Julia Quinn - Mais Forte que o Sol (Irmãs Lyndon #2)



Ficha Técnica: Mais Forte que o Sol (Brighter than the sun)
Autora: Julia Quinn
Editora Arqueiro
Lançamento original: 1997
Lançamento BR: 2018
288 páginas
29 capítulos + epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de Época; Chick Lit; New Adult

Protagonistas: Charles Wycombe, conde de Billington, e Eleanor "Ellie" Lyndon
Local/ano: Kent, Inglaterra/1817

"Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Elllie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento.

Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu.

Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro.

No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal..."

Livro #2 da Duologia. Resenha livro #1 > aqui

No livro anterior - Mais Lindo que a Lua -, fomos apresentados à Ellie, irmã mais nova de Victoria, que agora é a condessa de Macclesfield, e que encontra-se longe da casa do pai e irmã, sem previsão de volta, pelo menos até que o clima esquente, pois, o filhinho dela e Robert tem problema respiratório.

Na época em que Robert fazia a corte - escondido - a Victoria, Ellie sempre era levada como acompanhante, mas a menina, esperta, dava um jeito de deixar o apaixonado casal sozinho, e, com isso, sempre ganhava algumas moedas do então futuro cunhado.

Ellie não era como as garotas de sua idade. Ela tinha tino comercial e logo aprendeu que lendo a seção de economia do jornal, ela poderia aprender a como investir o dinheiro ganho.
O problema era que, como mulher solteira, nenhum investidor iria fazer isso em nome dela, por isso, ela dizia estar representado o seu pai, o vigário Lyndon, que era um homem extremamente recluso. Com esse plano, ela tinha ações da East & West Sugar, e estava satisfeita com o resultado.

E com com este pensamento em mente que ela acabou sendo "atropelada" por alguém que caiu em cima dela, vindo de uma árvore.
Era um homem.
Estava para lá de bêbado.
E era lindo.

Charles Wycombe dificilmente cairia de uma árvore...sóbrio. Especialmente aquela que ele havia subido durante boa parte de sua adolescência com o amigo Robert, mas naquele dia, nostálgico, ele tentava encontrar uma solução para seu problema.

Ele havia herdado o condado e o falecido pai, mesmo das profundezas do inferno, queria controlar-lhe a vida.
Se Charles não se casasse antes dos 30 anos - que por acaso estava bem próximo de acontecer -, ele perderia toda a riqueza, que iria para seu primo Phillip.
Wycombe Abbey era uma propriedade imensa e antiga, e extremamente cara para se manter. Como ele iria sustentar tudo aquilo sem a herança?

Por isso, àquele dia, ele encheu a cara e resolveu reviver os velhos tempos subindo na árvore. E quando se desequilibra, cai em cima de Ellie, e torce o tornozelo.

Ellie sente-se impulsionada a ajudá-lo (um dever cristão, claro).
Ele vê nela, naquela moça nada impressionada pelo seu título, seu charme ou sua beleza, a oportunidade para manter a herança; e faz a ela a proposta.

Logicamente, a primeira reação dela é recusar.
Mas, Ellie também tinha seus próprios problemas...

O pai, viúvo, estava noivo de uma mulher roliça e insuportável, que já se considerava dona da casa paroquial, e exigia que Ellie pagasse por sua estada na casa - como se ela já não fizesse todo o serviço da casa - e que se casasse o mais rápido possível (e a lista feita por Sally ia desde homens com mais de 60 anos, até mesmo um rapaz "que não batia bem da cabeça").

Solução? Dentre todos os candidatos daquela lista horrenda, a oferta de Charles parecia a cada dia mais tentadora.
Ela o procura e decidem se casar dali a três dias.
Uma negociação em que ambos sairiam ganhando: ele poderia herdar todo o dinheiro que seu pai lhe deixara; ela, como mulher casada, e com a ajuda de Charles, poderia reaver todos os investimentos que fizera como se fosse para o pai, e controlar a própria vida.

O casal, que nada se conhecia, passa a morar sob o mesmo teto.
Ellie é apresentada a outros parentes de Charles, pessoas que ele acolheu, como as primas Sra. Helen Pallister, viúva de George Pallister; suas filhas Claire e a pequena Judith. Além disso, havia Cordelia, tia de Charles, que tinha mania de gritar pela casa que algo estava pegando fogo.

Ela também descobre que Charles é um criador compulsivo por listas, e faz as listas com os temas mais loucos possíveis.

Ainda que fosse um casamento totalmente por conveniência, obviamente que Charles queria que houvesse a consumação, coisa que Ellie achava melhor postergar. E, com isso, Charles cria uma das muitas listas de "como conquistar a esposa".

Na verdade, a cada dia, ele estava mais e mais encantado por ela, por seu jeito vivaz, sua mente ótima para negociar e seus cabelos...

"O cabelo dela, pensou de repente. O cabelo de Eleanor era da cor exata do sol em sua hora preferida do dia."



Mas, a partir da chegada de Ellie à casa dele, coisas estranhas começam a acontecer, como, o forno se incendiar, a estufa apodrecer as roseiras, a escada de madeira quebrar e Ellie se queimar na panela em que fazia geleia (algo que ela sempre fez na casa do pai e nunca havia se machucado antes).
Tudo poderia se passar por falta de sorte ou, até mesmo, a falta de jeito de Ellie.

No entanto, quando outros acontecimentos levam à possibilidade de morte, vem a certeza de que alguém estava atentando contra a vida deles. Agora, precisavam saber quem era o alvo real e quem era o inimigo...



Diferente do livro anterior, em que a mocinha passa o tempo todo recusando o pedido de casamento do conde, este aqui, Ellie teve menos tempo para decidir por sua vida - ou se veria numa grande enrascada protagonizada por sua futura madrasta.

Logicamente o casal precisava se conhecer. Havia a atração física - os dois eram jovens e belos -, mas precisaria de muito mais se quisessem que o casamento funcionasse.
Charles logo se mostra receptivo à ideia de seduzir a própria esposa, e Ellie, mesmo mostrando-se mais cautelosa, também gostaria que o marido se apaixonasse por ela. Entretanto, em uma das listas antigas de Charles, havia um item que massacrava o coração de Ellie: "ele queria uma esposa que fizesse vista grossa aos casos extraconjugais dele".

Os "acidentes" que passam a acontecer são claramente vistos, pelo leitor, como sabotagem, e, num primeiro momento, a gente até desconfia de quem seja. Mas aí há um pulo do gato. Pode ser algo maior do que aquilo.

Naturalmente o casal começa a se dar bem (até demais) e passam a ser vistos como o casal apaixonado da vez.

Esta duologia escrita antes do lançamento da famosa série Os Bridgertons, mostra que a autora ainda estava em seu processo de amadurecimento de escrita.
A história é interessante, e os personagens centrais até são engraçadinhos, mas não me deixaram extasiada e animada.
3,5 estrelas

*LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de resenha de opinião honesta
**Gravura: Pinterest

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