Loretta Chase - Volúpia de Veludo (As Modistas #3)




Ficha técnica: Volúpia de Veludo (Vixen in Velvet)
Autora: Loretta Chase
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2014
Lançamento BR: junho/2017
320 páginas
18 capítulos + epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit; New Adult

Protagonistas: Simon Fairfax, Marquês de Lisburne, e Leonie Noirot
Local/ano: Londres/1835

"Simon Fairfax, o fatalmente charmoso marquês de Lisburne, acaba de retornar relutantemente a Londres para cumprir uma obrigação familiar.

Ainda assim, ele arranja tempo para seduzir Leonie Noirot, sócia da Maison Noirot. Só que, para a modista, o refinado ateliê vem sempre em primeiro lugar, e ela está mais preocupada com a missão de transformar a deselegante prima do marquês em um lindo cisne do que com assuntos românticos.

Simon, porém, está tão obcecado em conquistá-la que não é capaz de apreciar a inteligência da moça, que tem um talento incrível para inventar curvas – e lucros. Ela resolve então ensinar-lhe uma lição propondo uma aposta que vai mudar a atitude dele de uma vez por todas. Ou será que a maior mudança da temporada acabará acontecendo dentro de Leonie?"


Continuação da série > Livro #1 > resenha; Livro #2 > resenha

Uma duquesa grávida e enjoada e uma condessa (que nem estava presente em Londres porque precisava descansar "sua imagem" para que os outros não a reconhecessem). Este era o saldo nobiliárquico da Maison Noirot agora, restando apenas Leonie, dentre as três irmãs, para gerir o negócio.
Leonie - a ruiva, só para lembrar ao leitor - cuidava da parte contábil, das compras dos tecidos, mas ultimamente tinha que fazer o trabalho de três.
Não que ela estivesse reclamando. Longe disso. A Maison era o sonho das três irmãs que haviam fugido da cólera de Paris sem absolutamente nada nos bolsos, mas com a cabeça cheia de ideias e com muito talento.

Marcelline, a morena, a mais velha, era a responsável por criar os divinos vestidos. Alguns de seus desenhos estavam emoldurados à parede no escritório delas, na Maison.
Sophia, a loura, e irmã do meio, cuidava da imagem da loja. Fazia o marketing através de seus artigos que saíam no dia seguinte aos eventos - graças a ajuda de um amigo jornalista - nos quais ela descrevia os vestidos das clientes da Maison e o respectivo sucesso dos mesmos. Quem aparecia usando uma das criações das irmãs Noirot, na certa tornava-se alvo dos melhores elogios da noite. Sophia também cuidava dos acessórios (chapéus, luvas e sombrinhas)
Leonie era boa com números. Sua capacidade de organização tornava-a a mais apta a cuidar das finanças e compras para a loja.

Com a ausência de suas irmãs no trabalho, ela precisava se desdobrar em outros campos, e exatamente isso a levou à exposição no British Institution, em Pall Mall, onde ela admirava uma obra de Botticelli chamada Vênus e Marte.
Mas ela não foi ali para observar quadros, e sim porque sabia que encontraria muitas damas (leia-se: futuras clientes) que eram admiradoras do poeta Visconde Swanton.
Claro que o fato de ele ser lindo fazia com que as mulheres o seguissem como moscas no mel.

Antes de encontrá-lo, Leonie acaba por encontrar o real dono do quadro, o Marquês de Lisburne.

O encontro dos dois não poderia ser mais desastroso (para Leonie), que fica numa situação embaraçosa e termina o dia sendo literalmente carregada até a loja pelo marquês.

Lisburne era primo de Clara e Lady Gladys Fairfax. Esta última, filha de Lorde Boulsworth, um herói de guerra, tio avô de Clara, e que criou a filha como se ela estivesse no exército, não era bonita, teve uma apresentação à sociedade desastrosa, o que a fez se esconder no campo desde então, aparecendo agora apenas porque era admiradora da poesia de Swanton. Seu mau humor era lendário e todos que podiam, fugiam dela. Inclusive Lisburne.
Ela era o alvo perfeito para Leonie.

Desde o primeiro momento, Lisburne havia ficado encantado por Leonie. Mais ainda quando nota que ela não presta muita atenção nele, mas se mostra interessada em conseguir novas clientes, especialmente Lady Gladys.
Irritado, ele propõe uma aposta.
Lisburne acha impossível que mesmo os mais belos vestidos da Maison façam Gladys parecer bonita. Leonie aceita a aposta. Além de ficar mais bonita, Gladys teria de ser cortejada e deveria receber, pelo menos, um pedido de casamento.
Os termos eram: se ela vencesse, ela ficaria com o quadro de Botticelli; se ele vencesse, teria duas semanas de atenção exclusiva dela.

Nos dias que se seguem Gladys é vestida pela Maison. A começar por um novo espartilho, que faz maravilhas à sua silhueta. E o sucesso começa. Um atrás do outro. E no dia seguinte a cada evento, Lady Gladys era alçada à grande surpresa e beleza da noite.

Para Lisburne, na verdade, ele pouco se importava com Gladys.
Ele tinha apenas duas preocupações: conquistar Leonie e proteger seu primo Swanton de oportunistas que tentavam enredar o romântico deus grego, para fazê-lo casar.

Observando a forma de trabalho de Leonie, Lisburne sabe exatamente como chegar até ela, e num ato insano, ao carregá-la de uma festa para sua casa, ele mostra à modista exatamente como ele poderia fazer com que desse certo a matemática do amor.




Na minha opinião, este livro tornou-se a maior das surpresas. Não só porque já é o terceiro volume da série, mas também porque trouxe cenas hilárias do embate entre o casal.
Tudo bem que aqui também constam as questões de que eles se sentiram atraídos um pelo outro desde o início, mesmo que Leonie não quisesse demonstrá-lo, e que os dois acabam envolvidos em situações nas quais precisam estar sempre juntos. Os famosos clichês.
Por outro lado, o diálogo deles torna tudo mais divertido.
Lisburne se apresenta como um nobre cabeça oca, que deixa os assuntos mais "difíceis" a cargo de seu secretário e até mesmo a escolha de suas roupas a cargo de seu valete (que parece ter premonição para sempre combinar algum detalhe do traje de Lisburne com a roupa de Leonie). Mas na realidade, ele tem uma ótima cabeça para os negócios e prova isso no final, quando traz a solução perfeita para a Maison.

Leonie vive o dilema de milhões de mulheres hoje em dia que se sentem divididas entre a carreira profissional - que amam - e a escolha de ter uma família e dedicar-se a ela.

Ritmo muito bom; personagens anteriores aparecem e deixa o gancho (com trecho) para o próximo livro, que traz Clara Fairfax, que não era modista, mas tornou-se um dos principais modelos vivos das irmãs Noirot, além de passar a fazer parte da família com o casamento de seu irmão, Harry, com Sophia, e de seu primo Lisburne com Leonie.
Sem cliffhanger.





*LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de uma resenha de opinião honesta.
**Gravura: Pinterest

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