[Resenha] Jill Mansell - Desencontros à Beira-Mar



Ficha técnica: Desencontros à Beira-Mar (Meet me at Beachcomber Bay)
Autora: Jill Mansell
Editora Arqueiro/Romances de Hoje
Lançamento original: 12/janeiro/2017
Lançamento BR: 03/maio/2019
336 páginas
46 capítulos
POV: terceira pessoa
Gênero: Romance contemporâneo; Chick Lit; Drama; New adult

Protagonistas: Clemency Price; Sam Adams; Annabelle; Ronan Byrne; Verity; Kate Trevelyan
Local/ano: Málaga; Londres; St Carys (cidade fictícia), Cornualha/atual

O amor está no ar na pequena cidade litorânea de St. Carys – mas à primeira vista nem dá para saber, pois seus habitantes são mestres em esconder os próprios sentimentos.

Após perder a hora, Clemency é a última a entrar no avião, frustrando os planos do belo passageiro que esperava viajar ao lado de um assento vazio. Durante o trajeto, ela percebe que o simpático estranho tem tudo para ser o amor de sua vida. Mas só não conta com um pequeno detalhe: ele é casado.

Três anos depois, Clemency está morando em uma casinha aconchegante perto da praia para focar na própria carreira. Tudo segue na mais perfeita ordem quando o homem apaixonante do avião, Sam, reaparece, porém não do jeito que ela gostaria: ele agora está namorando justamente sua meia-irmã, Belle.

Tentando esconder os sentimentos, Clemency convence Ronan, o melhor amigo, a embarcar em um plano maluco, fingindo um relacionamento amoroso com ela. E é aí que os desentendimentos e a confusão começam.

Enquanto o sol esquenta a areia e o mar turquesa cintila, uma verdade fica clara: segredos enterrados sempre acabam vindo à tona.



Coleção Romances de Hoje (podem ser lidos em qualquer sequência):

➽ A Pequena Livraria dos Sonhos, de Jenny Colgan ➽  resenha
➽ A Padaria dos Finais Felizes, de Jenny Colgan ➽ resenha

➽ O Café da Praia, de Lucy Diamond ➽  resenha

➽ Onde Mora o Amor, de Jill Mansell ➽ resenha


No aeroporto de Málaga, Clemency é aquela passageira que chega muito cedo para poder se deliciar no mundo do Free Shop. Fica horas escolhendo produtos e ainda consegue chegar a tempo para embarcar.
Exceto que esse dia não foi hoje.
Quando ia pagar por um produto, a moça do caixa lhe pediu o cartão de embarque (para ter direito a comprar ali), DESESPERO. O passaporte sumiu.
E entre procura e correria, ela conseguiu chegar no avião quando o embarque já tinha se encerrado e a porta, quase fechando.

Climão.

Esbaforida, sua cadeira estava ao lado de um cara lindo, mas que estava focado em seu celular.
Sem graça, ela tenta entabular conversa e contar sua versão para o atraso, sem conseguir a atenção de seu vizinho.
Para piorar, ela conseguiu derrubar o vinho tinto na própria blusa devido a uma turbulência.

Sabe aquele dia que você não deveria ter saído da cama?



Por incrível que pareça, foi só depois de todo esse teatro que ela conseguiu atrair a atenção do vizinho.

Sam trabalhava em TI. Era dono e diretor da empresa, e isso o obrigava a fazer várias viagens pela Europa para visitar clientes. Ele estava vindo da Espanha.

O papo deles foi tão bom, divertido, que Clem teve certeza de que ele tambem tinha sentido essa conexão especial.
Por conta do vinho na blusa dela, ele emprestou um suéter para ela usar até que aterrissassem.
Assim que desceram, ela o deixa na esteira de bagagens, depois de ter lhe dado um cartão comercial seu, e foi correndo ao banheiro trocar a blusa.
Ao voltar, cadê ele?

Ela foi encontrá-lo na fila do taxi e, aí, a revelação: ele era casado.

Oi? Depois de horas de voo, só agora ele se lembrou desse detalhe?

Morando na cidade de St. Carys, Clemency adorava seu trabalho como corretora de imóveis.
A Imobiliária Barton & Byrne tinha como donos o Sr. Barton, agora com 50 anos, que passava mais tempo viajando ou jogando golfe, e o sócio Ronan Byrne (descrito como um Barack Obama mais jovem), de 31 anos. Simpático, bem de vida e garanhão.

Mas entre ele e Clemency, apenas uma genuína amizade, para desespero da mãe adotiva dele, Josephine.

Clem tinha uma irmã postiça, da mesma idade, fruto do casamento da mãe dela com o pai de Annabelle (Belle).
Por muito tempo, as duas brigaram feito cão e gato, e apesar de as brigas terem diminuído bastante, ainda havia uma certa animosidade entre elas.
No entanto, qualquer problema do passado seria colocado de lado quando Belle telefona avisando que seu namorado pretendia comprar uma casa de verão em St Carys, e por que não ajudar a irmãzinha a ganhar comissão?

Quando os três se encontram no dia seguinte, SURPRESA!!!

O namorado de Belle era ninguém menos que o Sam, aquele do avião.
Os dois disfarçaram bem, mas com certeza, tinham contas a prestar.

Então, ele não era mais casado?

E enquanto começa a saga de achar a casa perfeita, Clem e Sam teriam de se encontrar muito e, pior, Belle estava sempre a postos para jogar na cara de Clem como a vida dela era perfeita, como Sam era o namorado perfeito e como a casamento deles seria O casamento.

Cansada dessa pauleira, Clem pede a Ronan que finja ser namorado dela, até porque, um tempo atrás, Belle se insinuou para Ronan, mas ele nunca se interessou por ela - isso foi um golpe no ego dela.

E, enquanto isso, Ronan mantinha um olhar compriiiiiiiidoooo em cima de alguém totalmente inesperado.

Kate Trevelyan trabalhava como carteira e tinha recebido uma herança com o falecimento de sua mãe.
Seu desejo era comprar uma casa, e foi em busca de Ronan para ajudá-la.
Nesse dia, ela teve uma crise de choro por conta da perda (coisa que ainda não tinha feito). Preocupado com o estado dela, Ronan foi consolá-la; levou-a para sua casa - para desabafar -, conversaram, beberam e... acabou rolando.

Como Ronan era conhecido por ser um conquistador, aquela única vez ficou nisso mesmo.
No entanto, por alguma razão, marcou Ronan, e ele queria continuar a conhecê-la melhor. Mas com esse negócio de ele fingir namorar Clem, toda a cidade estava eufórica com esse novo romance, afinal, eles formavam um casal tão bonito!!!

Sam consegue finalmente conversar a sós com Clem e contar sua trajetória sobre o casamento, e o reencontro dos dois acaba por reacender a química do passado (sim, ela não tinha sentido aquilo sozinha). Só que agora, não havia uma esposa invisível, mas a irmã dela, e junto com isso, um pacto que elas fizeram há um tempo.

Foto: IG da editora



Você leu a resenha do outro livro da autora (link no início desta resenha)?
Mano, eu juro que pensei que não teria como eu gostar mais de outro livro da autora, mas aí, vem este livro aqui e PIMBA!

Mais uma vez, a autora dá atenção a todos os personagens, e você se vê num mar de nomes e emoções de seus novos amigos.

Comecemos pelas irmãs postiças Clemency e Belle.
Inevitável você escolher um lado, que naturalmente seria o de Clem, por ela ser a protagonista.
Confesso que a primeira cena de Clem me deixou irritada. Quando ela dá para falar pelos cotovelos, nervosa pelo atraso para embarcar, eu logo pensei: "que mulher chata!". Mas a má impressão logo passou. Foi realmente o "bad day" dela.
E como cereja do bolo, nem foi enquanto Sam a ignorava sumariamente (até porque lá na frente, você entende as razões dele para estar "de bode" daquele jeito), mas sim, quando ele confessa ser casado.

Então, dá para imaginar o desespero de Clem quando descobre que ele é o novo namorado de Belle, ne?
De onde voltamos ao problema das irmãs.

Quando seus pais casaram, a situação das duas foi punk.
O pai de Belle, Baz, era milionário, enquanto a mãe de Clem, Lizzie, trabalhava numa cozinha de um local que vendia batatas fritas e peixe frito (prato típico inglês). Logo, Belle achava que o casamento tinha sido um golpe do baú.
Acontece que o casal tinha se apaixonado de verdade, e ainda estavam juntos, em Málaga (razão da viagem de Clemency no início do livro).

Na época do casamento, as duas com 15 anos, elas viviam em "vibes" diferentes. Belle, muito patricinha, dando importância a roupas e marcas; enquanto Clem estava na fase surfista.
Nada nelas combinava; havia brigas por pouca coisa; ressentimentos; uma certa inveja. E para completar, agora havia um Sam entre elas.

Sobre o Sam, vou deixar que você descubra a história pregressa dele lendo. É sinistra e vale a pena a leitura.
E daí vem a fofa da Kate.

Sabe aquela personagem que você imagina baixinha, quietinha, quase um ratinho, mas com um coração do tamanho do infinito? Pois bem, esta é ela.
E o pior é que enquanto Ronan ficou todo impressionado por ela, ela também arrastava um bonde por ele.

E como eu mencionei muito "an passant", Ronan era filho adotivo.
Os pais dele foram maravilhosos. Josephine tinha um restaurante de comida caribenha e tinha mania de levar cestas com comidas/guloseimas à imobiliária, para alegria de todos. O que ela morria de medo era que Ronan saísse à procura da mãe biológica, e como ela era uma mãe maravilhosa, ele nunca pensou em fazer isso e magoá-la.
E é aí que vem a maior surpresa do livro.

Muita emoção neste livro.
Traições; revelações; doenças; abandonos; angústias; alegrias; solidariedade; ciúmes; brigas; reconciliações; medos; vingança; paixões.
Prepare-se porque para mim, este aqui conseguiu superar o anterior.



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