1822 - Laurentino Gomes

Quem gosta de passado é museu......






Ficha técnica: 1822 ~ Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado
Autor: Laurentino Gomes
Editora Nova Fronteira
Lançamento BR: 2010
351 páginas 

...e eu!!!!!
Não sei porque as escolas não ensinam História do Brasil dessa maneira. Muito melhor de se entender, envolvente e mais realista.
Quando se é pequeno aprende-se tudo errado, para depois no Ensino Médio "desaprender" um monte de coisa. Imagina então meu espanto ao constatar que tive de desaprender mais coisas?

A narrativa é bárbara.
Não, o autor não é historiador ou professor de qualquer coisa. Ele é jornalista. Ele vai até onde tudo aconteceu, pesquisa documentos, cartas, diários, mapas, visita túmulos, igrejas, castelos, museus. E se possível, conversaria com os contemporâneos dos envolvidos.

A independência do Brasil. O título enorrrrrrrme do livro já dá uma clara noção que tudo tinha para dar errado, mas assim como o livro anterior, 1808, mostrando a fuga da Família Real portuguesa, corrida com medo de Napoleão, mostrou que a vinda deles só ajudou ao desenvolvimento da colônia, este livro, 1822, mostra-nos que esta mesma vinda foi o princípio do fim do Brasil como colônia explorada por Portugal.

Adorei saber sobre o temperamento hiperativo de D. Pedro; José Bonifácio usava trança e contava piadas; as fofocas de bastidores; a diarreia; o plágio. Pontos altos do livro que a literatura oficial prefere esconder. A lenda torna-se mais importante que os fatos.

Um livro que deveria ser lido por todos os brasileiros, estudantes ou não, professores ou não.
Já temos a péssima tendência de não valorizarmos o passado (vê-se pelo descaso em que nossos museus encontram-se). Não deixemos que a ignorância nos engolfinhe. Um povo que não conhece sua história, ainda que rico, é pobre.

Abaixo um pedaço que muito me impressionou:

"O texto original da Constituição de 1824 jaz atualmente no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. Sua mera existência é ignorada pela imensa maioria dos brasileiros...É um destino bem diferente daquele reservado à primeira e única Constituição dos Estados Unidos, hoje objeto de culto no santuário em que é mantida - o Arquivo Nacional americano situado na Rotunda, em Washington. Guardado numa caixa de vidro à prova de bala e de umidade, o documento é visitado todos os dias por milhares de turistas...À noite, é recolhido a um cofre de aço inoxidável revestido por uma laje de concreto de 55 toneladas resistente a ataque nuclear.
O tratamento dedicado aos dois documentos tem explicação nas origens. A Constituição dos Estados Unidos é uma obra coletiva. (...) Já a Constituição brasileira hoje esquecida no Rio de Janeiro é obra da vontade de um homem só, o rei. E, por mais avançada que fosse, nela o povo nunca se reconheceu."

# Morri

#leituranossadecadadia:

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