga, mas acabou se atrasando, indo pegar mais um vestido mais grosso, para o frio. O pai dela acordou e pegou-a no flagra. Ele não só lhe deu um tapa no rosto que a fez cair no chão, como a amarrou com tiras de lençol. A coberta sobre ela foi colocada pela irmã, para que não se resfriasse. E para que Ellie não ajudasse a irmã a fugir, o vigário amarrou a caçula em outro cômodo.
De manhã, quando Victoria conseguiu fugir, correu desesperada à casa de Robert. Um empregado a levou à presença do marquês. Este, feliz da vida que o plano do filho tinha dado errado, tripudiou da moça dizendo que o filho foi embora para encontrar uma esposa digna ao título.

Magoada², Victoria volta para casa. Passa a procurar emprego de preceptora nos classificados, e duas semanas depois, parte.



Sete anos depois, trabalhando como preceptora de um garoto peste de 5 anos, cuja mãe não deixava Victoria discipliná-lo, Victoria é enganada por este mesmo menino e fica presa dentro de um labirinto de sebe por horas.
Àquela noita, sua patroa, Lady Hollingwood, uma mulher interessadíssima em fazer parte da alta roda da sociedade, iria receber visitas, dentre elas o Conde de Macclesfield, que foi pego por Victoria numa situação comprometedora com uma mulher casada, num certo labirinto no jardim.

E ali estavam eles, Victoria e Robert, cara a cara, cheios de mágoas, cada um se achando o dono da verdade em relação ao que ocorrera há 7 anos.
Victoria, uma mulher sozinha, que dependia daquele trabalho, estava numa situação muito mais vulnerável do que Robert, com título, muito mais rico e que não devia satisfação a ninguém.

A princípio, Robert tem um objetivo: vingança.
Aquela mulher o fez ficar de joelhos, ele prometeu-lhe a lua e os astros do céu somente para ela brincar com seus sentimentos.
Ela o evitava o máximo possível. 

"Victoria entendeu que seduzir jovens inocentes era quase um esporte entre os nobres. Robert apenas seguiu as regras do seu mundo.
Do mundo dele. Não dela." 

Ele, como sempre, elabora um plano de reconquistar a confiança dela e, depois, colocá-la no lugar dela, abaixo dele.
Ao mesmo tempo, ele mantém a campanha de atormentá-la, segui-la, encurralá-la. E chega ao ponto de trocar de lugar com um convidado menos importante no jantar apenas para poder entrar de braço dado e sentar ao lado de Victoria, quando deveria fazê-lo com a dona da casa.
Todo esse interesse dele por ela faz com que outro convidado também a queira, Lorde Eversleigh, um homem cruel que, para conseguir algo a mais com Victoria, quase a mata sufocada com o travesseiro.

Se Victoria já não tinha Robert em alta conta pelo que fizera no passado, por todos os patrões que ela teve como preceptora que tentaram entrar debaixo de sua saia, e mais o ataque de Eversleigh, a cereja do bolo foi Robert oferecer a ela que fosse sua amante. A resposta foi um grande...



Atormentado com o reencontro com ela, sem conseguir pensar em outra coisa, Robert decide finalmente ir ver o que tanto o pai queria ao mandar-lhe cartas pedindo que fosse à casa de campo.
Claro que o conde e o marquês não se viam há sete anos.
Desde a confusão, Robert ficara irritado com a comemoração do pai em sua desilusão amorosa, dançando a giga em cima da mesa, e cortou relações com ele.

O marquês estava para lá de arrependido. Sua atitude com Victoria há anos se deu por achar que o filho poderia/deveria encontrar alguém melhor para ser seu par, mas ao ver a forma leviana com que ele levava o título, confessou o que fizera.
Atordoado, Robert sai para andar e acaba indo parar na casa do vigário. Encontra com uma Ellie bonita e centrada, e esta lhe conta o que de fato houve naquela noite e que, desde então, Victoria nunca mais voltou para visitá-los.

Toda essa revelação fê-lo tomar uma nova decisão: Victoria seria a sua condessa. O único problema era convencê-la a isso. A luta seria difícil...



Até aqui você chegou na metade do livro.
Quando Robert volta à cidade para se declarar a Victoria, alguns contratempos acontecem, mas logo ele a reencontra e se declara totalmente, dando uma de Dalva de Oliveira: "errei sim, manchei o teu nome..."

Óbvio que como "gato escaldado tem medo de água fria", Victoria rejeita qualquer tipo de proposta. E sua justificativa é que, finalmente, depois de sete anos horrorosos como preceptora, ela havia encontrado um trabalho do qual ela gostava, costureira, e que a valorizava, ainda que não ganhasse rios de dinheiro e tivesse de morar num bairro considerado perigoso.
A razão dela não era de todo ruim.
Para uma moça que passou os últimos 24 anos sempre se submetendo aos desmandos de algum homem, agora, ela dirigia sua própria vida.
O problema é que você tem mais 100 páginas pela frente até que a protagonista caia em si que, mais importante do que sua liberdade e independência, é seu amor pelo belo moço.

Cem páginas dele correndo atrás dela, criando todo tipo de situação para convencê-la a ficar com ele (detalhe: ele já disse um zilhão de vezes que a ama), e ela dizendo não.


Não me leve a mal. Algumas situações até são engraçadinhas; outras, tentam forçar a graça, mas, mesmo assim, aff... No fundo, eu já estava torcendo que ela realmente levasse esse discurso de independente adiante e terminasse o livro sozinha. Isso faria mais sentido. Mas, a gente sabe que os livros da diva sempre têm final feliz, então, você passa a leitura na expectativa de quando ela vai aceitar a proposta dele.



Fiquei com a sensação de que o livro poderia ter terminado muito antes daquilo.
Olhando o histórico de lançamentos da autora, vi que este livro foi lançado em 97, apenas dois anos depois do debut da autora. Acredito que ela ainda buscava sua veia cômica, muito conhecida em seus trabalhos futuros. 
Como aqui no Brasil, pela editora Arqueiro, muitos foram apresentados ao trabalho dela através da série Os Bridgertons, praticamente uma unanimidade em aceitação, seria injusto comparar este livro com aquela série.
De qualquer forma, não senti conexão com a protagonista, mesmo percebendo que o casal combinava perfeitamente em seu jeito apaixonado de ser.

Sem cliffhanger. Sem trecho ou capa do segundo livro.

E por falar em capa, sorry, editora, mas desta vez a capa está medonha.

3 estrelas.

*LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de resenha de opinião sincera.


a autora

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