{{CURIOSIDADE}} Tipos de Carruagens

Em meio a tantos romances de época que se lê, com tantos heróis com títulos nobiliárquicos, notadamente espera-se níveis diferentes de riqueza. E, assim, é natural, na descrição dos mesmos, nos depararmos com detalhes como tipo de roupa, gravatas, bengalas, se o personagem é muito viajado ou não, etc. 
Mas uma coisa que passei a observar que vem aparecendo com frequência são nomes diferentes para carruagens.

Aí, você para e pergunta: mas não é tudo carruagem? Não é tudo puxado por cavalos?
Sim, são carruagens. Mas há as maiores, menores; mais luxuosas; com ou sem porta; puxada por um, dois ou mais cavalos; com cocheiro ou sem, e por aí vai.

Então, hoje, vamos conhecer alguns estilos mencionados nos romances de época que amamos ler.
Tirando as diferenças óbvias com relação ao tamanho delas, número de rodas e de cavalos que as puxavam, alguns detalhes são absolutamente estranhos a nós que nunca andamos num veículo desse, como, por exemplo, se o vidro da frente (para carruagens fechadas) era reto ou anguloso, quantidade de estribos, e outras partes técnicas.



Cabriolé: Uma carruagem leve, de duas rodas, com cobertura dobrável e com assentos para dois passageiros. Durante algum tempo foram usados como carros de aluguel ou táxi.




Coche: Carruagem com quatro rodas, fechada, teto fixo, com janelas, habitualmente cabiam quatro pessoas. O número de cavalos variava entre dois a seis, que eram controlados por um cocheiro e ainda poderia ter um reserva. 


Curricle: o "carro de corrida" da era regencial. Com teto conversível, puxado por dois cavalos. Por ser leve, logo tornou-se a carruagem preferida entre os jovens e aqueles cavalheiros que se envolviam em apostas em Rotter Rown, o que na maioria das vezes terminava em tragédia. No período Vitoriano, esta foi substituída pelo cabriolé, por ser mais econômico e por só utilizar um cavalo.



Fiacre (ou hackney): carro de quatro rodas puxado por um cavalo, usado principalmente como carro de aluguel. O nome fiacre veio por conta do hotel, Hotel São Fiacre, em Paris, que alugava este tipo de carruagem, no séc 17. O santo acabou sendo adotado como protetor dos cocheiros por conta da associação de seu nome ao veículo.



Gig: Este era um veículo muito popular no país, especialmente nas cidades do interior. Era um veículo leve, de duas rodas, levado por um único cavalo para até dois passageiros. Seria a nossa carroça, sem a parte de trás para cargas.



Landau: considerado o luxo da época, guiado pelo cocheiro e puxado por quatro cavalos. Seu teto poderia ser conversível e ainda havia um banco extra traseiro para um segundo cocheiro. Sua característica de luxo era principalmente pelo sistema (precário na época, mas ainda assim melhor que os outros) de amortecimento para andar nas estradas de terra.



Phaeton: carruagem aberta, desportiva, puxada por até dois cavalos, com quatro rodas grandes. O phaeton era rápido e perigoso. Por não ter proteção lateral, deixava as calças dos cavalheiros e a barra da saia das damas expostas à lama que subia pela roda. Era uma veículo alto, ideal para aquelas cenas em que o cavalheiro ajudava a mocinha a descer segurando-a pela cintura.




Tílbure: desenvolvido no séc 19, pela empresa Tilbury, era uma versão mais requintada do gig. Poderia ter a capota (conversível), com porta bagagens e estofamento acolchoado.





Além desses, que são os mais citados nos livros de romance de época, ainda havia os veículos Brougham, Calash, Chaise, Dogcart, e variações destes.
Tudo dependeria do para quê seria usado o veículo e a conta bancária de quem mandava fazer uma carruagem.

Abaixo, um trecho do livro Tentação ao Pôr-do-sol, de Lisa Kleypas, lançado pela editora Arqueiro, para mostrar a importância que os ricos davam ao mandarem fazer suas carruagens:

"Harry havia insistido em designar uma carruagem e dois cavalos para a esposa e mandara chamar ao hotel um projetista para criar o veículo especialmente para ela. Depois de conversar com a jovem, o fabricante foi contratado para produzir a carruagem ao gosto dela... Finalmente foi decidido que o exterior seria feito em elegante laca preta e a parte de dentro revestida com veludo verde e couro bege, com tachas de latão. Os painéis internos receberiam uma pintura decorativa e, no lugar das janelas de mogno, instalariam cortinas de seda verde e venezianas. As almofadas seriam de couro marroquino, os degraus externos seriam decorados, as cúpulas das lamparinas e as maçanetas seriam prateadas... Poppy jamais imaginara que seriam tantas as decisões necessárias." - pág. 142.

*Referências>> 


Gravuras > Google

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