Lisa Kleypas - Era Uma Vez no Outono (As Quatro Estações do Amor #2)



Ficha técnica: Era uma vez no Outono  (It Happened One Autumn)
Autora: Lisa Kleypas
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2005
Lançamento BR: fevereiro/2016
288 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de Época; Chick Lit

Protagonistas: Srta. Lillian Bowman; Annabelle Hunt; Evangeline Jenner e Daisy Bowman > formam o grupo Folhas Secas; Marcus Marsden, 9° Conde de Westcliff.
Local/ano: Londres; Hampshire/1843.

"A jovem e obstinada Lillian Bowman sai dos Estados Unidos em busca de um marido da aristocracia londrina. Contudo nenhum homem parece capaz de fazê-la perder a cabeça. Exceto, talvez, Marcus Marsden, o arrogante lorde Westcliff, que ela despreza mais do que a qualquer outra pessoa.

Marcus é o típico britânico reservado e controlado. Mas algo na audaciosa Lillian faz com que ele saia de si. Os dois simplesmente não conseguem parar de brigar.

Então, numa tarde de outono, um encontro inesperado faz Lillian perceber que, sob a fachada de austeridade, há o homem apaixonado com que sempre sonhou. Mas será que um conde vai desafiar as convenções sociais a ponto de propor casamento a uma moça tão inapropriada?"

Continuação da série >> Segredos de uma Noite de Verão >> resenha


Quatro moças que já se consideravam solteironas. Cada uma tinha um motivo para tal: Annabelle não tinha dote; Evangeline era tímida demais; Lillian e Daisy Bowman eram americanas... Elas eram as perfeitas "papel de parede de flores". Juntas elas poderiam ser mais fortes. Graças a Annabelle, decidiram bolar um plano para arrumarem maridos para cada uma por ordem decrescente de idade.
Annabelle foi a primeira, casando não com um nobre, mas com um homem tão rico quanto, ou talvez até mais, já que o período mostrava que muitos nobres estavam indo à falência e não tinham preparo para o trabalho porque a maioria NUNCA havia trabalhado na vida. 

A próxima da lista era Lillian Bowman.
Lillian não tinha o problema de dote de sua amiga Annabelle. O pai dela era um rico industrial. O problema era que eles eram americanos.
Thomas Bowman queria fazer negócios com os ingleses, enquanto sua esposa, Mercedes Bowman, estava mais preocupada em arranjar casamento para suas duas filhas, Lillian e Daisy.
Por mais que elas tentassem - e elas tinham dinheiro e beleza -, estava difícil conseguir um nobre, como sua mãe queria. Elas não tinham o traquejo social necessário, e Lillian, então, era a pior das duas, sendo extremamente franca em tudo que dizia.
Na verdade, nenhum homem havia lhe chamado a atenção... Bem, digamos que havia um homem a quem ela viraria o pescoço para dar mais uma olhada; o conde de Westcliff. Mas ele era tão insuportável que era difícil sequer ficar no mesmo ambiente que ele. Mas acontece que sua família havia sido, mais uma vez, convidada para passar o mês em Stony Cross, para a festa no campo, em Hampshire. E seu pai iria conversar com o conde acerca de uma proposta de sociedade numa saboaria.

Um pouco antes da viagem ao campo, Lillian e Daisy poderiam ser encontradas fazendo compras em Londres.
Uma das paixões de Lillian era os perfumes. Ela cresceu em meio a cheiros e essências por causa da fábrica de sabão de seu pai. Ela era tão boa em detectar aromas que até já havia desenvolvido um sabão para a fábrica. Mas o que ela queria mesmo era se envolver mais nos negócios. Sendo mulher, o seu pai não a permitia. Por isso, ela sempre buscava novas essências. E ao conversar com o perfumista, o Sr. Phineas Nettle, este reparando no intenso interesse dela e no dom maravilhoso que ela tinha, mostrou-lhe uma essência rara de uma flor, a dama-da-noite, e sugeriu que esta, com mais um ingrediente secreto que ele colocaria no perfume que ela desenvolveu a fórmula, fariam do perfume único e mágico. Mesmo sem acreditar na magia, Lillian aceitou a sugestão.

Em Stony Cross, muitos dos convidados já chegavam e o anfitrião, Marcus Marsden, ou Westcliff, como o chamavam, preferia otimizar seu tempo do que ficar dando boas-vindas aos convidados. Esse papel ele deixava a cargo de sua irmã caçula, Lady Olivia Shaw, ou Livia. Em especial porque os convidados que acabaram de chegar eram a família Bowman, cujas filhas Westcliff preferia evitar. Ele sabia que elas significavam problema e confusão desde que as flagrara jogando Rounders, em roupas íntimas.
Seria um mês inteiro tendo que evitar a companhia das Bowmans, principalmente a mais velha, Lillian, que adorava dizer o que pensa. Mas Westcliff estava decidido a propor uma sociedade ao pai delas que era altamente entendido na área do negócio em questão.

Segundo boatos dos liberais, haveria isenção de impostos sobre o sabão, o que faria ser mais acessível às pessoas comuns (não nobres). Seria bom à saúde pública e para a conta bancária de Marcus, se a sociedade desse certo.
Não que ele precisasse se preocupar com a conta bancária... Desde a morte do pai e quando assumiu o título, ele quadriplicou a fortuna da família e tomava conta pessoalmente de cada etapa de tudo em que investia.
E Stony Cross era a menina dos seus olhos. O seu título sendo um dos mais antigos da Grã-Bretanha, ele tinha na propriedade enorme um orgulho visceral. Tudo ali era muito bem cuidado nos mínimos detalhes. E quando havia esse tipo de evento, os convidados sentiam-se realmente privilegiados por estarem lá.

Os Bowman chegam e Mercedes Bowman já  exige que as filhas descansem a tarde toda para estarem bem dispostas na hora do jantar, que era bem conhecido por durar horas e terminar por volta da meia-noite.
Elas obedeceram? Claro que não. Tão logo a mãe virou as costas e trancou a porta por fora, elas a abriram com um grampo e saíram para cumprir uma missão a pedido da amiga Annabelle.

Ao voltarem dessa missão, passaram pelos estábulos ao ouvirem gargalhadas. Garotos que trabalhavam nos estábulos estavam jogando Rounders e elas pediram para participar. Passado o primeiro susto dos meninos, o jogo se tornou animado. Elas eram "damas" mas entendiam da coisa. Até que chegou a vez de Lillian rebater a bola e nisso ela não era boa. Assim que errou a primeira, viu que os meninos ficaram estáticos e só então ela reparou em Westcliff parado, olhando tudo.
Ela achou que a briga já começaria dali, mas ele se aproximou com o intuito de ajudá-la a rebater. Ficou atrás dela, segurando junto o taco e ensinou-lhe a melhor posição.

E começou a subir um calor...



Com as instruções dele, ela rebate e sai para correr em volta do campo improvisado. Mas ele decidiu que iria ajudar a tirá-la do jogo, e quando ela percebeu isso, ela se jogou com tudo e caiu em cima dele (segunda aproximação).

Ao voltarem para casa, imundas depois de jogarem na terra, Westcliff as ajuda a entrarem pela cozinha, mas no exato instante que iriam passar, um grupo de cavalheiros vinha chegando. Daisy, sempre mais rápida, conseguiu passar, mas Westcliff e Lillian ficaram presos atrás da sebe esperando que passassem; e nesse momento, tão próximos (terceira vez), Westcliff não resistiu ao jeito dela, ao perfume dela, e a beijou como um louco.

Mais tarde, à hora do jantar, as quatro amigas se encontram e Lillian conta o acontecido na sebe e sua desconfiança do perfume afrodisíaco. Elas resolvem fazer um teste: todas colocariam o perfume para ver se Westcliff se sentiria afetado também com elas.
Após o jantar, Westcliff se desculpa com Lillian por seu comportamento imprudente mais cedo. Ela lhe faz uma proposta: aceitaria suas desculpas se ele pedisse à mãe dele que patrocinasse a ela e sua irmã na próxima temporada. Numa leve (nova) discussão que eles têm, ela o desafia a abraçá-la e mostrar que não se sentia afetado na presença dela. Ao fazê-lo, nova recaída (quarta aproximação), e ele a beija selvagemente, empurrando-a contra a parede.

Lillian sentia-se com raiva e confusa com esse comportamento de Westcliff. Quando estavam próximos demais ele parecia não conseguir manter as mãos - e lábios!! - longe dela, mas quando estavam numa distância segura, ele se comportava como quem sentia ojeriza dela.

Com tantas questões na cabeça, ela decide participar da manhã de cavalgada com obstáculos com outros convidados. Ela até cavalgava bem, acostumada a fazê-lo em seu país, mas lá, ela e a irmã faziam dentro da própria propriedade e numa sela normal, usando calças por baixo da saia. Ali, ela teria de usar uma sela feminina, de lado, a qual ela não tinha tanto domínio assim.
Preocupada que a amiga se machucasse, Annabelle comenta com o marido, que, por sua vez, comenta com o anfitrião. Westcliff se aproxima dela e não deixa que cavalgue com os outros. Teimosa, ela atiça o cavalo e pula o primeiro obstáculo, quase caindo mas se segurando a tempo. Lívido, ele a segue e a retira da sela em pleno galope, e a partir dali a proibe de cavalgar ou seria arrastada da propriedade dele.

E é nesse momento que Sebastian St. Vincent se aproxima dela...

St. Vincent havia estudado com Marcus e eram amigos desde então. Totalmente diferentes, St Vincent era famoso por suas conquistas e seu rápido desinteresse pelas mulheres que conquistava.
Sua ida a Stony Cross se devia exatamente porque precisava se manter afastado uns tempos de Londres, já que sua última ex-amante resolveu fazer um show ao tentar se matar e expor para todos que fora abandonada por ele, fazendo do marido um corno público.
Simon Hunt, marido de Annabelle, comenta com Marcus que ele havia resolvido um problema arrumando outro, ao jogar Lillian nos braços do maior libertino que havia.

Westcliff consegue que a mãe aceite em patrocinar as irmãs Bowman, e a velha condessa tinha um pergaminho de erros que elas cometeram - só em um jantar!! - para mostrar o quão desqualificadas elas eram.
Na realidade, a condessa Lady Georgiana detestava os estrangeiros, principalmente os americanos. Para ela uma linhagem pura era o que havia de mais importante, e essas americanas ricas que vinham à Inglaterra caçar marido nobre eram uma vergonha.

No primeiro baile formal que há, Westcliff convida Lillian para dançar. Por pouco não há nova cena de beijo e ali ele percebe que precisava se manter o mais longe possível dela.
Enquanto ele se mantém afastado, St Vincent ganha terreno e o coração da Sra. Bowman, que estava caçando qualquer nobre para uma de suas filhas, mesmo um que estivesse falido. Mas afinal, quando herdasse o título do pai, St Vincent seria Duque. Uma posição maior que a de Westcliff; o que o faria ter que prestar respeitos a Lillian quando passasse...

A vingança parecia boa, mas Lillian sabia que seu coração não estava envolvido naquilo. Westcliff era quem ela queria, apesar de ele ser irritante, mandão, manipulador e dono-da-verdade.
Mas havia um jardim secreto; uma biblioteca; uma pera dentro da garrafa; e Westcliff, depois de dias evitando-a, cai em si que não haveria outra mulher que o desafiaria como Lillian; que o levaria à loucura em mais de um sentido e que o faria ter pensamentos tão conflitantes - e pecaminosos - mais de uma vez por semana...

"- Você seria capaz de cuspir no olho do demônio, se quisesse." - pág. 195.

Mas a condessa-viúva tinha outros planos. E depois de ver duas de suas filhas casadas com americanos, ela não permitiria que Westcliff sujasse a linhagem, não com a pior das irmãs Bowmans.

  


Primoroso!!!
Lillian é aquela personagem inquieta, desafiadora, inteligente, que leva Westcliff além do nível de tolerância... e era exatamente isso que ele precisava na vida. Sair de sua zona de conforto.

Conforme a gente vai conhecendo o passado do conde, e sua odiosa mãe, entende-se o jeito dele ser. Ele não era mau ou ríspido com seu amigos. Até com o safado do St. Vincent ele ainda era amigo. Mas aquele jeito dele tinha uma razão de ser.

Já Lillian claramente era seu oposto. Não só porque era americana e não nobre, mas porque o tipo de criação/vida livre que ela teve na América, a tornou uma pessoa que não se deixava dominar. Tendo três irmãos mais velhos, ela teve que aprender a se defender e não se intimidar.

As amigas, as personagens secundárias, têm uma certa participação. Annabelle, já casada, vem com uma novidade. Daisy parece ser a mais pacífica, aquela que crê em magia e tem confiança que certas coisas estão destinadas a acontecer. Evie já é a mais tímida. Com uma vida beirando ao cativeiro graças ao tratamento desumano de sua tia, ela tinha uma baixa autoestima e precisava urgentemente fugir daquela vida através de um casamento.

O ritmo e as cenas cômicas são perfeitos. Muitos momentos em que Lillian se mete em confusão ou quando Westcliff não consegue resistir aos encantos dela.
Sem cliffhanger.
Melhores cenas: no jogo de Rounders (em especial por conta de uma fala dela); na cena da biblioteca (a pera na garrafa) e a ÚLTIMA CENA. Esta então...sassinhora..... É pra deixar a gente de cabelo em pé!!!!

Segundo livro perfeito. Ouso dizer que foi melhor que o primeiro. Vamos aguardar o próximo.
Abaixo, as próximas capas:



Reação: Eu li boa parte do livro enquanto estava na rua, na condução. Cuidado! Você pode passar vergonha tentando reprimir a gargalhada.
Recomendação: pras amantes de romance de época divertidos, românticos, sexies e apaixonantes.

Mais de 5 ESTRELAS!!!!

*Livro cedido pela editora, em parceria, em troca de uma resenha de opinião honesta.
**Gravura: Jon Paul Ferrara.

Comentários

  1. Bom, eu sou suspeita pq amadoro os livros de épca dela. Não curti muito o contemporâneo q saiu pela Gutenberg.
    Na série dos Hathaways, o meu preferido é o 3 (o do vestido branco). Este aqui parece q será meu preferido. Amei o casal central.

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