Tessa Dare - A Noiva do Capitão (Castles Ever After #3)



Ficha técnica: A Noiva do Capitão (When a Scot Ties the Knot)
Autora: Tessa Dare
Editora Gutenberg
Lançamento original: 2015
Lançamento BR: 2017
256 páginas
Prólogo + 27 capítulos + Epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit; Drama

Protagonistas: Capitão Logan MacKenzie e Miss Madeline Eloise Gracechurch
Loca/ano: Brighton, Inglaterra; Invernesshire; York; Durness, Escócia/1808-1817

"Madeline possui muitas habilidades preciosas: é uma excelente desenhista, escreve cartas como ninguém e tem uma criatividade fora do comum. Mas se tem algo em que ela nunca consegue obter sucesso, por mais que tente, é em se sentir confortável quando está cercada por muitas pessoas… Chega a lhe faltar o ar! Um baile para ser apresentada à Sociedade é o sonho de muitas garotas em idade para casar, mas é o pesadelo de Maddie.

E, para escapar dessa obrigação, a jovem cria um suposto noivo: um capitão escocês. Ela coloca todo o seu amor em cartas destinadas ao querido – e imaginário – Capitão Logan MacKenzie e convence toda a sua família de que estão profunda e verdadeiramente apaixonados.

Maddie só não imaginava que o Capitão “MacFajuto” iria aparecer à sua porta, mais lindo do que ela descrevia em suas cartas apaixonadas e pronto para cobrar tudo o que ela lhe prometeu."






Continuação da série > Livro #1 > resenha; Livro #2 > resenha



Uma jovem com um grave problema de socialização.
Calma. Antes que você julgue Miss Madeline Eloise Gracechurch, ou Maddie, como sua família a chama, saiba que ela tem uma justa razão para ser assim. Mas acontece que cada vez que ela tenta estar no meio de uma aglomeração, o coração dela parece sair pela boca, ela fica congelada no lugar e seus olhos ficam desfocados.

Quando ela chegou aos seus 16 anos, seu pai, que há um bom tempo estava viúvo, casou-se com uma jovem apenas 8 anos mais velha que Maddie.
Oh, não. Anne não era o caso clássico da madrasta má, pelo contrário. Ela adorava Maddie e queria que sua enteada tivesse a chance de encontrar o seu príncipe encantado. Por isso, ela começou a planejar o debut de Maddie com cuidado.

O problema é que Maddie não queria estar em todos aqueles bailes ou chamar atenção para si. 
Então, quando sua madrasta falou-lhe sobre ela ter a chance de encontrar o amor de sua vida, Maddie simplesmente disse já tê-lo encontrado.
E quem era ele?

Saiba que Maddie tirou a sorte grande.
O encontro dela e dele foi mágico; enquanto ela estava passeando por Brighton. Eles se viram por pouco tempo, mas o coração dos dois já deixou claro de que deveriam ficar juntos para sempre.

Ele era muito alto, cabelos castanhos e olhos muito azuis. Ele vinha da Escócia, das Highlands, e não tinha família.
Sua ausência era explicada porque ele havia partido para a guerra, porque veja, o pretendente de Maddie era um capitão. Capitão Logan MacKenzie.

E como a guerra é uma ocasião ingrata, que você não sabe quando vai terminar, eram as cartas que consolavam o casal apaixonado. E Maddie escreveu para dele de 1808 até 1813, quando o capitão morreu em batalha, qual um herói.

Devastada, Maddie cumpriu a regra de usar luto durante um ano, e depois, passou para o meio luto.
A família de Maddie respeitou o seu romance à distância e também o seu luto, e, com isso, ela foi poupada de participar de todos aqueles eventos das Temporadas.

Só havia um único problema: Capitão Logan MacKenzie nunca existiu!

Em 1817, em Invernesshire, na Escócia, Maddie e sua tia Thea, que sempre apoiou sua relação com o capitão, viviam no castelo, Lannair Castle, que Maddie havia recebido como herança de seu padrinho, Lynforth (esse parece ter sido dono de um bocado de castelos e tinha um bocado de afilhadas, não?)

A vida dela era o que ela desejava, longe da vida agitada de Londres, apesar de ela sentir falta de seu pai e de seus meio-irmãos, Emma e Henry, e desenhando.
O trabalho dela era muito bom e ela, até mesmo, era contratada para fazer ilustrações de animais, crustáceos, moluscos e seres da Ilha Britânica.

Exatamente num desses dias, em que ela estava ocupada acompanhando a corte de um casal de lagostas - Rex e Fluffy -, sua empregada comunica que havia um cavalheiro esperando-a.
Não acostumada a receber visitas, Maddie não faz ideia de quem seja. Quando ela chega na sala, sua tia vem toda encantada pedindo que Maddie não se assuste.
Quando Maddie é apresentada a seu visitande, o mundo parece ter virado do avesso.

Ali, à sua frente, encontrava-se o Capitão Logan MacKenzie e sua fala é simples e direta:

"Eu voltei para me casar com você"




Por uma infelicidade - para Maddie - as cartas que ela enviou para uma infantaria inventada e para um noivo de mentirinha, alcançaram um capitão de verdade.
Logan MacKenzie era real, era capitão e estava ali, pronto para dar continuidade ao romance deles.

Sim, AQUELE Logan havia lido todas as cartas dela e a conhecia como ninguém, porque ao longo dos anos em que ela escreveu para ele, ela contou muita coisa sobre a vida dela, da família e sobre como ela imaginava que o romance deles deveria continuar; encontros fictícios que eles tiveram, a primeira noite de amor deles, a chegada do primeiro filho. Ela simplesmente colocou no papel todos os sonhos que ela sabia que nunca seriam realizados. Por causa de seu problema em não se sentir bem perto de muitas pessoas, Maddie tinha plena convicção de que terminaria seus dias solteirona.

Se ela sabia que ele era um noivo inventado, e ele leu as cartas dela, claro que ele tinha algo em mente para aparecer lá e se apresentar como o noivo que ela pensara ter morrido.

Logan era um típico escocês. Chegou à casa de Maddie vestindo um típico kilt, e tinha uma aparência majestosa.
Mas ele estava ali não por um motivo nobre.



Ele e seus homens (Callum, Rabbie, Fyfe, Munro e Grant) haviam sido mandados para a guerra pelo governo britânico, com promessas de receberem honras e prêmios aos voltarem, mas a realidade era que eles perderam tudo. Alguns perderam suas famílias - para a doença ou foram transferidos para outros países. Suas terras foram confiscadas por esses mesmos ingleses, então, Logan queria dar a seus homens o que lhes havia sido prometido. E se ele tivesse que se casar com uma mulher da alta sociedade, mimada, que não pestanejou em brincar de coitadinha com um pobre soldado escocês inventando nele um romance, que fosse. Mas casando-se com ela, ele teria direito àquelas terras e ali seus homens iriam morar.

Claro, Maddie poderia simplesmente recusar tudo aquilo. Seria loucura ela se casar com um homem que nunca havia visto e nada sabia dele, enquanto ele detinha o conhecimento de tanto sobre ela.
Mas ele tinha as cartas. Ele poderia enviá-las para um jornal pelo melhor preço e a família de Maddie seria ridicularizada e entraria no ostracismo por causa dela, porque todos eles acreditaram - e viveram - a mentira dela.

Bom, digamos que Maddie não era imune a Logan, e ele era um homem com uma ótima aparência.
A cerimônia seria realizada naquela mesma noite. Nada de muitos preparativos, nada de esperar por uma roupa especial para ela (já que ela sequer tinha um vestido branco porque ainda vestia meio luto).
Uma cerimônia de handfasting foi oficiada.
Entretanto, o casamento teria de ser consumado para ser de fato um casamento. E daí começa a guerra deles.
Quem cederia primeiro?




A mentira que virou verdade e deixou a nossa heroína em maus lençois (literalmente).
Maddie só queria se livrar de toda aquela cobrança em ser a moça que estaria numa vitrine para ser observada pelos pretendentes à sua mão.
Ela fingiu existir um grande amor em sua vida e se viu obrigada a escrever cartas - que pensou que acabariam no lixo - para justificar à sua família do porquê ela nunca se sentiria bem indo a bailes.

Sua família acatou seu pedido, graças à ajuda de tia Thea, e ela viu os anos passando; seus irmãos nascendo; seu pai feliz por ter um herdeiro e sua madrasta feliz por ter seus próprios filhos. Maddie, assim, conseguiu ser o que sempre quis: invisível.

Quando ela se vê nos braços de um homem enorme, alegando ser o grande amor de sua vida, e sabendo de cor muitos dos segredos dela, ela se viu numa arapulca por culpa própria.

A chegada intempestiva de Logan trouxe mais do que um marido. Trouxe confusão em sua rotina; outros homens - do regimento dele; convites aceitos a eventos que Maddie normalmente não aceitaria e, especialmente, o dilema em ter de escolher o que seria de seu futuro após receber um convite que seria a realização no trabalho que ela tanto almejava.

Enquanto acontecem as partes engraçadas, também há o drama. O leitor fica conhecendo por que Maddie sofre de agorafobia, assim como foi a infância e juventude de Logan antes de ser mandado à guerra.

As aspirações dela e a falta de sonhos dele.

Tudo equilibrado pela autora de uma forma que faz rir e emocionar.

Talvez este não seja o melhor livro da série, mas ele tem tantos encantos que me foi impossível abandoná-lo até o seu término.

Os personagens secundários - tia Thea e os soldados de Logan - participam mais das partes engraçadas, mas há um soldado em especial, Grant, que traz uma história de partir o coração.

Ótimo ritmo. Sem cliffhanger.
5 estrelas

*Gravura de Jon Paul Ferrara.

Comentários