[Espólio Bienal 2015] Patrícia Rossi - Ethan: quando o amor chega sem pedir licença



Ficha técnica: Ethan
Autora: Patrícia Rossi
Editora Angel
Lançamento: 2014
392 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance contemporâneo: Chick Lit

Protagonistas: Aléxis Morgan; Ethan Marcus; Amanda Shepherd
Local/ano: NY/atual (e 7 anos depois)

"Quando Aléxis foi incumbida de entregar um recado de sua chefe para o ex amante, ela foi contrariada. Mas quando conheceu Ethan Marcus, sabia que estava entrando em problemas. Principalmente porque não esperava sentir atraída de forma tão instantanea por ele.
O grande problema era que Amanda Shepherd, sua patroa, o queria de volta! E Aléxia precisava muito daquele emprego, pois sonhava subir na empresa.
Ethan Marcus é um cara tranquilo que se vê encantado com a doce e encabulada secretária de sua pegajosa ex. Aléxia Morgan é simplesmente linda e sexy, apesar de se esconder sob roupas que não a favorece. Ele precisa provar daqueles lábios perfeitos, conhcer cada curva escondida em seus trajes sóbrios, mas a garota é difícil. Não que ele vá desistir por isso..."

Aléxis era secretária, mas sua chefe na empresa de paisagismo, Shepherd & Harry's, decidiu que ela agora também faria o papel de moleque de recados. Recado para quem? Para o ex-amante da chefe.
Claro que ela estava quicando nas tamancas, mas não poderia ir contra as ordens da chefe, a prepotente Amanda, mais ainda porque Aléxis queria ter uma oportunidade de mostrar à chefe um projeto, conforme as especificações que ela ouvira durante a reunião com um cliente. o Sr. Nakamura.
Ao chegar no local indicado para a entrega do recado, era um bar. Ao procurar pela pessoa, Aléxis toma um susto ao encontrar o cara mais maravilhoso que ela já vira.
Alto, forte, cabelos negros e meio rebeldes, vestindo-se de forma despojada, com uma mochila atravessada em seu peito, mostrando claramente que havia acabado de chegar do trabalho. Esse era Ethan Marcus.
Depois de uma apresentação desajeitada, Aléxis entrega a Ethan o envelope com o recado de Amanda. Ele o lê, sorri e manda dizer um sonoro "não".
Aléxis sai de lá meio balançada (aquele homem balançaria até Madre Teresa de Calcutá), mas sabia que não o encontraria mais.

Ledo engano.
Sua chefe mandou que tentasse outras vezes. E nessas outras vezes Ethan mostra um certo interesse em Aléxis (a quem ele sempre chama pelo sobrenome, Morgan).
Aléxis não poderia se envolver com Ethan. Primeiro porque ele era quase propriedade privada de Amanda, e ela não queria arrumar confusão. Depois, porque ela precisava focar no seu projeto - ou na possibilidade de ele ser aprovado por Amanda - e seria péssimo se ela desse motivos a Amanda para mandá-la embora.
Mas quem disse que Ethan facilitava as coisas? Numa das vezes em que Aléxis vai até lá a mando de Amanda, rola um beijo, e basta isso para deixá-lo acesso. Quando ele aparece no escritório de Amanda com o intuito de somente ver Aléxis, esta se esconde debaixo da mesa, deixando para sua melhor amiga Norah o papel de despachá-lo. E claro, ela teve que se explicar para a amiga.
Na opinião de Norah, Aléxis era linda. Ela só fazia questão de se manter invisível usando roupas com numeração maior que seu manequim. Nada de chamar atenção a sua pessoa. Ela queria transparecer ser uma profissional competente, mas acabava parecendo mais uma tia solteirona. Mas para Aléxis isso estava ok... até ela ouvir da boca de Amanda o porquê estava fazendo papel de moleque de recados.... E isso mexeu com seu ego, seu brio. E ela decidiu que dava para conciliar ser uma profissional competente na pele de uma mulher bem resolvida. E o maior beneficiado foi o próprio Ethan.

Mas se eles iam manter qualquer tipo de relacionamente, teria de ser às escondidas; na casa dele ou dela. A princípio ele topa, qualquer coisa para provar daquela mulher que se escondia debaixo daquelas roupas. E ele estava certo; Aléxis se mostrou uma amante ardente.
Nesse ínterim, rola ceninha de ciúmes (por parte dos dois) e até uma ajuda psicológica de Ethan para ela.
Acontece que já há alguns meses Aléxis não procurava sua mãe. 
Sempre foram somente as duas, já que o pai de Aléxis nunca a assumiu. Sua mãe, como enfermeira, trabalhava muito para manter as duas, e depois a escola, cursos e início da faculdade de Aléxis. Quando esta desistiu da faculdade por não se adaptar ao curso, a mãe não foi contra. Nesse meio tempo, Aléxis procurou trabalho e foi quando se apaixonou por paisagismo, fez alguns cursos e já há alguns anos trabalhava para Shepherd.
Depois que Aléxis cresceu, tornou-se independente e foi morar sozinha, sua mãe encontrou um novo amor... um rapaz da idade de Aléxis. E isso ela não aceitou.
Ao saber do posicionamento de Aléxis, Ethan a ajudou a entender o ponto de vista da mãe dela e acabou sendo responsável pela reaproximação das duas.
Isso significava que eles estavam cada vez mais unidos, trocando confidências sobre vida pessoal e trabalho... Só não apareciam em público. Para os amigos de Ethan, Aléxis era a garota fantasma.
Aléxis começa a levantar suspeitas no escritório quando se mostra cada vez mais autoconfiante, ao ponto de ter coragem de apresentar o projeto a Amanda.
Obviamente esse romance deles acabaria por ser descoberto. Amanda não tornaria a vida de Aléxis fácil, dando um jeito de não só despedi-la, mas fazer com que ela não conseguisse trabalho nas outras empresas de paisagismo. Mas o pior aconteceu. E agora, desempregada, sem ter onde morar e com uma enorme batata quente nas mãos, Aléxis teria de lidar com questões fora de seu rígido planejamento. E Ethan parecia estar cada vez mais longe de qualquer possibilidade de reconciliação...



Triângulo amoroso. Amanda Shepherd, a bruaca mandona. Empresária de sucesso, que não se acanha em fazer sua secretária de capacho e humilhá-la sem qualquer constrangimento.



Aléxis Morgan, a secretária que precisa do trabalho desesperadamente e atura os desmandos da louca. Aos 26 anos, praticamente não tem vida social, não namora há um bom tempo, não está falando com a mãe e acaba caindo de paraquedas no ex-namorado-amante-ficante de sua chefe.


E o pivô de toda a confusão, Ethan Marcus, arquiteto, 32 anos. Trabalha em sua própria empresa com seu sócio e amigo desde a faculdade, Eric. Mora em imóvel próprio, em cima do bar onde Aléxis foi encontrá-lo. Imóvel este que Amanda está enchendo o saco querendo comprar... além de querer voltar a se enfiar na cama dele.



Ethan que gosta de Aléxis, que tem medo de Amanda, que não gosta de ninguém. Belo trio.
O enredo romântico é bem interessante, mesmo tendo alguns clichês pelo meio do caminho, mas afinal, é um chick lit, então, a gente já espera que tenha um certo drama, muita pegação (na contracapa é avisado que o livro é para maiores de 18 anos) e um final feliz.
Duas coisas desde o início Ethan deixa claro: ele não quer saber de Amanda e está mais do que interessado em Aléxis. Mas no meio do caminho conversas escutadas pela metade acabam por criar o dramalhão mexicano. 
Gostei dos personagens. Até mesmo Amanda, a vaca, foi bem descrita, assim, você realmente fica com raiva dela durante todo o tempo. Os personagens secundários - familiares e amigos - também cumprem seu papel.
O ritmo é bom, sem pressa.
Tive uma certa conexão com os personagens, o que me motivou a ir sempre além e querer saber o final da história.
A autora tem uma narrativa bem coloquial, nada de linguajar rebuscado, meio que num tom de camaradagem. Para um primeiro trabalho publicado, ela soube dar o seu recado.

O que me incomodou?
Os nomes.

Sim, senhoras e senhores, sou chata a esse ponto.
Vamos lá, os nomes das duas personagens femininas principais (protagonista e antagonista) começam com a letra A (Amanda e Aléxis). O nome do melhor amigo de Ethan é Eric (ambos com a letra E). Não satisfeita, a grafia de Eric ora se escreve assim, ora se escreve Erick. A secretária de Eric se chama Laureen e sua esposa se chama Eileen (EEN demais). Mas o ponto-mor foi ter 3 Tom num único livro (dono do bar; padrasto de Aléxis e officeboy da empresa de Ethan).

A autora cria. O livro foi lançado por uma editora (não é produção independente). Cadê o resto da equipe para pontuar essas repetições? Se houvesse na história alguma situação que justificasse ter nomes iguais ou parecidos - situação engraçada ou constrangedora - tudo bem. Mas não foi o caso. Acredito que acabou sendo associação de ideias, uma letra puxando a outra.

O livro é bom? É. O próximo dela será melhor, tenho certeza.

4 estrelas.

Sobre a autora






Comentários