Mary Balogh - Ligeiramente Seduzidos (Bedwyns #4)




Ficha técnica: Ligeiramente Seduzidos (Slightly Tempted)
Autora: Mary Balogh
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2004
Lançamento BR: abril/2016
288 páginas
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de Época; Chick Lit

Protagonistas: Morgan Bedwyn e Gervase Ashford, Conde de Hosthorn
Local/ano: Bruxelas; Harwich, Londres, Kent, Inglaterra/1815

"Jovem, estonteante e nascida em berço de ouro. É apenas isso que Gervase ­Ashford, o conde de Rosthorn, enxerga em Morgan Bedwyn quando a conhece, num dos bailes da alta sociedade inglesa em Bruxelas.

Em circunstâncias normais, ele não olharia para ela duas vezes - prefere mulheres mais velhas e experientes. Porém, ao saber que Morgan é irmã de ­Wulfric ­Bedwyn, a quem Gervase culpa pelos nove anos que passou longe da Inglaterra, decide que ela é o instrumento perfeito para satisfazer seu desejo de vingança.

Mas Morgan, apesar de jovem e inocente, também é independente e voluntariosa e, assim que entende as intenções do conde, se prepara para virar o jogo e deixar claro que não se deixará manipular por ninguém."


Continuação da série OS BEDWYNS >> livros #1, #2 e #3 já resenhados

A Srta Morgan Bedwyn pode não ter herdado o nariz tão característico dos Bedwyns, mas definitivamente herdou o gênio forte.

Bruxelas.
Morgan havia viajado com os conde e condessa de Caddick, e seu irmão Alleyne havia ido junto com a promessa a Wulf de que tomaria conta da irmã. Bom, na verdade ele não tomou tão bem assim.
Rosamond era filha dos Caddick e muito amiga de Morgan. Seu irmão, o Visconde Gordon, oficial e todo no uniforme no baile do visconde Cameron, fazia questão de desfilar com Morgan o tempo todo. A fofoca era que muito em breve o noivado seria anunciado.

Mas a bem da verdade, Morgan poderia achar os oficiais muito bem trajados e heróis da nação, mas ela não estava impressionada com Gordon.
Outra pessoa a impressionou mais, não pela aparência a princípio, mas pela resposta dada a Gordon quando este tentou impedir que Morgan aceitasse outra pessoa para dançar.

Gervase Ashford estava há nove anos sem colocar os pés na Inglaterra. Ele fora banido pelo pai. Na época, a confusão poderia ter sido esclarecida com a palavra a seu favor de um homem, Wulfric Bedwyn. Mas Wulf preferiu se calar e Gervase teve de sair do país.
E olha como o destino acaba por lhe dar de mão beijada a mais nova do clã Bedwyn!!

Decidido a fazer Morgan como alvo de sua vingança para afetar Wulf, Gervase investe na amizade com ela.
No início eles se estranharam um pouco, mas como um homem experiente, ele sabia exatamente o que dizer para aplacar a ira dela e dar-lhe razão em qualquer assunto que ela levantasse, como, por exemplo, na questão da valsa:

"- A permissão das senhoras do Almack's - comentou ele, erguendo as sobrancelhas, enquanto se afastava com a jovem - Isso tem alguma... importância?
- É tudo absolutamente tedioso - respondeu Lady Morgan com uma expressão que lembrou a ele uma matrona entediada - Uma dama não pode valsar nos salões de Londres até que tenha conseguido a permissão delas.
- Como se a senhorita fosse uma criança! - exclamou ele, parecendo chocado."

Após esse primeiro baile de apresentação, o plano de aproximação dele continuou. E mesmo quando Morgan o acusou de estar fazendo tudo aquilo por causa dela, em nenhum momento ele negou.

Entretanto, os tempos eram difíceis. Napoleão poderia ser preso novamente na Ilha de Elba ou poderia avançar com o restante de seu exército, passando por Bruxelas. E foi exatamente isso que aconteceu.

Alleyne queria que Morgan voltasse para casa com outra família cujas filhas estavam sendo despachadas, mas esta se recusou.
Quando uma das fronteiras caiu frente à invasão de Napoleão, todos que puderam correram de volta para casa. Mas os Caddick tiveram que ficar porque sua filha adoecera, e quando ela estava em condições de viagem, tudo o que possuísse roda havia sido confiscado em prol da batalha.

Gordon havia se machucado em combate e a mãe queria voltar a Londres para que ele fosse tratado por um médico particular, e mais uma vez Morgan se recusou a ir, porque naquele momento, Alleyne, que havia saído em missão, estava desaparecido.

Ela e Gervase acabam ficando cada vez mais unidos porque ambos se ofereceram para ajudar os feridos ou segurar a mão daqueles que estavam perto de morrer. E nessa aproximação, num momento em que ela mesma precisou de consolo, encontrou nos braços dele... e um pouco mais.

Ao voltarem para Londres, ainda estavam no meio do caminho quando, numa estalagem, foram alcançados por Wulf que ficou lívido ao ter ouvido as fofocas contadas pela condessa de Caddick. Mas outra notícia ainda pior conseguiu desestabilizar o todo poderoso Duque. E parecia que a condessa não havia contado apenas ao irmão de Morgan, mas para toda Londres.

Como uma Bedwyn, Morgan nunca foi de fugir de uma boa briga.
Ela fica sabendo o porquê Wulf detestar tanto Gervase, e como a pessoa justa que aprendeu a ser - por incrível que pareça, com o próprio irmão! -, ela escutou também o lado de Gervase na história.
Entretanto, isso a fez saber que a aproximação dele para com ela tinha um motivo nada nobre. E você acha que Morgan sentou, chorou e se acovardou?

Então, você nunca conheceu um Bedwyn!!



Este livro se mostra um pouquinho diferente dos demais porque o enfoque não fica apenas no casal principal. Não que eles não tenham destaque, mas há todo um fundo histórico acontecendo com o possível retorno de Napoleão.
Morgan mostra-se mais determinada do que qualquer moça da idade dela.
Solteira, ela não deveria ter ficado em Bruxelas e ajudado as outras mulheres casadas a cuidarem dos soldados feridos, mas ela insistiu.
Quando Alleyne queria que ela voltasse imediatamente a Londres, ela teimou e ficou. Quando a condessa Caddick e seu filho Gordon insistiram que ela voltasse com eles, por não ter notícias do irmão, ela teimou e ficou. Quando Wulf a proibiu de estar perto de Gervase e explicou suas razões, ela teimou e deixou que o outro lado também se explicasse. Quando Gervase admitiu seu plano de vingança, ela o surpreendeu ao tomar a decisão que tomou. Quando Gervase não quis fazer as pazes com o seu passado, ela tomou as rédeas da situação e fez com que tudo se encaixasse.
Como não admirar uma personagem com essa força?

Por outro lado, a história também traz uma notícia ruim aos Bedwyns e, talvez, pela primeira vez, Morgan viu o duque desmoronar.

E o final traz um acontecimento que não costuma ser muito retratado nos romances de época e que pega pelo pé alguns leitores mais distraídos.

Ambas as famílias aparecem bastante, tanto de Gervase quanto os Bedwyn, estes com uma boa nova também.
Ritmo perfeito. Enredo que prende. Sem cliffhanger.

Agora, com sofrência, vamos esperar pelo próximo, porque no finalzinho deste aqui algo desponta no horizonte...






*Gravura: Jon Paul Ferrara
**Livro cedido pela editora, em parceria, em troca de uma resenha com opinião honesta.

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