[Espólio Bienal 2015] M S Fayes - O Retrato da Condessa



Ficha técnica: O Retrato da Condessa
Autora: M S Fayes
Editora Qualis
Lançamento: 05/setembro/2015
168 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit

Protagonistas: Vincent Kildare, 5° Conde de Lilwith, e Laura Elizabeth Jameson
Local/ano: Londres; NY/1817; 2014

"Ela não sabia o que o destino lhe reservara. Ele não imaginou o que o futuro lhe traria.

Num encontro casual, Laura e Vincent veem suas vidas mudarem drasticamente. Passado e futuro se juntam de maneira espetacular, em um amor atemporal.
Quando Laura viajou com suas amigas para um hotel charmoso em Londres, não esperava se deparar com um homem elegante e de porte aristocrático em seu quarto.
Se Vincent Kildare, Conde de Lilwith, conseguisse usar apenas uma palavra para descrever os eventos que vivenciou, certamente seria “inacreditável”.
Dois mundos diferentes, que colidem e resultam num amor que nem mesmo o tempo pode apagar."

Uma viagem no tempo...

Vincent Kildare, como todo nobre de sua época, tem porte, dinheiro e responsabilidades. Ele tem duas irmãs mais novas, Thais e Emmalina, que toma conta desde a morte dos pais. Sua tia, Lady Lisa Weerdenton, o ajuda.
Depois de ter passado a tarde no clube St. James, no carteado, Vincent não se sentia a melhor das companhias para um baile, mas precisava comparecer à casa do amigo Visconde de Witshire. Como a familiaridade entre eles era grande, Vincent pôde ir para um dos quartos descansar um pouco, enquanto tentava curar a dor de cabeça que lhe castigava.
Ao passar pelo corredor que o levaria ao quarto, metódico como era, ao ver um dos quadros na parede torto, de uma moça correndo pelo parque, ele o conserta. Entra no quarto e deita na cama. Mas ele percebe um barulho no quartinho ao lado, o quartinho usado para higiene. E eis que surge uma mulher à sua frente lhe pedindo explicações do por que ele invadira o quarto dela!!

O mais estranho não era o fato de Vincent ter realmente entrado no quarto errado, ou se por acaso, seu amigo, o anfitrião, tenha esquecido ter dado aquele quarto para algum outro hóspede; mas sim que aquela moça parecia totalmente fora do contexto. 
A começar por suas roupas (ela estava praticamente pelada!!) e o seu linguajar. Mas ele a reconhece como sendo a moça que estava no quadro do corredor. Quem era ela e o que ela estava fazendo ali vestida daquela maneira?

Laura, americana, havia ido a Londres com suas amigas, Brianna (Bree) e Mila, para passar as férias.
Ao sair do banheiro minúsculo, dá de cara com um homem - por sinal muito bonito - deitado em sua cama, e ele se vestia de uma forma antiquada, quase como um cavalheiro de século passado.
Feita as apresentações, Laura leva Vincent pela Londres de 2014.

Imagine a cena: um lorde do século 19 ser jogado em meio à sua cidade muito tempo à frente. Carros, computadores, máquina digital, celulares... Mulheres andando praticamente nuas!!! Era muita informação pra cabeça dele. O jeito foi ele grudar em Laura para não se perder por completo.

E acaba que esse "grude" se torna recíproco.
Laura fica impressionada com os modos daquele homem, E mesmo depois de ele tomar um banho de loja, com roupas mais atuais, a forma como ele a trata é totalmente fora deste mundo. Ele a trata como uma dama deve ser tratada. E é claro que o clima logo esquenta entre eles.

Logo eles descobrem o que aconteceu para que ele tivesse viajado no tempo e o caminho inverso deveria ser feito para que ele pudesse voltar.

Bom, eles se encontraram, se encantaram, ele volta para o tempo dele e ela, para os Estados Unidos, onde morava, e daí acaba?

Quem disse?

Laura não conseguia esquecer do tal conde. Três meses se passaram e agora, mais do que nunca, ela precisava dar um jeito de entrar em contato com ele.
Por sua vez, Vincent, no passado, não conseguia parar de pensar naquela mulher tão diferente das damas com quem ele estava acostumado a lidar e, ao mesmo tempo, tão perfeita para ele. 
Foram três meses penosos. 
Mas como um artista, e lembrando-se de como tudo aconteceu para que ele viajasse no tempo, ele tem uma ideia para fazer com que dessa vez Laura fosse ao encontro dele, e quem sabe, eles pudessem ter o final feliz que tanto almejavam...




O espaço era o mesmo, mas o tempo, diferente.
Laura e Vincent não poderiam ser mais diferentes um do outro e, por isso mesmo, complementares.
Ele viaja anos à frente para uma Londres totalmente moderna, não só tecnologicamente, mas com toda a emancipação feminina.
Foram poucas horas que ele e Laura desfrutaram da companhia um do outro, mas estas foram cruciais para fazê-los perceber que a felicidade que buscavam estava nos braços um do outro.
Primeiro há todo o susto. Depois, a admiração. E por fim, o prazer.

Quando Vincent retorna a seu tempo - não que ele quisesse, é claro, mas ele tinha pessoas sob sua responsabilidade - ele não consegue pensar em mais nada a não ser em como reencontrar Laura. E quando o plano surge em sua mente, ele o põe em prática. Mas parte desse plano dependeria de Laura entender os sinais.

Quando o plano dá certo, tudo se mostrava favorável a que eles ficassem juntos... Bom, quase tudo.
Agora seria a vez de Laura se adaptar à falta de tecnologia que ela tanto estava acostumada. Além disso, as convenções da época eram bem ultrapassadas para o seu gosto e ela acaba se vendo obrigada a aceitar certos acontecimentos que podem fazê-la se afastar de Vincent para sempre.

Tempos desesperados requerem medidas desesperadas, certo? É quando Laura encontra uma adversária à altura; vê-se metida em meio a venda de escravos e conhece um lindo pirata dos sete mares com pinta de Brad Pitt  (u-lá-lá!!).

Começar as resenhas da bienal com este livro de Marthinha Fagundes foi uma grata surpresa.
A história não é longa (na verdade, ela até poderia ter durado um pouco mais...); o enredo diverte. Os personagens cativam.
O linguajar de Laura, num primeiro momento, é bem coloquial, mas esse exagero deve ter sido mesmo para exaltar a grande diferença de costumes de época entre os dois personagens em seu primeiro encontro.
A viagem no tempo por parte de cada personagem torna impossível a gente não comparar outros livros com a mesma temática, mas em nenhum momento houve uma tentativa em reescrever o que acontece nesses outros romances. Simplesmente há certas questões que são comuns caso uma coisa dessa acontecesse com qualquer um.
Não há cliffhanger. E fica o grande desejo de que saia um livro com aquele pirata boymagia maravilhoso, Eric Longham.



Amadorei a história, mas como achei que a autora foi um pouquinho ansiosa para terminar tudo, dou 4,5 estrelas!!!

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*Gravura: Alan Ayers

Comentários

  1. É muito fofa a história. E ter viagem no tempo tbm me pegou desprevinida.

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  2. Espero que todas tenham sido pegas de surpresa booooa...hahahaha...
    Amei a resenha, Vânia...mas isso vc já sabe, pq eu já fiz questão de te dizer...heheheh

    Sensacional!!!

    Bjuuuu

    Martinha

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