Joe Hill - Mestre das Chamas




Ficha técnica: Mestre das Chamas (The Fireman)
Autora: Joe Hill
Editora Arqueiro
Lançamento original:  janeiro/2017
Lançamento BR: agosto/2017
592 páginas
Subdividido em 9 livros
POV: terceira pessoa
Gênero: Suspense; Ficção

Protagonistas: Harper (Willowes) Grayson; John Rockwood; Allie; Carol Storey; "Pai" Tom Storey; Nick; Renée Gilmonton
Local/ano: New Hampshire/atual

"Ninguém sabe exatamente como nem onde começou. Uma pandemia global de combustão espontânea está se espalhando como rastilho de pólvora, e nenhuma pessoa está a salvo. Todos os infectados apresentam marcas pretas e douradas na pele e a qualquer momento podem irromper em chamas.
Nos Estados Unidos, uma cidade após outra cai em desgraça. O país está praticamente em ruínas, as autoridades parecem tão atônitas e confusas quanto a população e nada é capaz de controlar o surto.
O caos leva ao surgimento dos impiedosos esquadrões de cremação, patrulhas autodesignadas que saem às ruas e florestas para exterminar qualquer um que acreditem ser portador do vírus.
Em meio a esse filme de terror, a enfermeira Harper Grayson é abandonada pelo marido quando começa a apresentar os sintomas da doença e precisa fazer de tudo para proteger a si mesma e ao filho que espera.
Agora, a única pessoa que poderá salvá-la é o Bombeiro – um misterioso estranho capaz de controlar as chamas e que caminha pelas ruas de New Hampshire como um anjo da vingança."


Um mundo pós-apocalíptico?

Seu início era incerto. Uns dizem que essa arma química poderia ter sido criada pelo Exército Islâmico, ou, talvez, por um engenheiro de Halienton e roubada por cristãos fanáticos.
O caso é que a humanidade está literalmente pegando fogo...



Apareceram os primeiros que pareciam entrar em combustão do nada.
Com o tempo, os sintomas passaram a ser estudados.
As pessoas infectadas apresentavam manchas na pele, em formas diferentes, que tinham uma coloração escura, mas que, quando a pessoa estava próxima de explodir, mudava para o dourado.
Construções inteiras começaram a explodir com pessoas dentro. Veículos. Cidades começaram a ser dizimadas.
O pânico estava instalado.

Harper Grayson era enfermeira escolar, mas com a praga espalhada, toda ajuda nos hospitais era bem-vinda. Ela passou a ajudar a cuidar das pessoas que apareciam querendo uma explicação, a cura para o seu mal.
Num dia, surgiu um bombeiro carregando uma criança de nove anos. A fila para a triagem de atendimento era enorme, mas aquele homem, em sua roupa de trabalho, exigia que o garoto tivesse prioridade.
Depois de muito bate-boca, Harper faz uma rápida análise no garoto, descobrindo que ele era surdo e usando um pouco da técnica de linguagem de sinais que havia aprendido, e percebe que ele deveria passar na frente para o exame de ultrassonografia e, provavelmente, iria direto para o centro cirúrgico, Ela salvou o dia (e as pessoas ao redor de serem atacadas pelo bombeiro) e a vida do garoto, que desapareceu quatro dias depois da cirurgia.

Estar em contato com os doentes era um risco diário. Roupas especiais contra contaminação eram usadas pela equipe. O estresse emocional também era desgastante. Não havia um só dia em que Harper não acabava o turno aos prontos, no banheiro do hospital.

Seu marido, um aspirante a escritor, Jakob Grayson, procurava animá-la no dia a dia.
Até que Harper apresenta as manchas - chamadas de escamas de dragão (trychophyton).
Como casal, eles haviam conversado inúmeras vezes sobre como agiriam caso um deles, ou ambos, pegasse a doença. Iriam se matar.

"Não existe declaração de amor maior do que transmitir uma porra de uma infecção fatal horrorosa para os seus entes mais queridos."

Mas havia um problema. Dez dias antes de apresentar as manchas, Harper havia descoberto que estava grávida.

Ela e o marido se separam por algumas semanas até terem certeza de que ele não havia sido infectado. Mas nessa separação, Jakob surta, tendo certeza que estava para morrer.
Ele invade a casa deles e, armado, decide que era hora de matar a mulher e se matar.
Harper teve de fugir.
Com aquelas manchas pelo corpo, dificilmente ela encontraria quem iria querer ajudá-la.
Daí, ela encontra... o Bombeiro.


 A colônia Wyndham, antiga colônia de férias, foi transformada num refúgio para os que tinham a doença. Havia três refeições por dia. Não tinha energia, mas chuveiro para manter a higiene. Existiam Sentinelas para vigiar as chamadas Patrulhas de Quarentena ou Bondes de Cremação. Estes dois grupos eram constituídos por pessoas não doentes que se tornaram justiceiros, em exterminar os doentes.
A colônia era administrada por Tom Storey e sua filha, Carol.
Nick, o garoto operado, era neto de Tom.
O Bombeiro, como era conhecido, por conta da roupa que usava e o caminhão que tinha - mas seu nome era John -, não morava lá, mas numa ilha. Entretanto, ele ajudava doentes a chegarem lá e conseguia suprimentos para eles.

Com o passar do tempo, Harper nota que apesar de estarem doentes, alguns com mais manchas pelo corpo do que ela, eles não aparentavam estar doentes. Havia solidariedade e o culto que trouxe uma nova revelação a ela.

" - Vocês venceram a escama? - perguntou Harper.
  - Melhor do que isso - respondeu Pai Storey - Ficamos amigos dela."

Aqueles doentes haviam feito uma descoberta a respeito da escama de dragão, mas, de certa forma, o mundo não estava preparado para entender o que estava acontecendo.
Um dos antigos moradores da colônia havia tentado passar a informação adiante, mas algo havia acontecido com ele.

O terror agora não era a doença em si, mas a intolerância das pessoas em volta deles.

John se mantinha resguardado em relação ao resto do grupo dos doentes, e isso aflorou a curiosidade de Harper.
Além disso, ela teve acesso a umas informações por escrito do que poderia auxiliar na convivência pacífica entre esporos (o veículo contaminador das pessoas) e o hospedeiro (a pessoa em si).

Tais informações trazem uma nova luz às decisões tomadas por Harper.
Acontecem ataques, dentro e fora da colônia.
Havia uma fênix de fogo que os ajudava nas horas de perigo.

Harper descobre que seu ex-marido havia se juntado a um grupo de executores, e ela era um alvo que ele tinha muito desejo em exterminar.

Com o passar dos meses, verifica-se que permanecer ali era apenas uma questão de tempo até que eles fossem encontrados e mortos. Havia uma nova esperança. Um lugar chamado de ilha de Martha Quinn, onde eles poderiam ir buscar abrigo. Harper começa a planejar a fuga para lá, mas a luta pelo poder acaba por cegar certas pessoas.

Harper estava doente, mas acreditava que poderia salvar o seu filho por nascer e mais algumas pessoas que tinham fé na força dela.
Ela e John se unem nessa empreitada.
Ataques continuavam. Mas as mãos de fogo poderiam trazer o alívio e a salvação que eles tanto buscavam.
Quem sairia vencedor sem entrar em combustão espontânea?


O livro foi vencedor do Goodreads Choice Awards 2016 na categoria TERROR, mas confesso que ele está mais para suspense.

Os personagens estão conectados, pela doença que os aflige, mas também pelos temas que circundam a moral da humanidade.
Quando tudo parece ruir, é certo impor uma lei? Qual é o limite entre ser cuidadoso e déspota? Matar um pelo bem de muitos seria correto? Até que ponto uma informação deve ser mantida em segredo, quando isso poderia afetar todo um grupo?

"Eu agradeço pelo simples fato de não estar mais sozinha."

Ainda que o tema seja pesado, Joe Hill consegue trazer à baila o que há de mais feio no ser humano com ilustrações leves.
Entre horrores de guerra, ele faz uma comparação entre personagens clássicos infantis, como Mary Poppins e o seriado Vila Sésamo. Canta músicas de Rolling Stones e Dire Straits.





A descrição feita no início da história de como tudo começou é, de fato, assustadora, mas conforme há o conhecimento de como tudo se dá, o suspense toma conta; o descobrir de como os personagens poderão se livrar daqueles que querem tirar vantagem da situação ou apenas destruí-los por completo.


Fiquei vidrada na leitura até o seu final.
E por falar nele, não seria um suspense se não trouxesse um desfecho diferente, aterrador e, quiçá, com um leve resquício de esperança.

Este livro pode te surpreender positivamente.

"Existe algo de terrivelmente injusto no fato de morrer no meio de uma boa história, antes de ter oportunidade de ver como tudo acaba. Em certo sentido, claro, eu acho que todo mundo sempre morre no meio de uma boa história."
Sobre o autor

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*LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de uma resenha de opinião honesta.





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