Eloisa James - A Duquesa Feia (Contos de Fadas #3)



Ficha técnica: A Duquesa Feia (The Ugly Duchess)
Autora: Eloisa James
Editora Arqueiro
Lançamento original: 2012
Lançamento BR: julho/2018
272 páginas
30 capítulos + epílogo
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance de época; Chick Lit

Protagonistas: James Ryburn, Conde de Islay, e Theodora Saxby - "Theo" ou "Daisy"
Local/ano: Londres; Staffordshire, Inglaterra; Maldivas; Paris/1809; 1811; 1812; 1814; 1815; 1816; 1817.

Como ela ousa achar que ele a ama, quando Londres inteira a chama de Duquesa Feia?
Theodora Saxby é a última mulher com quem se poderia esperar que o lindo James Ryburn, herdeiro do ducado de Ashbrook, se casasse. Mas depois de um pedido romântico feito na frente do próprio príncipe, até a realista Theo se convence de que o futuro duque está apaixonado.

Ainda assim, os tablóides dizem que a união não durará mais do que seis meses.

Em seu íntimo, Theo acredita que os dois ficarão juntos para sempre… até que ela descobre que o que James desejava não era seu amor, mas seu dote.
E a sociedade, que primeiro se chocou com seu casamento, se escandaliza com sua separação.
Agora James precisará enfrentar a batalha de sua vida para convencer Theo que ele amava a patinha feia antes que ela se transformasse em cisne. E Theo logo descobrirá que, para um homem com alma de pirata, vale tudo no amor – e na guerra.

Baseado no conto de fadas O Patinho Feio
Resenha do livro baseado em A Bela e a Fera >> aqui
Resenha do livro baseado em Cinderela > aqui


O Patinho Feio. Theodora Saxby havia ficado órfã de pai ainda menina. Ela e sua mãe foram colocadas sob a proteção do Duque de Ashbrook, então, amigo do pai dela.
Isso significava que o duque tinha total acesso à fortuna de Theo, ou Daisy, como o filho dele, o conde, costumava chamá-la.

Com o passar dos anos, o duque achou que não faria mal "tomar emprestado" parte do dote de Theo para investimentos próprios, e, com isso, ele se atolou num mar de dívida que logo poderia ser descoberta. Principalmente porque Theo estava chegando à idade de se casar e já havia alguns cavalheiros pedindo a mão dela (mais por causa de sua herança).

Theo e James, o conde, eram amigos desde a infância.Com ela, ele conseguia ser autêntico. Uma das coisas que Theo amava, mas James odiava, era participar dos bailes da sociedade. E isso ele não fez nem mesmo quando Theo foi fazer seu debut.

Mas, de repente, o duque chama o filho para uma conversa séria e lhe avisa que ele precisava se casar com Theo. Se a notícia de que o duque, como tutor dela, tinha usado a fortuna dela para fins pessoais se espalhasse, eles estariam mais do que arruinados, seriam banidos da sociedade.
James a princípio acha que o pai bem merecia aquele castigo, mas o problema seria que a culpa também cairia sobre ele.
James sabia que Theo/Daisy merecia alguém que a amasse de verdade, e não alguém que só ficasse com ela por seu dinheiro.
Enquanto todos falavam à boca miúda o quão feia ela era, ele conseguia ver beleza.
Ela era espirituosa, inteligente, bem-humorada, bagunceira (quando estavam a sós). Ela era como uma margarida (daisy) que apesar de ser considerada uma flor simples, consegue se encaixar em qualquer tipo de arranjo. Para ele, ela era perfeita.

Por isso, quando ele teve de aceitar o que o pai lhe mandou fazer, e a comprometeu na frente de tantas pessoas bem no baile do regente, só o fez depois de beber um pouco a mais.

Ainda que todo o cenário do pedido tenha sido estranho, Theo se sentiu no 7° céu. Ela sempre fora apaixonada por James, mas antes, estava disposta a se insinuar para lorde Geoffrey Trevelyan por achar que eles tinham algumas coisas em comum.

Com os preparativos para o casamento, todos começam a acreditar que seria de fato um casameno por amor, algo raro em meio à sociedade.

E o casamento se dá.
E James e Theo se comportavam como dois apaixonados. Mas um repórter escreveu em sua coluna que não importava o quanto se gastasse com Theo, ela sempre seria feia. A Duquesa Feia.

E o apelido pega.
E o duque retorna de viagem e causa uma cena, e faz com que Theo descubra a verdade por trás do casamento.
Eles estavam falidos.
Ela era feia demais para se casar e devia se sentir agradecida por ter se casado com James.

E o coração de Theo se quebrou...



E o Patinho Feio primeiro se transformou numa leoa, e não só colocou o sogro para fora de casa, como o marido também. E decidiu tomar a frente dos negócios e recuperar a fortuna perdida pelo duque.

Magoado, mas sem poder tirar a razão da esposa, James partiu em seu navio, e com o passar dos anos tornou-se um pirata.


Como uma leoa, Theo defende aqueles que ficaram ao seu lado. Cria novos empregos ao inaugurar uma fábrica de cerâmica, que logo torna-se um sucesso. Além disso, ela checava periodicamente os rebanhos e as condições dos camponeses, e quando ia a Londres - já que ela preferiu se mudar para o campo -, era puramente por negócios, para checar os teares.

Theo voltou a ser uma mulher muito rica.
Dona do próprio nariz.
Em pouco tempo, seu marido desaparecido seria dado como morto e ela, como condessa-viúva (já que o título de duque nunca foi reivindicado pelo marido); e o título seria passado ao primo de James, Cecil Pinkler-Ryburn.
Quando os negócios já não precisavam da vigilância constante de Theo, ela decidiu que era hora de tornar-se um fênix.

Foi para Paris e passou a ditar moda. O que Theo vestisse, no dia seguinte era imitado pelas mulheres da sociedade parisiense.
Era chegada a hora de voltar a Londres e dar entrada nos trâmites legais sobre a morte de James e a transferência do título.

E na cerimônia na Câmara dos Lordes, enquanto discursos eram feitos em homenagem ao falecido Conde de Islay, o próprio aparece reivindicando seu lugar na sociedade e seu título herdado do pai.
Essa foi a parte fácil.
O grande problema agora seria reconquistar a mulher que ele descobriu amar enquanto viajava pelos sete mares...



Eu, que sou apaixonada pelo conto da Bela e a Fera, confesso que este, do Patinho Feio, me pegou de jeito.
A história se passa ao longo de oito anos. Apesar desses saltos no tempo, cada período é descrito de forma sóbria, sem cenas em excesso, sem que se perdesse tempo em assuntos de menos importância, e, ao mesmo tempo, trazendo ao leitor, o que fez com que cada um tivesse a personalidade moldada daquela forma.

Um sentimento que não nasceu da noite para o dia -  o famoso "te vi, te amei", mas que veio sendo construído desde muito cedo, mas que não havia sido despertado. E quanto tiveram a chance de o descobrirem juntos, foram sumariamente separados pela dor da traição.

Mesmo que James tenha se sentido um traidor - traiu a amizade e confiança dela -, ele também amadureceu perante nossos olhos e fez valer o seu temperamento nada brando para algo útil: tornando-se corsário.

Já Theo poderia não ter a beleza exigida pela sociedade para se tornar uma mulher elegível ao matrimônio, mas usou sua inteligência, seu tino para os negócios e cresceu como pessoa.

Quando se reencontram, ambos tinham muita "roupa suja" para resolver, e muitos sentimentos represados.
Numa luta de titãs, eles vão ora devagar, ora como um tufão, aparando as arestas e deixando que o amor falasse mais alto.
O livro foi uma grata surpresa.





*LIVRO cedido pela editora, como parceria, em troca de resenha de opinião sincera.
**Gravura: Chris Cocozza.

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