(#6) Maratona Romance Histórico: Julianne Donaldson - Edenbrooke



Ficha técnica: Edenbrooke
Autora: Julianne Donaldson
Editora Universo dos Livros
Lançamento original: 2012
Lançamento BR: 2017
304 páginas
27 capítulos
POV: primeira pessoa - Marianne
Gênero: Romance de época; Chick Lit; Young-adult

Protagonistas: Marianne Daventry; Cecily Daventry; Philip Wyndham
Local/ano: Bath; Kent, Inglaterra/1816

"Marianne Daventry fará qualquer coisa para escapar do tédio de Bath e das atenções amorosas de um pretendente indesejado. Então, quando chega um convite de sua irmã gêmea, Cecily, para se juntar a ela em uma enorme casa de campo, ela agarra a chance na hora. Pensando que vai poder relaxar e desfrutar de seu amado interior inglês enquanto sua irmã tenta fisgar o belo herdeiro de Edenbrooke, Marianne descobre que até mesmo os melhores planos dão errado. De um aterrorizante encontro com um salteador a um aparentemente inofensivo flerte, a jovem se encontra envolvida em uma aventura inesperada e cheia de romance e intrigas, suficientes para manter sua mente agitada. Ela será capaz de controlar seu coração traidor, ou um estranho misterioso irá arrebatá-lo? O destino estava pensando em algo diferente de um verão relaxante quando mandou Marianne para Edenbrooke."


Morando em Bath com sua avó, Marianne levava uma vida simples. E isso era exatamente o que ela gostava. Diferente de sua irmã gêmea Cecily, Marianne não era chegada a festas badaladas e o burburinho da alta sociedade de Londres. Exatamente por isso ela estava ali, enquanto Cecily estava em Londres, com a prima Edith, na certa sendo o sucesso da temporada.

Se havia um incoveniente para Marianne era o Sr. Whittles.
Ele vinha insistentemente fazendo a corte a ela, escrevendo uns poemas medonhos em sua homenagem, e isso até seria lisonjeiro se ele não fosse tão mais velho, tivesse cabelos ralos, boca mole e criasse aquele volume de cuspe nos cantos da boca.

  
A avó de Marianne era uma mulher dura, pouco dada a demonstrar carinho e costumava chamar o pai das gêmeas de egocêntrico, já que ele, pouco depois de perder a esposa, despachou Marianne para Bath e partiu para Paris, onde ainda se encontrava.
Além disso, o herdeiro dela, Sr. Kellet, era um perdulário e vivia metido em confusão.

Para resolver esse problema, a avó de Marianne decide transformá-la em sua herdeira, mas para isso, queria que a neta tivesse um pouco mais de traquejo social para que conseguisse arrumar um bom casamento, e não se comportasse como uma caipira estabanada que vivia dando piruetas no jardim.

Nessa mesma ocasião, Marianne recebe uma carta de sua irmã, comunicando que as duas haviam sido convidadas a passar uns dias em Kent, na propriedade Edenbrooke, muito conhecida por sua beleza. As duas irmãs se encontrariam lá.

No dia da partida, Marianne recebe de sua avó um medalhão com uma foto de sua mãe aos 18 anos.
Ela parte com sua criada, Betsy. Seriam 12h de viagem.

Durante a viagem, a carruagem dela sofre um assalto.
O ladrão, meio que atrapalhado, se assusta quando Betsy encontra a arma no comportamento secreto da carruagem e atira nele, acaba levando só o colar de Marianne, deixando sua bolsinha com dinheiro cair.

O cocheiro fora ferido. Marianne e Betsy o colocam dentro da carruagem, com muito custo, e ela leva a carruagem de quatro cavalos até uma estalagem próxima, A Rosa e a Coroa, com um esforço maior ainda.

Lá, ela pede ajuda ao primeiro homem que vê, mas este a trata com desdém. Ela responde na mesma altura, e recebe ajuda do estalajadeiro.

Depois que o perigo passou, aí sim Marianne se sente fraca ante a tudo que viveu, e é nessa hora que o tal homem, antes descortês, vem em seu auxílio.
Ele, na verdade, havia ficado fascinado com a forma na qual ela reagiu, não se deixando abater pela primeira reação dele.
Esse estranho, querendo redimir seu comportamento nada cavalheiresco, cuida de que ela seja bem atendida e paga todas as suas despesas, assim como arranja uma enfermeira para cuidar do cocheiro ferido.
Ao perguntar sobre o tal cavalheiro, que já havia partido, ela fica sabendo apenas que seu nome era Philip. Ninguém lhe disse seu sobrenome.

No outro dia, Marianne segue viagem a Edenbrooke.
Lá, ela é recebida pela dona da casa, Lady Caroline, que fora amiga íntima de sua mãe.
Lady Caroline tinha quatro filhos adultos: Charles, Philip, William e Louisa.
Segundo as cartas trocadas com sua irmã, Marianne fica sabendo que ela estava interessada em se casar com o herdeiro da propriedade, não só pelo belo local, mas também pelo título (que, sinceramente, não consegui descobrir qual era).

Um pouco depois de se instalar, Marianne decide dar um passeio pelo jardim indo até o rio que havia visto a partir da carruagem. E claro que com seu jeito estabanado de ser, ela escorrega e cai, não uma vez, mas duas!!
E para sua mortificação, ela ouve barulho de trote de cavalo e quem se aproximava era ninguém menos que o tal Philip da estalagem.

Depois de passar a raiva por saber que ele era morador da casa (na realidade ele era filho de Lady Caroline) e de ter mais uma sessão saia justa na hora do jantar, Marianne faz as pazes com Philip e a amizade deles cresce.

Diferente do que havia sido notificada, Cecily não se encontrava em Edenbrooke. Ela ficou em Londres, por mais uma semana, para participar de um famoso baile de máscara.
Essa ausência de Cecily estava permitindo que Marianne e Philip tivessem mais tempo a sós.

Explica-se: Cecily era considerada a gêmea mais bonita.
Quando os pais delas se casaram, eles queriam ter muitos filhos, mas a mãe não teve facilidade de engravidar. Quando finalmente as gêmeas nasceram, logo houve uma preferência por Cecily por causa de sua beleza, e, quando cresceram, Cecily também mostrou-se mais graciosa.
As gêmeas eram unidas mas, ao mesmo tempo, tiveram umas altercações cujas consequências ainda valiam.  

Marianne tinha certeza que se Cecily disse na carta que iria conquistar o herdeiro de Edenbrooke, isso iria acontecer. Nenhum homem deixava de se encantar por ela.

Até que finalmente Cecily chega, acompanhada por Louise, a irmã caçula de Philip, e seu irmão William com sua esposa Rachel.
A partir daí, a própria Marianne decide manter-se afastada de Philip. Em sua cabeça, ela jamais teria qualquer chance com Philip se Cecily estivesse por perto.

Ela passa horas pintando a paisagem de Edenbrooke, assim como sua mãe fizera anos antes.

Além da chegada de Cecily, houve mais duas aparições inesperadas.
Uma, foi Thomas Beaufort, sobrinho do Sr. Whittles, que viera trazer um poema escrito pelo tio apaixonado, e que também se encanta por Marianne; outro, foi o Sr. Kellet, que havia sabido que não era mais o herdeiro da avó de Marianne e queria descobrir com ela quem era o novo benefiado.

Os dias seguintes em Edenbrooke para Marianne arrastam-se.
Ela já não gozava da companhia de Philip como antes; havia dois cavalheiros lhe dando uma atenção que ela não desejava e, para tornar tudo mais triste e miserável, Cecily vinha ignorando a companhia da irmã, preferindo ficar de segredinhos com a filha da dona da casa.

A partir daí, uma série de acontecimentos surpreendentes se dá.
Marianne descobre que apesar de ter levado sempre uma vida pacata, preferindo a cidade ao campo e tendo se apaixonado pelo homem que em breve seria o seu cunhado, tudo estava sendo planejado por trás dela e que sua vida, então, nunca mais seria a mesma...




O livro debut da autora trouxe algumas coisas novas ao cenário dos romances de época.
A começar por ser escrito em primeira pessoa. Eu ainda não havia livro um livro de romance de época, sem ser em forma de escrita de diário, que fosse narrado em primeira pessoa. 

Há o fator de que, apesar de o livro ser direcionado ao público adulto, ele pode ser lido por um público mais jovem. A história não contém qualquer cena erótica, se tiver beijo na boca é muito!

O enredo ao mesmo tempo que se mostra ser bem semelhante aos que existem no gênero, traz uma pitada de suspense.
Há a protagonista que prefere levar uma vida na qual as pessoas ao redor não aprovam. O espírito livre de Marianne, não presa às convençõs sociais, irrita um pouco sua avó, preocupada com o futuro da neta.
Marianne é arrolada numa série de planos, todos à sua revelia, é claro, e tudo piora quando ela se encontra apaixonada pelo homem que era o alvo de sua irmã.

E por falar em irmã, a autora descreve bem o relacionamento entre Marianne e Cecily. Na verdade, ela descreve até demais, trazendo em vários momentos passagens de quando as irmãs se desentenderam ou de quando Marianne caiu em si de que Cecily era a "filha preferida" e, por isso, ela tomou como fé sempre ser o oposto da irmã mais bonita. 

Apesar de meu susto inicial ao ver o livro narrado em primeira pessoa, confesso que a escrita da autora me prendeu.
Veja, como primeiro livro dela - e diga-se de passagem, escrever uma romance de época NÃO é fácil! -, ele surpreendeu. Talvez haja alguns deslizes, como comentado por algumas resenhas (lá de fora), mas, ainda assim, achei a história cativante.
A protagonista não é aquela heroína cheia de decisão, que estamos acostumadas. Ela consegue seguir as exigências da época (em ser uma filha e neta obediente diante dos desmandos dos responsáveis por ela), mas, também, consegue fazer o leitor rir, com seu jeito despojado de ser e sua mania de dar giros quando está em paisagem aberta.

Vale a pena a leitura.
Sem cliffhanger.




Sobre a autora

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*LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de resenha de opinião honesta
**Gravura: Pinterest

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