Madeline Hunter - Lições do Desejo (Os Rothwells #2)



Ficha técnica: Lições de Desejo (Lessons of Desire)
Autora: Madeline Hunter
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2007
Lançamento BR: 2013
272 páginas

"Atraente, sutil e tentador, lorde Elliot Rothwell é um homem acostumado a fazer sucesso entre as mulheres e a conseguir tudo o que deseja delas. Mas isso não se aplica a Phaedra Blair. 

A brilhante e exótica editora não parece disposta a ceder a seu pedido e cancelar a publicação das memórias de um membro do Parlamento que podem manchar o nome da nobre família Rothwell. A pedido de seu irmão mais velho, o marquês de Easterbrook, Elliot vai a Nápoles para negociar com Phaedra. Historiador de renome e autor de livros respeitados, tudo indica que ele seja a pessoa ideal para a tarefa. Porém, em vez de encontrar a bela mulher descansando à beira do mar Tirreno, Elliot descobre que ela está presa por causa de uma acusação injusta. Graças ao prestígio da família, o nobre consegue libertá-la, mas também se torna responsável por ela até voltarem à Inglaterra. 

Percorrendo juntos uma das regiões mais belas e românticas da Europa, eles vão descobrir que discordam de quase tudo o que o outro pensa ou faz – exceto o que fazem juntos na cama. E, nessa aula de prazer, será cada vez mais difícil saber qual dos dois tem mais a ensinar."

ROMANCE HISTÓRICO.

Elliot vem de uma família nobre. Seu irmão, o Marquês de Easterbrook, é conhecido por sua excentricidade. Na verdade, poucos sabem que essa característica é inata de todos os homens da família. Eles tendem a se isolar facilmente do mundo por longos períodos. No livro anterior - Hayden e Alexia (resenha AQUI) -, vimos que Hayden se isolava fazendo altas equações matemáticas.

O caçula deles já aproveita este tempo para mergulhar em suas pesquisas históricas.
Famoso escritor, Elliot viaja o mundo em busca de novas ideias e argumentos para seus livros de pesquisa. Mas desta vez ele se vê envolvido numa trama não muito boa; uma que pode colocar muitas pessoas em maus lençois... Inclusive o nome de sua família.

Phaedra é uma mulher exótica. Sua fama não é das melhores por dois motivos: primeiro por sua mãe, depois, porque ela decidiu seguir os passos de sua mãe.
Numa época e sociedade nas quais a mulher era considerada mercadoria e sem nenhum direito, Phaedra era livre de corpo e alma.
Casamento não era para ela. Ela tinha os chamados "amigos", mas ninguém em particular a havia cativado; e, ao mesmo tempo, ninguém a sustentava. Ela era dona do próprio nariz, por assim dizer.
Com o falecimento de seu pai e de seu sócio, ela acabou herdando sozinha uma editora. E mais, as memórias que seu pai escrevera e a fizera jurar publicar na íntegra.
Acontece que nessas memórias havia histórias que afetavam várias pessoas, e essas começaram a procurar por Phaedra para arrumar um jeito de, pelo menos, a parte onde apareciam, ser suprimida.
Ela jamais faria isso. Prezava muito a sua palavra. E ela mesma ficara afetada com o que lera.

Havia uma passagem em que seu pai contava as peripécias de sua mãe. Uma delas tinha sido a de um de seus amantes, um vendedor de falsificações que a presenteara com um camafeu que depois foi descoberto como sendo falso. De alguma maneira esse presente, ao ser descoberta sua falsidade, afetou sobremaneira à mulher, e a partir dali ela definhou. Phaedra precisava descobrir mais dessa história, entender o que se passara com sua mãe, uma mulher forte e determinada a não deixar que nenhum homem ou imposição da sociedade a subjulgasse. E assim, ela parte para Nápoles.

É em Nápoles que Elliot encontra-a. Seu pai também havia sido citado nessas memórias, e como todos os outros, ele queria retirar essa parte da história. Ao chegar na cidade, encontrou-a presa num quarto de hotel e mais do que provável ela iria a julgamento.
Usando da influência de sua família, Elliot conseguiu libertá-la e tornou-se responsável por ela ao longo da viagem.

Por todos os lugares que eles passaram, parece que Phaedra tinha um magnetismo à confusão. Talvez fosse o seu jeito de se vestir - sempre de negro - ou por manter os longos cabelos vermelhos sempre soltos. Ela era linda e uma "bruxa". Os homens a olhavam, as mulheres a invejavam, e Elliot viu-se preso nas teias daquela feiticeira...
O embate entre os dois era diário, mas a atração também o era. E até mesmo na hora do prazer, um tentava mostrar ao outro quem era capaz de tomar as rédeas. Mas nesse quesito, apesar de toda sua experiência em manter seu coração bem trancado, Phaedra teve que dar a mão à palmatória à lição dada por Elliot.




O livro é cheio de reviravoltas e suspense. Cada um tinha seus motivos para aquela viagem: Elliot estudava novos sítios para ambientar seu novo livro, ao mesmo tempo em que tentava convencer Phaedra na questão do livro de memórias; ela queria descobrir a origem do camafeu herdado da mãe e entender o passado daquela misteriosa mulher.

O convívio deles acabou levando-os ao envolvimento. Ninguém queria deixar o coração no meio de tudo isso. Prazer carnal? Por que não? Mas sem laços. O que para Elliot mostrou-se mais difícil do que pensava.

O ritmo da história é bom. Às vezes um pouco arrastado, mas sempre mostrando pontos importantes à trama.
Os personagens de Madeline costumam ser densos, complexos; os Rothwells principalmente. Elliot é lindo, bem educado e bem nascido, usa seu prestígio para fazer algo de útil na vida e valoriza a família a ponto de sentir-se numa encruzilhada (mais para o fim da história).
Phaedra é daquelas personagens que você tem uma relação de amor e ódio. Em várias ocasiões ouvi de outras leitoras de que a personagem era chata. Essa impressão é forte, mas ao ler o livro descobri que não é exatamente assim. Na realidade, a personagem é uma mulher muito diferente à época. Ela luta com unhas e dentes por suas convicções e o que ela acredita é que a mulher deve ter os mesmos direitos que os homens, não se subjulgar. Por isso ela veste-se de forma que não chame atenção ao seu corpo, sem se preocupar com a moda; usa os cabelos soltos quando bem resolve e não quer saber de casamento.

Somente bem mais tarde, depois de se envolver com Elliot, é que ela entende que nem tudo é o que parece; que você pode amar e não necessariamente ser uma mercadoria; que  prazer não é algo momentâneo, mas sim, uma via de mão dupla.

O ponto negativo é a teimosia da personagem. Isso faz com que em alguns momentos você queira jogar o livro na parede, mas tudo acaba bem quando termina bem.


*Gravura Jon Paul Ferrara: www.jonpaulstudios.com

Comentários

  1. Adorei a resenha e doida pra ler, e pelo que vc escreveu e li do primeiro capítulo, e das aparições de Phaedra no primeiro volume, imagino o quão cabeça dura ela seja, e sei que vou me irritar tb, rsrs, mas vamos em frente ;)
    Obrigada pela resenha, bjs!

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