Mary Balogh - Ligeiramente Maliciosos (Bedwyns #2)




Ficha técnica: Ligeiramente Maliciosos (Slightly Wicked)
Autora: Mary Balogh
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2003
Lançamento BR: abril/2015
288 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit

Protagonistas: Rannulf Bedwyn e Judith Law
Local/ano: Kennon, Leicestershire; Londres; Beaconsfield, Wiltshire/após 1815

"Após sofrer um acidente com a diligência em que viajava, Judith Law fica presa à beira da estrada no que parece ser o pior dia de sua vida. No entanto, sua sorte muda quando é resgatada por Ralf Bedard, um atraente cavaleiro de sorriso zombeteiro que se prontifica a levá-la até a estalagem mais próxima.

Filha de um rigoroso pastor, Judith vê no convite do Sr. Bedard a chance de experimentar uma aventura e se apresenta como Claire Campbell, uma atriz independente e confiante, a caminho de York para interpretar um novo papel. A atração entre o casal é instantânea e, num jogo de sedução e mentiras, a jovem dama se entrega a uma tórrida e inesquecível noite de amor.

Judith só não desconfia de que não é a única a usar uma identidade falsa. Ralf Bedard é ninguém menos do que lorde Rannulf Bedwyn, irmão do duque de Bewcastle, que partia para Grandmaison Park a fim de cortejar sua futura noiva: a Srta. Julianne Effingham, prima de Judith.

Quando os dois se reencontram e as máscaras caem, eles precisam tomar uma decisão: seguir com seus papéis de acordo com o que todos consideram socialmente aceitável ou se entregar a uma paixão avassaladora?"


Como esta é uma série sobre irmãos, vamos ver se os coloco na ordem certa:

Wulfric, o mais velho, o duque;
Aidan, como segundo filho, destinado ao serviço militar, o que foi cumprido. Mas agora, ao casar, ele vendeu a patente dele (livro #1);
Rannulf, como terceiro filho ele deveria entrar para o clero;
Freya, a mais velha das filhas. Já fora noiva, mas o noivo a traiu (próximo livro);
Alleyne, o caçula dos homens;
Morgan, de 17 anos. Será apresentada à Sociedade aos 18 anos.

Apesar de geralmente os filhos homens saírem de casa para morarem sozinhos depois de certa idade, Lindsey House é a casa-mor dos Bedwyns.

Mas nossa história começa pela heroína, Judith Law. Filha de um severo reverendo, numa cidadezinha do interior, Judith agora se encontra em sua primeira viagem de diligência, aos 22 anos, indo para um destino não muito agradável.

Os Law não eram ricos, mas tinham uma vida confortável, até que o único filho, Branwell, começou a andar com pessoas de posses elevadas as dele, e como cavalheiro, ele não poderia se mostrar menos que seus pares. Assim, ele começa uma jornada de colocar a família toda numa situação deplorável, já que os cobradores não param de chegar.
Por causa disso, Jeremiah Law, pai de Cassandra, Judith, Pamela e Hilary, além do perdulário Branwell (Bran), escreve à irmã pedindo ajuda. Esta pede para que ele mande uma de suas filhas para tirar-lhe das costas o peso de sustentar mais uma boca.

Acontece que tia Effingham não era conhecida exatamente por sua bondade. Judith iria morar com a família da tia, mas sabendo que seu lugar seria o de uma serva sem pagamento.
Judith achara melhor se oferecer porque na cabeça dela não havia como enviar qualquer uma das outras irmãs. Todas eram mais valiosas aos olhos dos pais - e mais bonitas, com vantagens de arrumar um bom casamento - do que ela. Esse era um fato do qual Judith nunca pôde pensar diferente já que desde muito nova ouvia da mãe a desgraça que era o seu cabelo - um vermelho alaranjado como cenoura - e seu pai vivia ralhando com ela sobre a necessidade de se vestir com decoro porque chamava atenção dos homens, e isso seria a personificação do próprio diabo.

Enquanto viajava na carruagem, apesar do aperto e do mau cheiro de alguns passageiros, Judith tentava se distrair de seu destino imaginando-se como uma donzela salva por um bonito bandoleiro, que se apaixonaria por ela tão logo a visse. Nesse momento, a carruagem sofre um acidente - vira para fora da estrada - pelas más condições da estrada devido à chuva. 

Os passageiros ficam à mercê do tempo, alguns reclamando de machucados, e Judith se dispõe a ajudá-los, quando um cavaleiro (e cavalheiro) chega e oferece ajuda, indo até a cidade mais próxima pedir por uma carruagem para todos. Mas ele já se oferece a levar um dos passageiros até a estalagem e Judith acaba indo.

Este era Rannulf Bedwyn. Na verdade, ali, ele era Ralf Bedard.

Eles foram para uma pousada mais afastada, com menos hóspedes e ali, cada um tendo se apresentado com um nome não real, decidiram levar adiante a atração que os consumiu.

Rannulf não gostava mesmo de se apresentar com seu nome real dependendo da ocasião. Nada pior do que se ver numa situação em que não queria estar por todos saberem que ele era um Bedwyn, irmão de um duque.
Já Judith pesou a sua real situação e viu que mesmo que aquele gentil cavalheiro não fosse como o bandoleiro dos seus devaneios - os Bedwyns não eram exatamente bonitos, mas o conjunto da obra fazia bem aos olhos -, vivendo como uma serviçal na casa da tia, ela não teria outra oportunidade na vida em dividir uma sela de cavalo com um homem tão forte e um quarto de estalagem com alguém tão viril. Então, vamos brincar de ser feliz?

Por um dia e meio, por causa da forte chuva, eles dividem um quarto como marido e mulher. Trocam confidências - sem dar os verdadeiros nomes -, impressões sobre lugares e o fictício trabalho dela. Ela havia se apresentado como sendo Claire Campbell, uma atriz que se apresentava em teatros menores no interior, e que estava a caminho de York.

Aquele momento compartilhado por eles deixou Rannulf tão envolvido que ele quis prolongar seu tempo ao lado dela, e, com isso, ele sugere que ambos vão para York, onde ele poderia vê-la atuando de verdade no palco, e não apenas uma demonstração como ela o havia feito enquanto eles estavam no quarto.

No dia seguinte, quando ele saiu para alugar uma carruagem particular que os levaria até York, ela aproveita para escapar pegando a próxima diligência.
E mais do que magoado ao se ver tendo sido abandonado numa estalagem de beira de estrada, Rannulf descobre que ela era virgem...

Judith chega ao seu destino, Harewood Grange, e desde sua chegada fora tratada como um pano velho pela tia e prima, Julianne, uma beldade loura.
O trabalho de Judith seria o de acompanhante da avó, uma senhora falante, que adorava se arrumar exageradamente na maquiagem e joias, e comer muito doce. Principalmente porque dali a poucos dias se daria início a festa no campo de 2 semanas na casa da tia, evento que serviria para mostrar Julianne como a mais bela presente e aproximá-la do provável candidato a marido, o neto da vizinha em Grandmaison Park, ninguém menos que o irmão do Duque, Rannulf Bedwyn.

E assim, a reaproximação de Rannulf e Judith estava selada.

Ao longo daqueles dias, além de trocarem farpas por terem mentido mutuamente, eles se viram envolvidos numa trama que envolve um mau perdedor com dívidas até o pescoço, uma prima manipuladora querendo comprometer um determinado cavalheiro, um outro com ganas de conseguir o que queria a qualquer custo...

Como a "feia" Judith Law poderia concorrer com a bela Julianne Effingham pelo coração do bandoleiro que já havia roubado o seu coração?



Primeiro, deixa eu falar por que gosto tanto dessa série. Oh, claro que ela tem um enredo cativante; tem uma dinâmica familiar interessante e um duque - sim, tenho um certo fetiche com essa classe da nobreza. Mas é por um outro motivo bem diferente dos romances de época que costumamos ler.
Já repararam como geralmente nos livros os personagens são descritos como incrivelmente lindos? Talvez porque nesse período histórico em especial as mulheres não tinham tantos recursos cosméticos assim -, oh sim, já havia alguns -, a beleza real parece ser o maior chamariz para que qualquer cavalheiro se interesse pela moça em questão.
No caso dos Bedwyns em si - e olha que estamos dizendo que há duas moças entre eles - a autora deixa claro que eles NÃO SÃO BONITOS, E que ainda há uma característica física marcante neles: o nariz grande (bom, Cleópatra tinha nariz grande e ainda assim foi considerada uma beldade em seu tempo por conta de sua inteligência e personalidade marcante).
Os homens eram considerados altos, com físico bem definido, inteligentes, bem educados e charmosos, mas beleza não era o ponto forte deles.
E no caso do duque em questão, o cabeça da família, mesmo entre seus irmãos, ele é considerado um homem sério demais, nada dado a demonstrar suas emoções e de uma arrogância tão alta quanto ele. Ainda assim, nas duas ocasiões em que seus irmãos precisaram dele (neste livro e no anterior), ele se mostrou pró-família e usou todo o seu poder de persuasão e influência para ajudá-los. Esses são os Bedwyns.

Judith também veio de uma família numerosa. Não rica ou influente quanto os Bedwyns, mas unida dentro dos seus padrões.
Por alguma razão Judith sempre foi colocada um tanto à margem.
Havia a irmã mais velha, de quem muito é esperado (Cassandra), a beldade da família (Pamela), a caçulinha (Hilary) e o único varão (Branwell). Ela ficava na segunda colocação.
Sua aparência sempre foi um ponto de discórdia. Sua mãe não gostava de seu tom acobreado de seus cabelos e seu pai detestava que ela tivesse um corpo tão desenvolvido. Ela não ouvia elogios, apenas críticas.  Ela era o Patinho Feio. Por isso foi uma escolha meio óbvia quando a tia requisitou a vinda de uma das sobrinhas à casa dela.

Mas daí, algo inesperado acontece. Um acidente. E de uma situação ruim, Judith conhece, ainda que por poucas horas, o que é ser olhada com desejo, ser elogiada pela beleza, pela inteligência e pelo talento escondido, o de atuar.

Ela se entrega àquele arrebatamento porque tinha certeza que nunca mais veria Ralf/Rannulf. Quis a vida que aquele encontro não ficasse apenas entre as 4 paredes da estalagem e eles se cruzaram na propriedade da tia dela, e ainda se encontrariam nos dias seguintes.

Rannulf tenta a todo custo alimentar aquela raiva que sentira dela ao ser abandonado na estalagem com um reles bilhete.
Sua avó queria que ele fizesse um bom casamento, com uma moça jovem e fértil, para que desse tempo dele ter filhos antes dela morrer.
Explicação: a avó havia tornado Rannulf seu herdeiro, apesar de haver 2 irmãos mais velhos. Ela estava com alguma doença que a estava debilitando, e por isso, tinha uma certa pressa no casamento dele. O desejo dela era que ele cortejasse a filha dos Effingham, Julianne. O problema não era só que o neto estava enrabichado pela outra neta de sua amiga de longa data que era tratada como uma mera e ignorada serviçal. A questão era que quanto mais tempo ele passava com Julianne, mais arredio ele ficava por ela ser uma jovem de cabeça vazia. O fato de encontrar uma moça fértil para engravidar tinha seus limites.

E acaba que Rannulf se vê cada vez mais envolvido com Judith pelos acontecimentos naquela semana.
Judith fora quase violentada por um dos convidados, salva por ele, e ainda envolvida numa situação que seria um enorme escândalo e vergonha à família.
Rannulf assumiu a situação e a levou para Lindsey Park, casa de sua família, onde o duque e Freyja ajudaram pessoalmente na questão.

Mas ainda havia a situação amorosa deles a resolver.
Judith não se achava digna de casar com um homem de família tão proeminente  - todos temiam Wulfric.Isso sem contar o seu lado Patinho Feio.

Mas a história tem seu final esperado, já com trecho do próximo lançamento, LIGEIRAMENTE ESCANDALOSOS.

Cada personagem se encontra ao longo da trama, buscando razões para o futuro, além do sentimento que nascia entre eles. Realização pessoal era o que buscavam também. Judith entender por que seus pais a tratavam daquele jeito ajudou-a a se aceitar, e agora eles estavam prontos para juntos começarem uma nova vida, sob a tutela do poderoso nome Bedwyn.

5 ESTRELAS!!!


Comentários

  1. Primeiro de tudo, parabéns pelo novo visual do blog, Vânia!!
    Adorei a resenha! Fiquei morrendo de vontade de ler o livro. Amo romances época e sei que a autora tem uma escrita envolvente. Espero que chegue logo o meu exemplar.

    Beijos,Lu Blog:
    Apaixonada por Romances

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