[Resenha] Julia Quinn - História de um Grande Amor (Trilogia Bevelstoke #1)




Ficha técnica: História de um Grande Amor (The Secret Diaries of Miss Miranda Cheever)
Autora: Julia Quinn
Editora Arqueiro
Lançamento original: 26/junho/2007
Lançamento BR: 14/01/2020
288 páginas
Prólogo + 20 capítulos
Gênero: Romance de época; chick lit; new adult

Protagonistas: Srtª Miranda Cheever & Nigel Bevelstoke, Visconde Turner
Local/ano: Cúmbria; Londres, Inglaterra; Edimburgo, Escócia; Nortúmbria, Reino Unido/1818; 1816; 1819; 1820

 Indicação da parceria

Aos 10 anos, Miranda Cheever já dava sinais claros de que não seria nenhuma bela dama. E já nessa idade, aprendeu a aceitar o destino de solteirona que a sociedade lhe reservava.
Até que, numa tarde qualquer, Nigel Bevelstoke, o belo e atraente visconde de Turner, beijou solenemente sua mãozinha e lhe prometeu que, quando ela crescesse, seria tão bonita quanto já era inteligente. Nesse momento, Miranda não só se apaixonou, como teve certeza de que amaria aquele homem para sempre.

Os anos que se seguiram foram implacáveis com Nigel e generosos com Miranda. Ela se tornou a mulher linda e interessante que o visconde previu naquela tarde memorável, enquanto ele virou um homem solitário e amargo, como consequência de um acontecimento devastador.
Mas Miranda nunca esqueceu a verdade que anotou em seu diário tantos anos antes. E agora ela fará de tudo para salvar Nigel da pessoa que ele se tornou e impedir que seu grande amor lhe escape por entre os dedos.




"Aos dez anos, Miranda Cheever não dava o menor sinal de que seria uma beldade."

Estamos acostumados com aquelas histórias cujas mocinhas são lindas desde sempre, não? Oh, a não ser quando queremos mostrar que os "patinhos feios" também têm sua chance à felicidade. Serie esse o caso de Miranda?

Lady Olivia e Winston Bevelstoke estavam completando 11 anos - gêmeos - e eram amigos de Miranda. Ela e outras crianças foram convidadas para a festa à tarde. Como chovia, a festa teve de ser transferida para dentro de casa.
Imagine, então, a agitação de crianças quando o tempo não colabora...
E dentre estas, sempre tem aquela mais insuportável. Aquela que já desde nova mostra a que veio: pentelhar os outros.
Fiona Bennet é implacável com a falta de beleza de Miranda. E ainda faz questão de dizer que isso é comentado não apenas por ela, mas por tantas outras pessoas, o que, claro, deixa Miranda muito chateada, ainda que Lady Olivia tente apaziguar a situação (Bom, eu não diria que Olivia foi tão da paz assim, e logo você vai perceber que ela é do tipo que não esconde o que pensa - personagem intrigante e encantadora, sempre se colocando em confusão)

Quando chega a hora de partirem, para variar, o pai de Miranda não vai buscá-la - sempre compenetrado em suas traduções do Grego.
A condessa de Rudland, mãe de Olivia, pede que seu filho mais velho, Nigel, leve Miranda até em casa.

Durante o caminho, Nigel - que prefere ser chamado de Turner, seu título -, percebe a chateação da menina e lhe tece elogios reais, sabendo que com o tempo, ela poderia vir a ser uma beldade:

" - Acho que logo, logo, a senhorita vai crescer e aparecer."

Além disso, ele sugere que ela comece a escrever um diário:

"- Acho que deveria começar a escrever um diário.
- Por quê? Quem iria querer ler?
- Ninguém, oras! A senhorita escreveria o diário para si mesma. E talvez um dia, depois da sua morte, seus netos possam ler para saber como era a avó deles quando jovem... Porque um dia a senhorita vai crescer e aparecer, e será tão bonita quanto já é inteligente. E, então, poderá reler e perceber como Fiona Bennet e as meninas do tipo dela são bobas. Garanto que vai morrer de rir... E tavez ainda reste um pequeno sorriso para dedicar a mim..."

E Turner não sabia, mas a partir daquele dia ela não só começou a escrever o diário, como se apaixonou por ele.

Mas os anos passaram, e agora, Turner estava viúvo, aos 28 anos.
Longe de se sentir triste pela morte de Letícia, ele se sentia livre.
Havia se apaixonado perdidamente por uma mulher que o enganara desde o início, e acabara morrendo de pescoço quebrado quando saiu para se encontrar com o amante.
Sim, definitivamente, Turner tinha se livrado de uma víbora. E também por isso ele se recusava a se vestir de negro ou usar a braçadeira de luto.
Mas isso não queria dizer que ele pensava em se casar de novo.

Enquanto isso, Olivia tentava convencer Miranda de que Winston, ainda em época de universidade, estava interessado nela.
Mas como ela poderia dedicar qualquer atenção a Winston (apesar de serem bons amigos há anos), quando Turner estava na cidade por causa do enterro da esposa?
E como Miranda era amiga da família, estava sempre se hospedando lá, em Haverbreaks. Haveria chance de ela e Turner conversarem?

Miranda e Olivia iriam debutar juntas.
Com a morte da mãe de Miranda no ano anterior, pelas regras de etiqueta, ela precisou ficar 1 ano de luto. A Sra. Bevelstoke achou que seria bom aguardar para Olivia e Miranda debutarem juntas.

O 1° reencontro de Miranda e Turner, depois de tantos anos (a propriedade dele era em Nortúmbria), foi na noite pós velório.
Miranda desceu para escrever seu diário (o 13°) em outro lugar e não incomodar Olivia com a luz da vela. Seguiu ao escritório e acabou encontrando Turner enchendo a cara.
A conversa deles foi estranha (pelo estado alcoolizado dele), mas, principalmente, porque ele... a beijou, e disse que sabia que sempre gostaria dela.

O que isso queria dizer???
Mil teorias...

A Temporada em Londres começa.
Sra. Bevelstoke usa de artimanha (chantagem simples e pura) para convencer Turner a ir a Londres prestigiar a irmã, que já era uma beldade.
Turner repara que Olivia estava sempre cercada pelos fãs, enquanto Miranda era deixada de lado.
Ele a convida para dançar na 1ª e última valsa, sempre procurando elogiá-la para se sentir confiante.

E enquanto isso, a paixão dela por ele só aumentava.

Com a chegada de Winston de Oxford, Olivia faz de tudo para deixar o casal a sós, o que, estranhamente, aborrece Turner, que não acha que o irmão seja o homem certo para Miranda. E sempre que pode ele atrapalha os planos.

Mais um encontro a sós, à noite, enquanto Turner bebia, faz com que ele declare sentir desejo por ela (o que na cabeça dele era totalmente errado, afinal, ela era como uma irmã!)
Ele havia prometido a ela dançarem no baile dela, mas depois de se ver desejando a amiguinha da irmã, ele deu um jeito de fazer com que outros cavalheiros a tirassem para dançar, enquanto ele a evitava o máximo possível. Infelizmente, esse plano dele não passou desapercebido por ela, o que a fez sentir-se magoada e humilhada.

Dias depois, haveria a festa na residência da prima de 2° grau dos Bevelstoke, e mais uma vez Miranda foi convidada. E ela e Turner acabaram ficando sozinhos numa carruagem ( e o motivo disso é hilário).

Nesta viagem, ainda que Miranda tentasse ignorá-lo, ele não deixa que ela o faça. Acabam discutindo e no calor do momento, ela se declara, deixando-o de queixo caído.
Mas o pior ainda estava por vir, quando durante um dos jogos, mais uma vez eles ficaram a sós, numa cabana, fugindo da chuva. E daí... Nem preciso dizer o que rolou, certo?

Mas longe de terem sido pegos em situação comprometedora, eles se safaram, mas as consequências foram as esperadas.

Miranda, então, sabendo que precisaria de ajuda, vai à casa dos avós, na Escócia.
É Olivia quem descobre o estado interessante da amiga quando vai atrás dela pensando em trazê-la de volta a Londres para o resto da Temporada (parece que Miranda era boa influência para Olivia).

Turner havia ficado um tempo longo demais em Kent, na casa de Winthrop, e ao voltar a Londres, descobre pela irmã onde Miranda estava e por quê.

Miranda não queria se casar com ele. Ela o amava há tempo demais para se conformar com um casamento sem amor. Mas Turner queria fazer o que era correto.
Eles se casam e seguem direto à propriedade dele.

O casal se dava bem, mas apesar de Miranda não ter problemas em confessar o que sentia, Turner só conseguia se lembrar da decepção que foi o seu casamento com Leticia, e para ele amar era sofrer. Como ele poderia se render à nova esposa sem que seu coração fosse novamente pisoteado?

A gravidez seguiu seu curso.
Turner adorava a "barriga" de Miranda e torcia que nascesse uma menina.
Mas quando a hora do parto chega, o casal não estava vivendo sua lua de mel, e Miranda, parecida com a mãe neste aspecto, não iria ter a melhor das horas para trazer seu filho ao mundo...

imagem: Jon Ferrara


A diva consegue mesclar o drama e a comédia com maestria, fazendo com que o leitor queira virar a página para descobrir o que mais aguarda aos nossos protagonistas.
Um amor que começou na infância.
Vizinhos e amigos, Miranda, Olivia e Winston brincavam e estudavam juntos.
Apesar de Miranda viver na casa deles, em Haversbreaks, ela não era exatamente uma criança maltratada. Simplesmente seus pais trabalhavam demais, não eram ricos.

Ao ser acalentada por Nigel/Turner ainda tão jovem, foi-lhe despertado o primeiro amor.
Turner se casou com outra, e à distância, Miranda sabia que nunca o teria, mas o sentimento estava enterrado no fundo.
Com a viuvez dele, os dois voltam a conviver - já que ela estava hospedada na casa dos Bevelstoke, com a proximidade da viagem a Londres para a Temporada.

Tudo que estava oculto, veio à superfície.
Turner não pensava em se envolver romanticamente com ninguém - na verdade, pouco tempo depois, ele estava à procura de uma viúva para ser sua amante -, mas só de pensar em Miranda fazendo par com Winston... Não, isso era demais para ele!

E nesse jogo de gato e rato, os sentimentos foram declarados. A oportunidade deixou-os a sós. E o inevitável aconteceu.

Mas se na primeira vez ele casou tão apaixonado e em pouco tempo descobriu que a esposa não era nada do que havia se mostrado, com Miranda, ele queria manter o coração bem longe.
Era difícil já que ela estava grávida e a barriga crescia cada vez mais.
Além disso, a companhia dela ERA agradável a ele.

Miranda, por sua vez, acreditava que poderia fazer seu marido apaixonar-se por ela.
Ele foi o homem que viu além daquela menina de pernas ficas e lábios grossos. Ele a incentivou a escrever um diário. Ele disse que ela era inteligente. Ele era Turner, o herói dos sonhos dela!

Mas a realidade era bem diferente.

Ela foi definhando. Ele foi se desesperando. O parto chegou...

A trilogia traz o romance de cada um dos irmãos Bevelstoke, com seus dramas, suas piadas e seus mistérios.
O romance de Olivia é o próximo, com lançamento em 06/março.




Ritmo muito bom.
Personagens secundários interessantes também.
Sem cliffhanger.
As capas, bem diferentes do padrão anterior, são um charme, assim como as capas britânicas.

LIVRO cedido pela editora, em parceria, em troca de resenha de opinião honesta.


as duas edições




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