(#6) Maratona Parcerias: Tessa Dare - Uma Duquesa Qualquer (Spindle Cove #4)



Ficha técnica: Uma Duquesa Qualquer (Any Duchess Will Do)
Autora: Tessa Dare
Editora Gutenberg
Lançamento original: 2013
Lançamento BR: 2017
270 páginas
27 capítulos + Epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit; New Adult

Protagonistas: Griffin Eliot York, 8° Duque de Halford, e Pauline Simms
Local/ano: Sussex; Londres/1816 (5 anos à frente)

"Uma duquesa em busca de sua sucessora.
Um jovem duque relutante em se casar.
Uma criada que adora desafios.


O que fazer com um duque relutante em se casar? A Duquesa de Halford – e mãe de Griffin, o duque libertino, irresponsável, que deseja apenas os prazeres da vida – tem o plano perfeito. Na verdade, ela conhece o lugar perfeito… Spindle Cove.

No paraíso das jovens solteiras, a duquesa insiste para que o filho escolha uma dama. Qualquer uma. E ela a transformará na melhor duquesa de Londres. Griff, então, decide achar alguém que acabará com os planos e com a ideia maluca de forçá-lo a se casar… Ele escolhe a atendente da taverna Touro & Flor, Pauline Simms – que nunca sonhou com duques ou com casamento, mas sim com o dinheiro que possibilitaria uma mudança completa em sua vida e na vida da pobre irmã, Daniela.

O duque e a Srta. Simms estabelecem um acordo: a mãe de Griff tem uma semana para transformar a criada em uma duquesa perfeita, então Pauline deverá ser um desastre durante sete dias e, se tudo der certo (ou melhor, se tudo der completamente errado), receberá mil libras e poderá realizar o sonho de construir a própria biblioteca em Spindle Cove.

Em pouco tempo, porém, o duque é surpreendido ao conhecer Pauline e descobrir que a moça é muito mais do que uma simples atendente, e a atração entre os dois é inevitável. Mas em um mundo em que as classes sociais são o que realmente importa, vence a ambição ou o coração?"



Continuação da série: Livro #1 > resenha
                                    Livro #2 > resenha
                                    Livro #3 > resenha
                                    Livro #3,5 > resenha

Pauline Simms trabalhava duro.
Sua família era extremente pobre. Ela ajudava na fazenda e ainda trabalhava na casa de chá/taverna Touro & Flor.
O que Pauline mais prezava na vida não era ser rica, ter um título ou um marido, como boa parte das senhoritas que iam parar por um tempo em Spindle Cove. Ela prezava a sua irmã caçula, Daniela, um ano mais nova e que tinha um problema de aprendizagem.
Na verdade, Daniela tinha um leve retardo mental. Mas isso não importava para Pauline. Ela fazia com que a irmã a judasse a semana inteira com alguns trabalhos na fazenda, em especial o recolhimento dos ovos, e no sábado ela dava uma moeda para a irmã, em pagamento, e esta mesma moeda ia parar na caixinha da igreja no domingo.
Esse era o combinado delas.

Daniela sofria um certo preconceito por algumas pessoas, mas ninguém era mais vil do que a Sra. Whittlecombe, que fazia questão de chamar Daniela de tonta, entre outras coisas.

Aquele dia, para Pauline, parecia ser um pesadelo sem fim. Ter de aturar os xingamentos da Sra. Whittlecombe, ver que Daniela confundou dois produtos parecidos na loja Tem de Tudo, quando foram fazer compras, e estragar todo um barril de mercadoria, e ainda chegar atrasada em seu trabalho, coberta de alúmen. Por isso, quando ela é apontada por um homem estranho, no meio da taverna, como a escolhida para ser sua duquesa, ela tinha mesmo que: 1)não acreditar; 2)saber que aquilo não era para ela, então, ela entraria na jogada dele apenas para fazê-lo ir embora.

Mas o pior era que...ERA VERDADE.

Griffin York estava com 35 anos e não pensava em casar por enquanto. Mas sua mãe, a Duquesa-viúva Judith York, queria conhecer os netos antes de partir dessa para melhor. Ela não pensou duas vezes quando decidiu drogar o próprio filho, colocá-lo numa carruagem e partir com ele para a cidade com o maior número de solteironas, Spindle Cove.

O debate deles se dá por boa parte da viagem, e ao chegarem lá, a duquesa lhe diz que ele poderia escolher qualquer mulher ali que ela a transformaria numa duquesa. 
Uma coisa meio Pigmaleão.
E para desafiar a mãe, Griffin escolhe ninguém menos do que a mulher menos propícia ao papel; aquela que entrou praguejando e estava coberta de alguma coisa que a fazia brilhar; uma mulher sem berço.

Apesar da escolha dele não ser a mais apropriada, a duquesa não se faz de rogada e aceita.

Pauline identifica que ali eram dois gladiadores fortes. Ela seria apenas o instrumento que eles usariam cada qual para provar seu ponto de vista.
Ela os leva até sua casa, pequena e pobre, e os apresenta à sua família.

O pai de Pauline era um homem rude que logo tira vantagem da situação literalmente vendendo sua filha.
Griffin fica estarrecido com toda situação, com a forma com que o pai dela a vende sem remorso e, com isso, Griffin lhe faz uma proposta: ela seria levada a Londres, faria companhia à duquesa, ganharia um guarda-roupa, tiraria férias daquela vida dura que levava e continuaria a ser a mulher sem classe que era. Em troca, ele daria a ela uma alta soma em dinheiro para ela viver tranquila.

"- Estou lhe oferecendo segurança financeira pelo resto da vida. Tudo que peço, em troca, é algumas semanas de impertinência. Pense nisso como sua chance de escrever o conto de fadas da mulher prática. Venha para Londres na minha carruagem extravagante. Compre belos vestidos novos. Não mude nem um pouco. Não se apaixone por mim. No fim, nós nos separamos, e você viverá com conforto para sempre."

Pensando na irmã, no quanto poderia ajudá-la, e que esse dinheiro financiaria a realização do sonho de Pauline para conseguir se livrar do jugo do pai, ela aceita. Mas havia a questão de Daniela e o acordo delas. Se Pauline não voltasse para casa até o próximo sábado, Daniela poderia imaginar-se abandonada para sempre. Esse, então, é o prazo que ela dá a Griffin para o plano. Uma semana.

No caminho de volta a Londres, os três presos numa carruagem e, depois,a parada numa estalagem para descansarem e troca de cavalos, ao ver Pauline fragilizada, já com saudade da irmã, Griffin se sente estranhamente tocado, e resolve fazer o resto da viagem sozinho, a cavalo.

Quando chegam à casa deles, ela estava exausta e desmaia tão logo se deita na cama.
Ao acordar de madrugada, vai explorar a casa e procurar pela biblioteca, mas acaba dando de cara com ele, saindo de um cômodo que, segundo a duquesa lhe fala mais tarde, ninguém tinha acesso, nem mesmo as empregadas para fazer limpeza. Esse era o grande segredo de Griffin.

O sonho de Pauline era montar uma biblioteca direcionada às damas da cidade. Griffin lhe dá umas ideias de quais livros ela deveria ter, inclusive alguns livros com conteúdo mais erótico.

Sem ter qualquer traquejo social, é claro que Pauline se mete em alguns apuros.
Mas, ao mesmo tempo que Pauline ia aprendendo suas lições de ser uma dama - ainda que o plano fosse ela fracassar lindamente -, Griffin também aprende algumas coisas com ela, em especial como fazer mais pelas pessoas menos favorecidas. E nesse ponto, quando se tratava de lidar com crianças muito pequenas, Pauline percebe ser essa a fraqueza dele.

Os dois passam a ficar cada vez mais unidos, um ajudando o outro.
Pauline já não queria ficar longe dele, mas ela tinha Daniela para cuidar e um sonho para realizar.
Na noite em que ela finalmente faria um "espetáculo" para provar a todos os presentes que ela não seria uma boa duquesa, Griffin muda de ideia e a impede.
Ele propõe a ela serem amantes e ela viver em luxo numa casa de campo que ele havia comprado assim que atingiu a maioridade, local onde ele oferecia suas festas promíscuas famosas. Mas ela rejeita.
Ainda assim, aquela noite pós Vauxhall mostrou-se ser a noite mágica. Ficaram juntos e, no final, Pauline, sem querer, descobre o grande segredo dele.

Um último baile e o tempo de Pauline na capital havia terminado.
Já apaixonada por ele, ela rejeita o pagamento acordado, mas ele lhe dá a moeda que ela deveria entregar para Daniela, e oferece sua carruagem com cavalos velozes para levá-la a tempo de chegar em casa.

Pauline volta para sua casa, para sua vida de muito trabalho, mas com seu sonho ainda mais latente a ser realizado. A Biblioteca Circulante Duas Irmãs deixaria de ser apenas um sonho...




Este talvez tenha se tornado meu segundo livro preferido nesta série.
O enredo recorrente de um nobre que não quer saber de casamento acaba por ter um impacto enorme mais à frente quando o leitor descobre o motivo de sua recusa ao matrimônio (sim, tem a ver com o grande segredo que ele mantém de todo mundo).

Pauline é a plebeia trabalhadora, que cuida da irmã e sofre as consequências da rudeza de seu pai, um homem que a vende como se fosse gado e usa de violência quando quer qualquer coisa.
Servindo às damas na casa de chá/taverna, Pauline ouvia as conversas, mas nunca se imaginou fazendo parte daquele mundo. Seu sonho de ter uma biblioteca vinha do que ouvia, mas ainda assim, ela não pensava em ter a biblioteca apenas para si, ela queria compartilhar esse tesouro.

Ao sair daquela pequena cidade pela primeira vez, conhecer Londres, ganhar roupas novas, usar branco pela primeira vez, tudo isso parecia um conto de fadas nunca imaginado.
E ainda por cima teve direito ao príncipe encantado...

Mas esse príncipe não queria uma princesa. Ofereceu-lhe ser amante.

Griffin teve a vida desregrada de um homem  que cedo tem em seu poder um alto título e muito dinheiro (ele era considerado o quarto homem mais rico da Inglaterra). Mas um revés em sua vida o fez questionar-se sobre tudo que vinha fazendo.
Conhecer Pauline, e seu desprendimento, o fez querer ser uma pessoa melhor. Ela o fez encarar alguns fantasmas de seu passado recente.

E neste livro, nada acontece da noite para o dia.
Apesar de o prazo que ela deu para ele - uma semana - ter sido curto, a realização de tudo que deveria ser mudado se deu meses depois. Nada aqui foi rápido, ou mágico.

A história é gostosa de ler. Os diálogos são engraçados, em especial aqueles debates entre mãe e filho. Há uma outra cena também hilária sobre um momento de "confissões", você vai saber qual é quando a ler.

Há um salto no tempo de 5 anos e o aparecimento dos casais dos livros anteriores.
Sem cliffhanger. Ótimo ritmo.





*Gravura de Jon Paul Ferrara
**LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de resenha com opinião honesta.

Comentários

  1. Adoro esta autora. Já comprei o livro, mas ainda não pude ler o mesmo.

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